Depois de terminar, coloquei outra roupa e fui para o quarto, deixando as coisas lá e pegando os remédios de Yuna, em seguida indo ao refeitório, que já estava vazio, e pegando o pote de comida que tinha o número sete.

Sai dali, indo em direção ao corredor. Vi algumas garotas na porta do dormitório e elas sorriram para mim, o que me fez retribuir o gesto e continuar meu caminho.

Parei em frente à porta e vi uma garota segurança parada ali perto. Ela sorriu, acenando para mim. Por um impulso falei:

-Eu nunca perguntei seu nome. – ela sorriu. Tinha um sorriso muito bonito –

-Isso é verdade. – disse – Sou Moonbyul.

-Sou Ryujin. Mas por aqui me chamam de ignorada. – ela deu uma risadinha – Até mais, Moonbyul. – ela assentiu enquanto eu abria a porta –

-Até, Ryujin.

Sorri e entrei no quarto. Estava escuro. Fechei a porta atrás de mim e acendi a luz.

Yuna estava sentada na cama, com as pernas dobradas, os braços em cima delas e a cabeça escondida nos mesmos. Seu cabelo caia todo para um só lado, fazendo uma parte de seu rosto aparecer. Limpei a garganta e a menina olhou para mim.

-Espero que esteja com fome. – falei e ela mordeu o lábio, assentindo devagar –

Fui até Yuna, sentindo aquele desconforto ao chegar perto dela novamente. Entreguei os remédios e o copo d’água primeiro, vendo-a colocar as pílulas na boca e engolir com um pouco de dificuldade. Depois ela pegou a comida da minha mão e então eu me afastei.

-Amanhã na parte da tarde teremos um encontro de campo. – falei e ela olhou para mim enquanto mastigava lentamente – Onde todas as pessoas vão se encontrar no pátio, só que junto as suas acompanhantes. – Yuna franziu o cenho –

-Isso é loucura. – resmungou, eu consegui escutar, mas não comentei nada sobre –

Yuna logo terminou sua refeição, indo ao banheiro. Demorou uns cinco ou seis segundos para ela aparecer novamente e ir deitar-se em sua cama. Suspirei, pegando meu celular que estava no bolso e amaldiçoando o nada por ter que ficar naquela situação horrível novamente, sem nem saber o porquê. A garota se mexeu poucas vezes enquanto eu estava lá. Provavelmente estava dormindo mesmo. Fiquei jogando algo de palavras, esperando aquela pulseira tocar logo para eu poder sair dali.

Eu estava preocupada. Mas, ao mesmo tempo, tinha algo que eu não sabia o que era, mas estava sentindo. Não sei se era em relação à Yuna ou a outra coisa, só sei que era horrível. Eu sentia um peso enorme em meus ombros e não sabia como tirá-lo dali.

Depois de um bom tempo, Yuna acordou, sentando-se na cama, do jeito que estava quando entrei. Pensei se falava alguma coisa ou não, e, o que eu iria perder se falasse?

-Yuna... – comecei, vendo a garota levantar o olhar – Eu quero—

No momento que eu ia falar, minha pulseira tocou. Eu sempre sou burra o suficiente para tentar começar uma conversa quando o tempo já está acabando.

-Eu tenho que ir agora. – falei e ela piscou lentamente, voltando a esconder o rosto – Mais tarde eu volto.

Sai do quarto e fui rapidamente até o corredor dos dormitórios. Fiquei com vontade de chutar a parede, mas dessa vez não fiz, afinal não queria ter meu pé enfaixado como minha mão estava.

Resolvi apenas ir para dentro do dormitório e me jogar na minha cama, ficando lá por uns bons minutos, escutando as meninas entrarem conversando, escutando a porra daquela sirene do caralho e escutando também Yeji chegando bem perto da minha orelha e sussurrando:

Monster -2ShinOnde as histórias ganham vida. Descobre agora