Traição é traição, romance é romance, amor é amor e o lance é o lance

7.9K 1.1K 2.7K
                                    




Não sei se vocês já foram em alguma festa universitária na vida, se não foram, vai aí uma descrição básica: um monte de pessoas entre 18 a 25 anos fazendo coisas vergonhosas das quais vão se arrepender depois. Simples.

Os organizadores da festa misturaram Corote, 51, vinho barato e xixi de gato e tiveram a pachorra de vender em um barril (acredite se quiser) por 20 reais. Lisa viu aquilo com os olhos brilhando e foi atrás de um copo como se fosse o novo lançamento da Skol Beats. E nesse momento, estava disputando a bebida com outros três caras sem camisa.

Já Jennie, não estava tão relaxada assim, na verdade, ela nunca gostou dessas festas universitárias. Mas desde que começou a namorar Sehun, que era famoso nesses meios, ela havia decidido que não poderia ficar para trás. Um outro possível motivo era o fato de se sentir excluída por mim e Lisa (já que estávamos presentes em qualquer lugar que tivesse cerveja barata). Portanto, Jennie acabou aprendendo a suportar festas universitárias, se arrumava, bebia, era carismática (na medida do possível) mas se você olhasse dentro dos olhos dela veria escrito: "preciso de fones de ouvido e de um livro urgentemente" em capslock.

Jisoo conseguiu uma cadeira para se sentar no gramado (inclusão aos deficientes é tudo) e já começa os trabalhos com uma Itaipava gelada. Estava tudo indo numa boa, a nossa frente tinha um bando de pessoas seminuas dançando, comendo, nadando, na plena paz do senhor na medida que Mc Rick tocava nas caixas de som. Até que Lisa voltou com a caneca lotada de Corote sabor pêssego e mais um monte de câncer que citei acima e estou com preguiça de repetir.

— Sehun tá te procurando — ela falou no meu ouvido, por causa da música alta.

— Onde? — Olhei por trás dela, mas só vi o que estava vendo antes: um monte de gente na piscina. Era possível que eu não reconhecesse nem mesmo a minha mãe no meio daquela muvuca.

— Ah, sei lá, por aí... — Ela balançou a mão no ar. — O que o Sehun quer com você?

Nisso, Jennie já tinha se aproximado de nós. Pelos braços cruzados já imaginava que essa seria uma das ocasiões onde ela ficaria com cara de bunda o rolê inteiro.

— Eles são amigos agora — Jisoo respondeu por mim.

— Você sabia que ele estava aqui? — Lisa olhou de soslaio para Jennie.

— Talvez — Jennie respondeu, balançando os ombros com pouco caso.

Lisa voltou a beber, dessa vez um gole longo.

— Legal — murmurou.

O momento que se seguiu foi preenchido pela letra obscena do funk tocando nas caixas de som enquanto nós quatro nos encarávamos. Na verdade, Jennie e Lisa se encaravam enquanto eu encarava as duas e Jisoo encarava a cerveja gelada na sua mão. Ao nosso lado, passou um garoto com um churrasco na tábua, a carne vermelha pingando sangue, e a tensão estranha foi cortada quando Jisoo chamou o menino de "ô amigão" e ele veio até nós.

Era um pouco difícil para mim reconhecer o rosto dos amigos de Sehun. Balance um galho em um bairro rico na cidade onde você mora e talvez caia uns cinco iguais a eles, mas Kris, o dono da casa, tinha alguns diferenciais. Ele estava, possivelmente, com insolação por ficar tanto tempo no sol com aquela tábua de carnes, vestia um short de elastano com a cara do Bob Marley e as iniciais K. W na borda da cueca.

— Ei, você é o Kris, né? — perguntei, enquanto Jisoo enchia a mão de carne.

— Depende de quem pergunta — ele respondeu, sorrindo. Lisa lançou uma cara feia para ele e Jennie o cumprimentou vagamente.

— É que o Sehun nos convidou pra sua festa, mas está tão cheia de gente que eu não encontrei ele ainda e eu estou com medo de sair para procurá-lo e perder o lugar... — Jennie e Lisa tinham parado de se encarar de forma estranha. A barra estava limpa, por enquanto. — Se o vir peça para ele me encontrar aqui?

O Plano JOnde as histórias ganham vida. Descobre agora