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Desde o dia em que fui demitido da cafeteria, não tinha mais o que ser feito, somente ficar em casa e esperar o dia terminar para começar o outro. Eu estava tão entediado, passava os canais da TV sem ânimo nenhum, nada do que estivesse passando ia mudar um pouco meu humor.

Com a Noona e também a Omeoni fora – ela sempre saía todas as manhãs – eu precisava me contentar com meus pensamentos e uma casa vazia. É horrível a sensação de ser um fardo, eu sentia que era isso estando aqui sem ajudar, tinha medo de que aquela causa na justiça fosse cancelada e eu tivesse que passar o resto dos meus anos de vida sendo sustentado pelos outros, o que uma faculdade não ajudaria...

Como já estava na hora do almoço, me levantei do sofá e chacoalhei meu pijama deixando os farelos dos biscoitos caírem no chão, andei até a cozinha e olhei primeiro na geladeira, eu ia recompensar com uma refeição muito bem preparada, quem sabe até mesmo a Noona poderia vir almoçar em casa dessa vez.

Peguei todos os ingredientes necessários para fazer tudo o que eu queria, iria mostrar que minhas habilidades na cozinha podiam ser maravilhosas também. Enquanto cortava a cebola em rodelas, senti meus olhos começarem a lacrimejar, passei a mão na região e me arrependi amargamente de tê-lo feito.

— Aigoo, como dói! — exclamei um pouco alto demais.

— Suk? Está tudo bem? Aconteceu alguma coisa? — ouvi a voz da Omeoni se aproximar de onde eu estava.

Quando ela me viu parecia que quem estava sentindo dor era ela, correu para me abraçar e acariciou minhas costas de um jeito relaxante, mesmo sem entender o porquê de tudo aquilo, continuei sentindo aquele abraço, eu podia não ter uma mãe, mas a Omeoni foi o mais perto que consegui ter de uma figura materna.

— Não precisa ficar assim... Tenho certeza que você e a S/N vão conseguir conversar, ela não aguenta te ver sofrendo.

Abri os olhos imediatamente e estranhei o que ela havia dito, será que a mesma tinha entendido errado? Quando me apertou mais forte, percebi que realmente ela estava pensando em outras coisas que não fossem as rodelas de cebola cortadas na tábua, tentei me afastar dela, porém a pequena senhora voltou a me abraçar.

— Não, Omeoni... Não é isso o que está pensando... — tentei mais uma vez fazer com que seus braços se afrouxassem.

— Não precisa negar para mim, eu sou praticamente a sua mãe, pode me contar tudo e eu verei o que posso fazer para ajudar.

— Não tem nada a ver com a Noona! Eu só estava cortando cebola!

Na mesma hora, ela me soltou e olhou para a pia, ainda um pouco aérea pelo o ocorrido, ela começou a rir e isso me contagiou para gargalhar também. Tive que explicar o que estava fazendo para que ela entendesse bem, começou a me ajudar ainda rindo do que tinha acontecido.

— Por um momento achei que você e a S/N tinham brigado, se ela fizesse algo que te machucasse eu iria arrancar os cabelos daquela menina!

Dei uma curta risada e tive que dizer mais uma vez que tudo estava bem entre a gente, depois daquele acontecimento no parque, eu não iria duvidar mais da minha namorada. Também era engraçado chamá-la assim, não que eu não gostava, pelo contrário, era como um sonho que nunca se realizaria para mim e agora eu não ia desistir tão fácil, quero a Noona todos os dias na minha vida.

Eu e a Omeoni estávamos quase acabando tudo, só faltava cozinhar para que chegasse ao ponto certo, aproveitei esse momento para ligar para a S/N, talvez eu consiga convencê-la para vir em casa. Fechei a porta do meu quarto e disquei o numero da mesma, meu coração batia rápido só de ouvir os barulhos da chamada, eu estava realmente nervoso.

My Noonim Where stories live. Discover now