🌺 FAIT EN FLEUR • pjm + jjk

Camellia

Deuxième: Connaissez-vous les fleurs, Jeongguk-ah?

Segundo: Você conhece as flores, Jeongguk-ah?  

— Vamos começar, hyung? — perguntou Jungkook. O estúdio já esterilizado tinha em seu ambiente “House of Memories” de Panic! At The Disco tocando em um volume não tão alto para que fosse incômodo, nem tão baixo para que não fosse ouvido. O tatuador já havia eliminado os poucos pelos que ficavam sobre o antebraço direito de Jimin e já havia passado o álcool setenta e a vaselina própria para tatuagem. Tendo sua voz abafada pela máscara, o rapaz já havia colocado suas luvas e deixado as agulhas descartáveis sobre sua mesa, juntamente com as tintas que usaria. — Você disse que queria uma sessão única, mas vai ser demorado por ser um desenho bem detalhado. Sinto muito por não ter te encaixado em um horário menos complicado.

— Não vejo problema nisso. Acho até melhor sessões à noite, assim eu não fico fechado em casa. Apesar é claro, que eu já trabalho o dia todo — Jimin brincou sorrindo, ajeitando o braço sobre a mesa coberta por plástico filme. Jungkook deu uma risadinha abafada e se inclinou, ajeitando a luz para enxergar melhor. Logo, não se pôde ouvir mais a música pois o som da agulha contra a pele do cliente preencheu o estúdio.

— É chato ficar dentro de casa às vezes, não é? É raro eu tirar uma folga daqui. Taehyung e Yoongi hyung sempre me dizem que eu preciso de um descanso, mas se eu ficar em casa acabo desenhando até na parede — falou sem desviar o olhar de seu trabalho. — Dói aqui?

— Não, está tudo bem. Eu sinto mais dor do lado esquerdo — Jimin respondeu e então voltou à questão inicial. — Se eu morasse sozinho, definitivamente gostaria de sair mais vezes. Minhas mães são um pouco rígidas com horário, mesmo eu sendo maior de idade. Claro, hoje eu só saí depois de ter certeza que elas estavam no milésimo sono. Sim, elas dormem relativamente cedo — falou dando risada e Jungkook o acompanhou, no entanto o ômega não deixou de notar que a voz do mais velho ficou mais grave e baixa quando falou de suas mães. — Você deveria ter ao menos um happy hour, sabe? Beber alguma coisa num barzinho, ou ir ao shopping.

— Eu tenho preguiça de socializar — falou rindo e Jimin o acompanhou. — Gosto da minha própria companhia, sabe? Ficar em casa desenhando e tendo ideias originais para possíveis tatuagens futuras. A cada período eu desenho algo diferente, mas que podem sempre estar relacionadas. Ultimamente eu tenho desenhado flores com mais frequência, nem sei como exatamente isso começou.

— Ora, parece que temos um padrão por aqui – falou Jimin, dando uma risadinha que Jungkook classificou como cínica. O tatuador revirou os olhos e deu risada em seguida, gostando de como a conversa desenrolava com facilidade. — Você sabe o significado ou representação das flores, Jungkook-ah?

— Oh, você é um expert não é? — Jungkook perguntou sorrindo e se virou para pegar mais tinta preta para o contorno da flor. — Eu não sei o significado de muitas, não paro muito pra olhar. Sei apenas que varia da espécie e da cor.

— Bem, nisso você está certo. E eu vejo que você tem muitas tatuagens de rosas no seu braço, e pela cor delas... talvez você seja alguém que almeja um amor intenso mas puro...? — perguntou incerto, olhando para a rosa que mesclava vermelho e branco, tatuada acima da dobra do braço de Jeongguk. Apenas nesse momento o ômega parou de tatuar e olhou para o seu cliente piscando rapidamente em puro sinal de choque.

— Uau. Você é tipo um astrólogo, só que de flores — falou ainda olhando nos olhos de Jimin, que deu risada e usou a mão livre para tapar a boca. Jungkook voltou a tatuar, ainda meio atônito. – Eu nunca namorei, sabe? Foram só uns rolos aqui e ali. Acho que nunca me relacionei com ninguém mais por medo de ser machucado. Criar uma barreira ao meu redor me prevenia de decepções e de fato, todos os alfas com quem me relacionei se mostraram pessoas de índole ruim depois de algum tempo. Mas em paralelo à isso, eu sou alguém bem romântico... acredito no amor, e eu não sei se faz sentido eu ser alguém tão fechado mas com o sonho de me apaixonar perdidamente por alguém.