Estudar no Olympus College, o internato mais renomado do país, é um dos ítens na longa lista de privilégios desses jovens.
Como bons herdeiros de fortunas milionárias, todos adoram esbanjar suas vidas badaladas e glamurosas por aí, mas não se deixem...
Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.
" Me parte o coração saber que você tem um coração de pedra."
— Vocês tem noção do problema que causou Laura?– Daniel falava alto o suficiente para que todos o ouvissem, anestesiado pela angústia dentro de um dos sete banheiros da mansão Azzopardi.
Aquela casa era enorme, e olha que não chegava nem perto da maior propriedade deles. Daniel vagou em seus pensamentos. Será que ele era o "menos rico" do grupo? - ele soltou uma risada ironica. Não era algo que ele se perguntava frequentemente, mas considerando que seu pai não era nenhum tipo de político importante ou algum multimilionário, devia ser verdade...Por essas e o outras que ele estava totalmente ferrado com a situação, se o nome da sua família fosse manchado, não havia nenhuma herança que pudesse amenizar o prejuízo, e a brilhante carreira do seu pai estaria fadada ao fracasso.
— Ai, ta puxando! – ele deu um pulo assustado com a voz feminina e então se lembrou do que estava fazendo antes: segurando os longos fios do cabelo de Giovanna enquanto ela colocava o Doritos - uma das poucas coisas que havia comido durante a semana - para fora, agachada em frente ao vaso sanitário.
Será que ela era a "menos rica" do grupo? - Considerou por alguns segundos, seguindo-a com os olhos enquanto ela caminhava até a pia para se limpar. Ela não falava muito sobre o que seus pais faziam, na verdade, ela falava pouquíssimo sobre sua vida antes da fama.
— Você que paga pela sua casa aqui em Hidden Hills? – questionou, a menina sussurrou um aham ainda meio atordoada. Ele queria uma casa ali também...era tão chato ter que voltar para a cidade todo fim de semana, fora que o triplex na cobertura do seu pai sempre estava lotado de gente por conta dos eventos que ele fazia para os agenciados. — Você deve ganhar muito dinheiro com os shows...
Giovanna se olhou no espelho para checar se sua aparência estava tão ruim quanto imaginava, e quando o fez, paralisou ao enxergar uma garota totalmente diferente. Indefesa. Assustada. Culpada. Ela podia sentir a tristeza e o desgosto da Giovanna de anos atrás ali, lhe encarando.
— Não se eu for acusada de assassinato...
Ela apertou seus olhos por um instante, na tentativa de desaparecer com aquela assombração, e de volta a uma realidade menos dolorosa, avistou Sebastian sentado no sofá com um semblante preocupado e então deu uma olhada no espelho novamente. Ela podia se sentir segura, tinha pessoas ali por ela, e apesar de todo o caos recente, a perfeição ainda rondava todo o ambiente como se fosse componente do ar que os cercavam. Ela respirou fundo, inalando o máximo de pureza que conseguisse. Seus olhos estavam vermelhos mas, no geral, parecia bem. Ficaria tudo bem.
— Mas a gente não matou ninguém...né? – Daniel passou por ela em direção a sala de estar. A ênfase no matou lhe causou um arrepio na espinha, ainda sim ela deu um sorriso fraco em concordância e se recompôs se juntando aos outros no grande sofá branco. Couro Legítimo. Isso sim era algo que sua pele apreciava. Nada do couro fajuto e rasgado daquele sofázinho que ocupava o antigo quarto-sala. Nada do algodão calorento e surrado do lençol da beliche de cima. Finesse. Só o que ela merecia, nada menos.
