11º

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Entrei dentro da cafeteria depois de ter me despedido da Noona, o movimento estava um pouco mais cheio do que de costume, pois hoje tinha uma promoção no cardápio. Fui para trás do balcão e entrei na cozinha, o cheiro de café expresso estava muito bom, coloquei somente o avental que estava faltando no meu uniforme e voltei até a entrada para ajudar meu amigo, Jung Min. Assim como eu, Jung Min também é garçom e novo funcionário, nos damos bem desde o primeiro dia trabalhando juntos, ele é uma pessoa divertida e totalmente o contrário de mim.

O negócio é de uma família simples, o senhor e a senhora Park são pessoas totalmente adoráveis, porém a filha, como Jung Min apelidou, não passa de uma pirralha manipuladora. Além de não fazer o serviço correto, atrapalha todos com suas atitudes egoístas, pelo menos não preciso aturá-la de manhã, por causa das aulas.

— Aquela que estava no carro era a sua Noona? — perguntou Jung Min ao se aproximar da mesa que eu limpava— Se eu morasse na mesma casa que aquela mulher não iria conseguir me controlar!

— Deixe seus pensamentos impuros guardados pra você! Sabe que eu não gosto disso, ainda mais se tratando da S/N...

— Está bem, eu já entendi...

O mesmo saiu com as mãos pra cima em forma de redenção, sorri fechado, ele podia ser impertinente quando quer. Meu sorriso aumentou mais ainda ao me lembrar da noite passada, ela com certeza ia me beijar, disso eu não tinha dúvidas, eu não posso deixar mais as oportunidades passarem, preciso fazer algo a respeito, mesmo não tendo convicção de que ela queira o mesmo, poderia ter feito aquilo no calor do momento.

Parei de pensar assim que alguém tinha me chamado, fui até a mesa e anotei todos os pedidos, levei até o balcão e a Sra. Park começou a fazê-los rapidamente, não tínhamos tempo para distrações. As pessoas entravam e saíam, fazendo o sino soar todas as vezes, eu até tinha me acostumado com a velocidade em que as coisas aconteciam, para uma primeira vez trabalhando em algo assim, eu até não me saí mal.

— Qual será o seu pedido, senhora?— perguntei sem nem menos tentar ver o rosto por trás do jornal.

A mesma abaixou o objeto e o rosto envelhecido, porém muito conhecido por mim, apareceu em meu campo de visão. Fiquei perplexo em vê-la nesse lugar, não fazia ideia do que ela queria comigo, não podia negar que meu coração estava prestes a pular fora do peito.

— Eu quero ter uma conversa com o meu sobrinho e um café gelado, por favor...

— O café pode até ser feito, mas não prometo a conversa.

— Vamos lá! Não vou tomar todo o seu tempo.

Senti um nó se formar na minha garganta, todas as humilhações, as brigas, suas crueldades, isso não podia ser apagado tão facilmente, anotei o que ela pediu e expliquei a situação para os meus chefes, eles compreenderam bem e deixaram que eu tirasse um tempo para conversar com ela. Voltei até a mesa onde a mulher estava, suas roupas continuavam de marcas caras e sua expressão fria, me deu uma breve olhada e sorriu de lado, parecia que tínhamos voltado no tempo, uma época que eu poderia simplesmente esquecer.

— Vejo que conseguiu um emprego... Aonde está morando?

— Por enquanto estou morando de favor.

Ficou espantada com o que eu disse, mas não parecia estar arrependida de ter me expulsado, ela nem ao menos deveria se importar com isso. Depois de ter me abandonado, há quase quatro anos, gostaria de saber o motivo de sua volta.

— Você tem se alimentado direito?

— Por que todas essas perguntas agora? Está se sentindo mal pelo o que me fez?

My Noonim Where stories live. Discover now