XII

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"Eu sou a garota por quem você morreria

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"Eu sou a garota por quem você morreria."

Todos já sabem da velha história de que a curiosidade matou o gato, certo? Ja se perguntaram porque temos a necessidade de mexer em coisas que poderiam permanecer intocadas, mesmo quando estamos quase certos de que aquilo fará mal a nós?

— Olha a bunda dele!

Suzana lançou a bola para sua amiga, Alicia Fischer. Elas deviam estar treinando jogadas de defesa, mas, na verdade, estavam - assim como o restante do time - muito ocupadas avaliando o aluno novo que conversava com o treinador.

A pele de Suzana pinicava de tanta adrenalina, seu corpo todo doía. Ela havia passado todo o verão torrando seu dinheiro em festas e bares da cidade. Com tantos compromissos, ela não tivera tempo de se manter em forma para o handball e, naquele momento, sentia as consequências disso.

O apito soou.

— Mexam-se! – gritou o treinador. Suzana se inclinou para amarrar o tênis, como se não desse a mínima e sentiu os olhos de Justin sobre ela.

— Tenho certeza de que não vai marcar ponto nenhum ai no chão.

Ela se levantou bem devagar e admirou a bela vista mais de perto: um rapaz alto, de cabelos loiros bagunçados e por cortar, e um corpo definido que ficava bem exposto na camisa branca que vestia.

— Ora ora, um Jensen por aqui? Sua mãe não me disse que você tinha voltado.

Ele era filho da dona da Izzi, uma das baladas que ela frequentava, e ela era a cliente preferida e mais próxima de Beatriz - como não seria se ela gastava milhares de reais toda vez que visitava o local?

— A Califórnia é maravilhosa, mas sinto que as coisas aqui combinam mais comigo. Bom saber que você ja conhece sua futura sogra. – Justin fitou o corpo escultural da garota da maneira mais indiscreta possível.

Suzana ficou boquiaberta. Antes que pudesse pensar em uma resposta a altura, o treinador soprou o apito para chamar sua atenção. Alicia agarrou o braço de Suzana assim que Justin deu as costas.

— Você não perde a chance de se atirar, não é?

— Cala a boca! – disse abrindo um sorrisinho perverso.

Todos sabiam que Suzana Castro era a maior "piranha", não que isso fosse um adjetivo ruim para ela, muito pelo contrário, quanto mais as pessoas falavam dela, mais poderosa ela se sentia, e menos ela se importava. Talvez fosse por isso que as pessoas se intimidavam tanto, ela era o tipo de garota livre que os meninos queriam ter e as meninas queriam ser - em alguns casos até vice-versa.

Depois do treino tudo que ela queria era tomar um banho, subir as escadas, cair na cama e não pensar em como o dia seguinte seria sobrecarregado: café da manhã com o clube de francês, 8 tempos de aula, testes de teatro e outro treino exaustivo de handball. Conquistar méritos com atividades extracurriculares não era nada fácil, mas ela precisava disso, já que seu boletim ano passado foi um completo desastre.

Ela se arrastou pelo pátio azulejado, na direção do vestiário da piscina - era sempre mais vazio do que o do dormitório. Parando um pouco à porta, pronta para colocar o biquíni, ela se deu conta: Quem se importa? Estava cansada demais para se trocar, e ninguém ia ali exceto em dias de natação. Ela tirou a roupa até ficar só de calcinha e sutiã, e inclinou-se para frente para ligar o chuveiro deixando um suspiro escapar quando a água fria tocou seu corpo.

— Oi...Posso entrar?

Suzana se virou. Catherine estava perto do lavabo, vestindo o biquíni da Burberry mais sexy que ela já vira na vida. Ela se xingou mentalmente por ter preferido ficar com uma calcinha velha de cintura alta e seu sutiã de ginástica Off-White.

— Tem outras duchas. – ela respondeu dando de ombros. Catherine havia a desprezado tanto da última vez que se encontraram, que ela preferia devolver na mesma moeda.

— Vai me tratar assim agora? As coisas já estão tão difíceis...

— As pessoas tem exatamente o que merecem de mim Catherine. Então eu vou facilitar para você. Não sou o tipo de garota que implora para que me queiram, muito menos a que briga por um homem. Não preciso disso.

Catherine entrou na cabine com receio, e Suzana, sem motivo algum, sentiu-se invadida por uma onda de desespero. Quando uma das mãos da loira percorreu seu cabelo molhado e a outra tocou sua cintura, ela perdeu totalmente o fôlego. Achava incrível como Catherine tinha poder sobre ela, mas ao mesmo tempo, odiava esse lado manipulador e confuso da garota, que uma hora a tratava bem e no dia seguinte a humilhava em frente à escola inteira. Suzana puxou sua toalha pendurada em uma das divisórias e desvencilhou-se daqueles braços finos e delicados, começando a secar seu cabelo com fúria. Se ela pensava que podia usá-la como bem quisesse estava completamente enganada.

Catherine se assustou com a insistência da garota em se afastar enquanto tudo que ela desejava era poder descansar sob o corpo de Suzana, como se nada mais no mundo importasse. Ela também não gostava de admitir fraquezas, mas quando viu Suzana ser insensível daquele jeito, entrou em pânico.

— Não foi pelo Bernardo, foi por você. – as palavra saltaram da sua boca e seu coração tamborilou, arrependido e com medo da resposta. Ela não devia ter dito aquilo.

Assim que ouviu aquele nome foi como se tivessem aberto uma parte do seu cérebro que estava trancada à sete chaves. Lembranças da festa de sábado apareceram em flash na sua mente. O estômago de Suzana embrulhou. Ela ficou tão drogada aquele dia que nem se lembrava consistentemente das coisas que fez, ou ao menos entendia o porque daquele arrepio gelado correr pela sua espinha, como se tivesse feito coisas sombrias demais até mesmo para alguém indecente como ela.

— Pois devia ter pensado melhor antes de me tratar daquele jeito, eu não vou ser mais um de seus fantoches. – disse nervosa e saiu do local deixando Catherine desolada.

Precisava encontrar quem soubesse dizer exatamente o que ela fez naquela festa. Mesmo com um medo irracional de ter conhecimento de suas ações.

Coloque-se no lugar do gato, a curiosidade não vale a pena?

Coloque-se no lugar do gato, a curiosidade não vale a pena?

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