Capítulo 23 - Brincando

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Catarine não conseguia mais andar e foi carregada por Alice para junto de Vanessa. Antes de desaparecer a valente segurou a mão de sua capitã e lamentou.

— Me desculpe, não consigo mais lutar.

Catarine desapareceu junto com suas armas e as guerreiras das trevas, que agora contavam com apenas sete guerreiras e sua capitã, foram escoltadas para fora da arena sendo hostilizadas pelos romanos.

Faltavam poucos minutos para anoitecer e as tenebrosas, abaladas pela derrota e com Graziela ferida, tinham que arrumar um lugar para descansar.

As valentes saíram da arena recebendo aplausos dos romanos que fizeram cair uma chuva de flores sobre as vencedoras. As guerreiras de Peniel foram levadas a um lugar onde os gladiadores descansavam e se acomodaram para passar a noite.

As guerreiras, muito cansadas pegaram logo no sono. Antes de dormir, Vanessa brincou com Alice e Tifany.

— Bom! Vocês não vão dormir mesmo, mas eu vou, boa noite.

— Como você sabe que a gente não tem sono? Eu não falei pra você que não dormi ontem.

— O mesmo aconteceu comigo há muitos anos atrás Alice, mas falamos sobre isso outra hora.

A capitã deitou-se e Alice ficou conversando com Tifany utilizando a linguagem de sinais e falando baixo, já que a ruiva também entendia leitura labial.

A líder das valentes lamentou a interrupção dos romanos, já que ela tinha certeza que elas poderiam ter eliminado todas as suas inimigas. Tifany comentou que sentiu um poder muito grande na luta, como se algo dentro dela quisesse sair.

Após conversarem a madrugada toda, as duas se deitaram olhando para cima, ao fecharam os olhos por alguns segundos tudo mudou, o estádio havia sumido restando apenas às almofadas onde elas e suas amigas descansavam.

A líder das valentes levantou-se e seu uniforme que antes, era branco com detalhes em prata estava agora preto com detalhes em cinza bem escuro.

— Você mudou de novo Alice. — disse Cíntia.

Alice não soube explicar porque sua roupa estava diferente e elas reiniciaram a caminhada até chegarem próximas a uma linda cachoeira. Samantha foi ver mais de perto e ficou bem na beira da queda d'água. Elizabeth se aproximou de sua prima e perguntou.

— Será que a água está gelada?

— Acho que não Liz.

— Então confirma pra gente.

Elizabeth empurrou Samantha na água e ela, depois de reclamar muito, comentou.

— A água está uma delícia.

Vanessa pediu para que as meninas pulassem com suas roupas para o caso de surgir algum inimigo. Elizabeth e as valentes correram e pularam na água enquanto a capitã com dores no braço apenas observava.

Como sempre faziam, elas brincaram de cavalo de guerra com Samantha e Elizabeth vencendo as duplas formadas por Tifany e Amanda e Alice e Karol, que resolveu entrar na água desta vez. Cíntia não brincou porque sua cabeça doía muito devido ao forte chute que havia recebido de Jéssica.

Após saírem da água elas se aprontaram para caminhar. Samantha se aproximou de Amanda e perguntou.

— Por que você não eliminou sua prima na arena? Se ela tivesse chance tinha acabado com a sua raça!

— Eu não consegui, fomos criadas juntas, ela é minha irmã de criação. — respondeu Amanda de cabeça baixa.

— Achei muito estranha a sua atitude Amanda!

— Você está insinuando o que Samantha? Eu não admito você colocar minha honra em questão!

As duas começaram a discutir e Alice as mandou parar.

— Imagine se a Liz fosse para o lado das trevas Samantha, o que você faria? — perguntou Vanessa.

— Do nosso lado eu já quero arrebentar ela, imagine do outro lado, eu arrancava a cabeça dessa idiota.

— Cuidado Samantha, a bíblia diz que quem chama seu irmão de idiota está em perigo de ir para o fogo do inferno. — alertou Vanessa.

Samantha olhou assustada para Vanessa e falou que não sabia daquela passagem bíblica, a valente, sem graça, saiu da presença de sua capitã bem pensativa.

— Se o Benjamim fosse para o lado das trevas eu ia dar um pau nele. — disse Alice para Cíntia.

— É, mas ia perder, como sempre. — Cíntia deu muita risada e deixou sua irmã emburrada.

Amanda, incomodada com os comentários de Samantha disse para Tifany que da próxima vez que encontrasse com Karen ia acabar com sua prima para que ninguém mais duvidasse de sua lealdade. Tifany respondeu que não duvidava dela e que a ajudaria a derrotar Karen.

Enquanto as valentes se preparavam para prosseguir, Jéssica, muito mal-humorada após uma noite mal dormida, reuniu suas guerreiras das trevas para reiniciar a caminhada. Ela pegou Karen pelo colarinho e a intimou.

— Como você, a líder das guerreiras, a número 1, caí feita uma laranja madura em frente à sua inimiga que só não a eliminou da busca porque não quis! — Karen se desvencilhou de Jéssica com muita rispidez e respondeu.

— Todas nós levamos uma surra, até você foi atingida por aquela baixinha. Os leões me distraíram, por isso eu caí.

— Eu fui atacada enquanto dominava minha inimiga, mas você estava frente a frente com aquela vassoura. Se você for derrotada outra vez eu tiro você da liderança das guerreiras, entendeu? — Jéssica apontou para a guerreira número 2 que apenas escutava a discussão. Ela era a única das guerreiras das trevas que ainda utiliza sua máscara.

Karen fez uma promessa.

— Eu vou encontrar com Amanda novamente e ela não terá a menor chance.

Ligia e Graziela estavam machucadas e Jéssica as provocou dizendo que elas eram péssimas guerreiras. A capitã, aos gritos, mandou as tenebrosas se levantarem e andarem.

As valentes caminharam por uma hora e chegaram a um belo lugar quer era repleto de montes com grandes penhascos, o que as deixou admiradas.

Elas pararam de caminhar um pouco para apreciar a vista e voltaram a andar, mas Karol continuou parada se olhando no pequeno espelho que carregava em sua mochila.

Karol não percebeu que suas amigas se distanciavam e através do espelho levou um enorme susto ao ver que um ser de aparência horrível, um velho conhecido dos valentes, estava atrás dela. 

Esquadrão das Valentes Vol.4: No vale da perdiçãoDär berättelser lever. Upptäck nu