Capítulo 8

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O amor é uma loucura, ninguém que ama, é completamente sã.


HENRIQUE:

— Senhor, não estamos conseguindo falar com o Fred — um dos seguranças avisa.
— Continue tentando.
Eu continuo ligando para ela sem parar, e continuo indo para a caixa de mensagem, e isso está me apavorando, e por incrível que pareça, não estou me importando em demonstrar que estou nervoso e com medo. Já estamos a caminho de casa, e eu espero muito que ela esteja lá, mas de repente, meu celular toca e vejo que é um dos seguranças.
— Alô — atendo.
— Sr. temos um problema.
Sinto um frio na barriga me golpear, porque de alguma maneira, eu sinto que aconteceu alguma coisa.
— O que aconteceu?
— Fred e Amanda sofreram um acidente, estamos indo para o hospital em busca de mais informações.
Nesse momento, meu coração acelera e minhas mãos começam a suar frio.
— O quê? — Balbucio — enquanto sinto meu corpo congelando pelo choque — garanta que eles estejam no melhor hospital — digo.
Os seguranças não têm mais informações e durante os longos dez minutos que levamos para chegar ao hospital, o medo toma conta de mim, principalmente porque eu odeio hospitais. Respiro fundo, esfrego as mãos na minha calça, tento me manter são, mas quanto mais penso nela, mais me sinto culpado, como se eu tivesse a colocado nessa situação. O que não é mentira.

O carro mal para em frente ao hospital e eu já estou fora dele, corro até a recepção, falo com uma das recepcionistas em tom desesperado, e ela me leva por um corredor que cheira a alvejante, algo que eu detesto, mas não me importo muito, até que consigo avistar Fred de longe, teimoso como sempre, ele está em pé, mesmo machucado, olhando para a sala que está a sua frente, com olhos bem atentos, enquanto uma enfermeira tenta sem sucesso, examinar o seu rosto machucado.
— Por favor, preciso examina-lo — ela diz, mas Fred não dar importância.

Finalmente me aproximo e quando olho para o lado, paraliso ao ver Amanda desacordada, com a cabeça sangrando do lado esquerdo. Há médicos e enfermeiras em volta dela, e lágrimas começam a escorrer instantaneamente pelo meu rosto de aparência assustada e eu nem percebi. De repente, ela é levada para fazer uma tomografia e eu fico desolado, lembrando-me da sensação de vazio que sentir enquanto esperava por notícias dos meus pais.
Alguns minutos que parecem horas se passam, e Fred se aproxima com um dos braços imobilizados e com curativos no supercílio, eu analiso seu rosto e pelos anos juntos, eu sei exatamente o que ele quer dizer.
— A culpa não é sua, Fred, a culpa é do Marcos, foi ele que fez isso.
Fred se senta ao meu lado e suspira.
— Você está bem? — Pergunto.
— Estou.
— Fiquei sabendo que não saiu do lado dela, muito obrigado por isso, por tudo que faz
— Sempre vou cuidar do que é importante para o senhor.
— Eu sei, e serei sempre grato por isso — faço uma pausa olhando para o relógio pela décima vez — já pedi um carro para te levar para casa. Descansa, passa uns dias com a sua família.
— Não é necessário senhor.
— Claro que é Fred, por favor, eu insisto.
— Obrigado senhor.

Fred vai embora e dez minutos depois, o médico caminha em minha direção, eu continuo sentado, o esperando sem fazer contato visual, ainda sem entender porque justo agora, estou me lembrando do dia em que recebi a pior notícia da minha vida, por isso, mal consigo respirar. O médico informa que ela sofreu apenas uma concussão e que ficou muito tonta com a pancada, mas que está fora de perigo. Eu me levanto tão aliviado, quase como se pudesse realmente respirar novamente.
— Eu posso vê-la? — Pergunto ansioso.
— Sim, claro — diz o médico.

Eu caminho apressado até o quarto onde ela está, abro a porta devagar, e sinto um alívio correr pelo meu corpo quando olho para ela com roupa de hospital, dormindo com uma aparência tranquila. Me aproximo há passos lentos, observo seu peito subir e descer seguindo o ritmo de sua respiração, seguro sua mão, sem perceber que a minha está tremendo, nesse momento sou tomado por uma emoção e choro de alívio, enquanto sinto o cheiro do seu hidratante na ponta dos seus dedos, pensando em mil maneiras de protege-la.

NÃO ME CHAME DE PRINCESA!Onde histórias criam vida. Descubra agora