Capítulo 33 - Valente

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Renúncia retirou a sua máscara e revelou-se para Samantha.

— Antes de você me chutar naquele jogo eu já estava sendo preparada para ser a maior e mais poderosa guerreira das trevas. Naquele dia você venceu, mas hoje a vitória é minha.

O rosto por trás da máscara era o de Mara, a goleira do time Betel que ainda estava com o rosto um pouco machucado devido ao chute que levou de Samantha na semifinal do torneio de futebol.

— Aquele foi um dia triste Mara, nós duas perdemos com aquela briga, mas hoje a vitória será minha de novo.

— Vitória? Veja sua posição, sua ridícula, fracote, pobretona, covarde!

Mara se agachou um pouco para olhar bem nos olhos de Samantha.

— Agora eu vou descontar o chute que você me deu e eliminar você da busca, depois vou atrás de Alice, já que apenas eu posso derrotá-la.

— Você me chamou de fraca, pobre e covarde, mas a covarde aqui é você. Eu sou forte, tenho orgulho de ser cristã e sabe o que mais me orgulha?

— O quê?

— De ser uma valente! — Surpreendendo à vilã, Samantha pegou sua espada com o braço esquerdo e atingiu o ombro da guerreira, que ferida, deu alguns passos para trás.

Samantha tirou seu braço preso sobre a rocha e se levantou dando diversos chutes em Mara que se apoiou sobre uma rocha para não cair.

— Verdadeiramente ele levou sobre si as nossas enfermidades e pelas suas pisaduras fomos sarados! Eu disse que venceria sua frangueira!

Renúncia se afastou de Samantha, mas levou um forte chute de Elizabeth que a fez bater a cabeça com muita violência e desaparecer. As duas primas se abraçaram e Elizabeth disse para Samantha.

— Essa já era, mas veja quem eu encontrei caminhando pra cá.

Samantha se surpreendeu ao ver Karol muito machucada e com as roupas rasgadas.

— Parece que você foi atropelada por um caminhão?

— Um caminhão chamado Jéssica.

— Mas você lutou com ela e ainda está aqui, o que aconteceu?

— Eu apanhei muito Samantha, mas no final consegui vencer graças a Deus.

Elizabeth interrompeu a conversa.

— No caminho a Karol te conta tudo, vamos nos apressar e ir para a praia.

— É verdade, Alice pode estar precisando de ajuda. — disse Samantha.

— Bom, na verdade, ela vai receber ajuda sim.

— De quem? Da Prisma?

— Negativo Samantha.

— Mas ajuda de quem então?

Elizabeth contou para Samantha que se surpreendeu com a revelação.

No fim do vale, Iliam, a sanguinária, ameaçou Alice com sua voz colossal.

— Você chegou até o fim, mas errou ao não eliminar Raquel, agora eu vou derrotar você e deixar a vitória para a sua inimiga.

— Pensei que a disputa fosse apenas entre as guerreiras das trevas e as valentes. Isso é trapaça.

— Chame do que quiser, mas terá que passar por mim para chegar as espadas.

— Vai ser fácil, meu irmão já derrotou alguns de vocês.

— Acha mesmo que pode me machucar como Benjamim fez com Abismo?

— Te machucar? Não Iliam! Eu vou te destruir!

Alice pegou sua espada e partiu para o ataque surpreendendo a vilã que se defendeu com seu escudo. Iliam bateu as asas ficando a uns quatro metros do chão fora do alcance da implacável.

— Você não tem a menor chance contra mim Alice.

— Está com medo de me enfrentar, desça e lute como uma guerreira de verdade, sua covarde.

Iliam subiu mais alguns metros e desceu com velocidade atacando Alice com muita força. O vale tremia quando as espadas das duas se tocavam e Raquel recobrou a consciência.

A sanguinária bateu suas asas novamente e ficou fora do alcance de Alice, mas a valente surpreendentemente deu um salto e agarrou uma das asas de Iliam a impedindo de voar.

As duas caíram sem as suas armas e trocaram potentes socos e chutes ficando bem machucadas. Alice aplicou uma série de golpes em Iliam que não conseguia revidar e muito ferida caiu sem forças.

— Você perdeu Iliam, agora eu vou acabar com você de uma vez por todas!

No momento em que Alice pegou sua espada para destruir a sanguinária, todo o vale ficou escuro como se fosse o último minuto do pôr do sol. A areia da praia e a água desapareceram dando lugar a pedras com fogo em suas frestas.

Escuridão apareceu para confrontar a implacável.

— Muito bem minha jovem, parabéns. Nem mesmo Iliam, a sanguinária, conseguiu resistir a você.

— O que você quer seu trapaceiro, o combinado era lutarmos contra as tenebrosas? Iliam não podia interferir, nem aquela outra, a Renúncia.

— Não se esqueça de que uma guerreira chamada Prisma surgiu para ajudar vocês.

— Não precisávamos da ajuda dela, mas e agora, vai tentar me impedir de pegar as espadas douradas.

— Infelizmente eu não posso interferir nessa disputa, mas eu tenho poder para destruir mil iguais a você.

— Pra mim você é um covarde que coloca meninas para lutar em seu lugar, seu velho medroso.

O vilão se irritou com o comentário de Alice e suas mãos e olhos brilharam muito. Ele apontou para a valente e prometeu.

— Eu vou me lembrar destas palavras Alice, tenha certeza que você pagará caro por essa afronta.

O vilão desapareceu e as pedras afogueadas sumiram voltando a dar lugar a areia e ao mar. O vale também voltou ao normal com exceção de algumas rochas que continuavam a pegar fogo, principalmente nas partes mais altas.

O sol estava no ponto mais alto do céu, mas mesmo assim a luz continuou fraca como se fosse escurecer. Iliam se levantou e voltou a atacar Alice que contra-atacou. Enquanto elas trocavam golpes, Raquel, mesmo mancando se aproximou das espadas douradas.

— Vai perder Alice, que vergonha, disse que vem de uma família de vencedores, o que vai explicar para o seu pai e seu irmão.

Alice gritou de raiva e tentou correr para alcançar as espadas, mas foi impedida por Iliam que a segurou. Alice ficou distraída e a sanguinária deu um forte pontapé no rosto da valente que caiu. Iliam veio por cima de Alice com sua espada e gritou imitando o irmão da guerreira.

— Você perdeu!

Esquadrão das Valentes Vol.4: No vale da perdiçãoWhere stories live. Discover now