A Segunda Esposa

CAPÍTULO 12

Jhon não parecia nada comovido com a minha revelação e como se eu soubesse já sentia o que viria a seguir, com certeza ele me rejeitaria, estava mais que nítido, aquele silêncio que durou cerca de 30 segundos pareceu ser uma eternidade e eu já me arrependia de cada palavra precipitadamente dita!

Jhon: Luiza, eu entendo os seus sentimentos por mim. - ele disse isso e ficou parado olhando para o chão como se escolhesse quais palavras usar e eu estava petrificada na posição em que me encontrava, eu tinha medo do que ele diria porque não sabia se estava pronta. - Porém, você tem que entender que eu e Amélia somos um casal, juntos nós decidimos ter você aqui e você aceitou tudo numa boa, tentamos resolver da melhor forma possível te dando o direito de escolha e você decidiu ficar.

Eu: Porque achei que você me amasse. - falei baixinho porque sabia que ele tinha mais a dizer mas queria que ele me entendesse e não ficasse achando que eu estava completamente louca por ele.

Jhon: Sinto muito. - ele não disse que me amava e nem que não me amava e eu preferia que tivesse dito umas das coisas porque dizer só "sinto muito" não é uma resposta. - Mas eu tenho outra mulher e não posso ser exclusivamente seu, Luiza vocês duas são minhas mulheres e cada uma tem um lugar na minha vida, você terá que matar seu orgulho para continuarmos bem. Nós somos muito bem casados e não pretendo me separar de você tão cedo, começamos isso e iremos até o fim. - eu me sentia pior do que o último salgadinho da festa mas não poderia me fazer de inocente, eu sabia no que tinha entrado e teria que lidar com isso, não tinha muita escolha e se eu simplesmente fugisse não tinha ninguém para me acolher, aquele era meu destino, dar um filho a Jhon e me submeter a Amélia, daquela forma toda aquela confusão acabaria.

Eu: Tem razão. - falei por fim limpando o rosto, eu decidi que tinha que seguir em frente e eu teria que fazer isso por mim. - Vou tomar banho. - saí do quarto antes de Jhon falar algo e segui para o banheiro.

[...]

Logo quando voltei do banheiro passei em frente à um dos cômodos e escutei vozes, parei para ouvir era Jhon e Amélia conversando sobre algo... era sobre mim.

Eu corria o risco de ser pega ali mas quando escutei meu nome sabia que não deveria sair e descobrir o que falavam.

Amélia: Jhon! Eu avisei droga! Como pode deixar isso chegar a esse ponto? - ela parecia bem irritada com algo e Jhon bem calmo por sinal.

Jhon: O plano era ela se apaixonar mas isso subiu a cabeça dela! Pelo menos ela nos dará o que precisamos para manter os interesseiros longe! - ele falou confortável como se estivesse conversando com um amigo sobre um assunto banal.

Amélia: Pelo menos isso né, acredita que sua mãe ligou hoje para saber o que estava acontecendo? Ela está louca para pegar toda a fortuna! Não podemos deixar que isso aconteça! Precisamos da criança, nem que pra isso tenha que ceder aos caprichos da menina! - Jhon se levantou e eu me escondi no canto da parede, não tinha como correr dali e se eu passasse em frente seria vista, fiquei o que considerei a vida toda parada na mesma posição apenas escutando, só me movi no entanto quando escutei Amélia ofegar, tentei pegar um pedaço do que estava acontecendo e vi Jhon a despindo e beijando ao mesmo tempo, aquilo me causou uma dor inimaginável, eu queria sumir dali e foi o que fiz segundos mais tarde.

[...]

Quando dei por mim já estava na porta da casa dele, não sabia o que me esperava mas qualquer coisa era melhor do que ficar naquele ambiente em que eu estava, então ele poderia me pedir o que quisesse e eu faria, eu estava machucada e tudo o que eu queria era morrer! Por que nada dava certo para mim? Primeiro perdi meu pai, minha própria mãe me vendeu, o homem que comecei a confiar estava mentindo pra mim e me usando para ter o que queria, eu estava mesmo no fundo do poço e só ele poderia me tirar de lá.