Mudança de planos em alto mar (pt. 2)

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Catherine.

No meio da madrugada, algo me fez despertar  e quando me virei, ainda de olhos fechados, senti que estava sozinha na cama. Abri os olhos e procurei por Timothée pelo quarto, ele não estava. Achei estranho, por isso vesti sua blusa, porque foi a primeira que encontrei, então fui procurá-lo. Passei pela porta do quarto, fitei a sala e a cozinha, e vi que a porta para o lado de fora estava entreaberta. Assim que sai, o avistei enrolado em uma coberta na proa do barco.

-Estava procurando por você. -me aproximei.

-Desculpa, não quis te acordar. -deu um sorriso de lado.

-Não precisa se desculpar. -sentei ao seu lado. -Só vim te trazer isso.

Tirei a blusas e dei a ele, ficando só de calcinha, seus olhos brilharam e seu sorriso foi se abrindo lentamente.

-Péssima idéia. Péssima idéia. Péssima idéia. -disse assim que senti o vento gelado enrijecer meus mamilos.

Ele soltou uma gargalhada muito alta, me devolveu a blusa e eu a vesti.

-Você é maluca. Vem cá. -abriu os braços.

Sentei ao seu lado, ele passou o braço ao meu redor e de modo que nós dois ficamos enrolados na coberta, por fim encostamos nossas costas na janela da cabine de direção.

-Melhorou? -perguntou e eu confirmei com a cabeça.

-Por que você veio pra cá?

-Eu tenho um pouco de dificuldade pra pegar no sono.

-Posso ajudar com isso.

-Pode? -perguntou com malícia e começou a depositar beijos em meu pescoço.

-Eu não estava falando disso, mas até que não é uma má ideia.

-Do que você estava falando? -me olhou confuso.

-Óleos essenciais.

-O que é isso?

-Quando nós voltarmos, te falo mais.

-Quando voltarmos... -ele deu um suspiro e ficamos em silêncio.

-Agora seja sincero, o que está passando nessa sua cabecinha?

-Quando nós voltarmos, o que vai acontecer?

-Não sei. -suspirei. -Não acho que devemos nos preocupar com isso.

-É que... -pensou em dizer algo, mas desistiu. -sei lá.

-Timothée, você precisa se comunicar pra nós podermos nos entender.

-É que eu não sei se consigo controlar meus sentimentos tão bem como você.

-Acredite, se eu soubesse controlar meus sentimentos tão bem, eu não estaria só de calcinha na sua cama há alguns minutos atrás. -disse rindo e ele fez o mesmo.

-Eu gosto disso, sexo e amizade. Mas você é imprevisível, Catherine. Pode ser que amanhã acorde querendo que eu morra afogado. -deu de ombros.

-Eu sei que você sabe nadar, pensaria em outra maneira pra querer você morto. -nós dois rimos.

Um silêncio pairou sobre nós depois das nossas risadas cessarem.

-Olha, -puxei seu olhar para o meu. -nada do que aconteceu entre nós foi planejado, foram coincidências da vida, apenas aconteceu. E eu não posso prever o que acontecerá amanhã, mas sendo bem sincera, eu evitarei ao máximo qualquer sentimento além da amizade. -confessei e acho que lhe atingi de certa forma.

Scorpion's LoveWhere stories live. Discover now