nosso segredo

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Seis meses depois...

Era uma manhã fria, talvez a mais fria de todo o ano, Jisung estava empacotado dos pés à cabeça enquanto arrastava Seungmin pra casa.

— O que cacete você bebeu, Seungmin? Sabia que virar a noite bebendo não é legal? Você costumava ter mais juízo antes.

Reclamou o bochechudo, servindo-se de apoio ao amigo que estava mole de tão bêbado.

— O que caralho aconteceu com você também, Jisung? Pensa que é legal ficar furando com os amigos pra ficar em casa lendo? Você gostava de sair, gostava mesmo. E eu só me diverti, tô vivendo minha adolescência bem.

Era engraçado, o Kim não mentia. Passar tanto tempo em casa fez com que Jisung se tornasse quase dependente dela, arrumava desculpas para ficar lá, porque no fundo estava amargurado demais para continuar frequentando festas e eventos escolares em que Minho estivesse.

Falando neste, Jisung não o via há muito tempo. Arrumava desculpas para não fazer aulas juntos, era um verdadeiro inferno lidar com as piadinhas que ainda rondavam sua cabeça.

Minho havia tornado sua vida um inferno.

Com o peso do amigo, o Han soltou um palavrão enquanto o deixava na calçada de sua casa. Assim como a própria Han, a mãe do rapaz também trabalhava parte do dia, ou seja, caminho livre para encher a cara e depender dos amigos para voltar.

Todos haviam mudado.

E era tudo muito estranho.

Ao abrir a porta e deixar o amigo deitado no sofá, Jisung tentou tomar cuidado ao trancar novamente a residência, louco para voltar para sua caminha quente.

Era sábado e aquela manhã pedia um bom sono, um bom café da manhã e um livro gracioso.

Ao cruzar a praça que ficava perto de sua casa, o rapaz avistou Minho.

Ah, ele sempre estava ali.

Sabia bem da conversa que o rapaz havia tido com Chan, sabia ainda mais que este apoiava uma reconciliação de amizade, mas todos sabiam que não era só isso.

Conflitos? Haviam muitos. O primeiro foi o escândalo que JeongIn havia causado, o último estava bravo demais com a atitude do namorado, particularmente odiava Lee Minho com todas as forças. Seungmin estava entregue a sua "vida adolescente", e aquilo chateada os amigos. Já Jisung tentava apenas ficar em casa. Sempre era melhor quando se recolhia. Evitava momentos como aqueles, em que Minho o observava de longe e o encarava até entrar em sua casa.

A vida pode ser dura demais quando quer.

Ao passar pelo rapaz, como sempre fazia em determinados momento, o Han abaixou a cabeça e seguiu o caminho calado.

Ao chegar em casa Thor o esperava, já não era mais tão pequeno, mas seu tamanho e peso o deixava ainda mais mimoso aos olhos do pequeno Han.

Tirou todos aqueles casados e deitou no sofá, buscava um novo sono, mas em sua mente só girava a imagem de Minho rindo de si.

Era assim que seus tormentos começavam; sempre que o via. Maldito.

Com a esperança que Minho não estivesse mais na praça, Jisung voltou a se agasalhar, dessa vez colocando uma roupinha em Thor, o puxando pela coleira.

Quando falamos que a vida é dura, parece até engraçado, mas ela realmente nos fode cada dia mais.

É como um chão cheio de whisky barato e um homem com um isqueiro em mãos. A vida é o isqueiro, tem posse de nós, o whisky somos nós, que nos submetemos as coisas ruins que a vida planeja imoralmente para nós.

Minho ainda estava lá, parecia triste, mas aquilo não interessava. Não mais.

Thor era descontrolado e tinha força, aproveitou do momento em que Jisung havia afrouxado a mão e fugiu.

Filho da mãaaaaaae.

O destino era tão filha da puta a ponto de fazer com que Thor aceitasse carinhos de um estranho. Porque era aquilo que Minho significava para Jisung.

Paralisado, sequer conseguia encarar outra pessoa. Minho caminhava com Thor para junto de si. O sorriso de sempre agora estampava sua boca, mas o que Jisung tinha a ver com aquilo?

Ele estava próximo demais pra Jisung correr.

— Você precisa correr com ele, essas travessuras podem render algum acidente pequeno com ele.

Respirou fundo, pegando a coleira e puxando Thor para junto de si.

— Acredito que eu não tenha pedido uma aula de como cuidar de um cachorro. Mas obrigado.

Sequer sabia como havia falado aquilo, pareceu ser certo e automático.

— Vai me evitar por quanto tempo, Jisung? Você tá rendendo essa porra há meses. Sequer me olha nos olhos quando eu tento falar com você.

E foi ali que o coração do Han deu uma parada, Minho não podia exigir nada, fora ele quem o fez mal.

— Até quando eu esquecer o que você fez. Tá satisfeito, agora? — Alterou a voz, se afastando do rapaz a medida que o via se aproximar mais. — Tente não estragar o pouco de consideração que ainda guardo de você. Me deixa em paz de uma vez e segue a droga da sua vida, Minho. Não foi engraçado rir de mim? Talvez seja engraçado não correr mais atrás de uma pessoa que você só magoou. Eu sei o que o Chan disse, e sinto muito por você acreditar que ainda pode ter alto vindo de mim.

— Jisung, você não entende.

— Eu entendo, Minho. Priorizar sua fama foi mais importante. E quer saber? Eu não esperava que você fosse agir como um babaca. Mas acontece. Já foi.

— Por que não me deixa falar?

— Não tem o que falar.

Gritou o mais novo.

— Eu amo você, porra.

E depois de ouvir para pedaço daquela maldita frase, Jisung só correu com Thor o seguindo.

Saber que Minho o amava não mudaria nada, certo? Errado.

Bad Boy ♡ minsung Where stories live. Discover now