XIII

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" As coisas nem sempre são o que parecem

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" As coisas nem sempre são o que parecem."

Existem alguns desastres que você não vê se aproximando, independente do quão cuidadoso você seja. Uma pequena surpresa que tem o poder de mudar tudo e se tornar uma verdadeira catástrofe...

Em um mundo comandado por heranças e jogos de poder, é essencial saber escolher suas companhias, e ouso dizer que os alunos do Olympus College possuíam um dom perspicaz de seleção. Estavam bem familiarizados com certo ditado: mantenha seus amigos por perto, e seus inimigos mais perto ainda. A maioria praticamente morava ali durante todo o ensino médio, então hora ou outra tinham a oportunidade de se conhecer. Isso não significa que sejam amigos, mas a boa educação e a cessão de alguns pelo sucesso, permitia a coexistência de seus egos inflados. Dessa forma, a divisão entre eles era sempre nítida e nessa tarde, em especial, a escola se reunia em três grandes grupos.

O dos indecisos, que era, em geral, formado por alunos do primeiro ano e novatos, que se perdiam em meio a gama de opções de atividades extracurriculares exibidas na feira de exposições.

Era obrigação de todo aluno, além da carga horária normal de estudos, escolher pelo menos duas atividades extraclasse, as quais promoviam um amplo crescimento pessoal e deliciosas notas extras. Isso me leva ao segundo grupo: Os desesperados. Normalmente composto por terceiranistas, que se sobrecarregavam ao máximo, ávidos por melhoras súbitas em seu histórico escolar para garantir então, maiores chances de conquistar vagas nas melhores universidades do país e do exterior.

E por último, mas não menos importante, os indiferentes. Abrangia todo o restante dos alunos que, segundo os próprios, tinham coisas mais importantes para se preocupar. Isso envolvia tanto Bernardo e Daniel, fumando cigarros na varanda, quanto Sebastian se isolando no seu lado do quarto, procurando evitar qualquer tipo de contato social.

Não havia vício algum que o impedisse de reviver a noite trágica de sábado. Doía. Doía tanto que ele poderia, ironicamente, se afogar em tanta dor. As vezes ele se convencia de que tudo não passou de uma alucinação sombria, de que sua mente havia criado aquela lembrança apenas para realizar um tipo de auto tortura sádica até que ele não suportasse mais. Porque ninguém comentava sobre o assunto. Ninguém foi interrogado pela polícia. Ninguém sabia o motivo de uma adolescente ser lançada do segundo andar, gravemente ferida. E ninguém parecia se importar.

O barulho da porta se abrindo o fez despertar assustado de seus pensamentos. Suzana Castro entrou no quarto, sem licença alguma. Ele não entendia o porque dessa garota petulante rodear tanto Bernardo ultimamente, e mesmo sendo próximo o suficiente para perguntar, ele preferia não se meter. No entanto, o seu grau de interesse mudou quando ouviu a festa de sábado ser mencionada pela menina. O quanto seu amigo sabia sobre o que aconteceu naquela noite?

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