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Timothée.

Não precisava ser muito sensitivo para saber que Catherine não teve uma semana das melhores, porque estava nítido em sua expressão e em seu tom de voz, por isso pensei em trazê-la à uma praça de Hell's Kitchen, com a esperança de fazê-la rir.

-Bem-vinda a um dos meus lugares preferidos. -digo animado.

-Como você conhece esse lugar? Parece tão escondido. -ela fita o lugar.

-Vinha aqui quando era criança. E é um dos motivos que me fazem gostar dessa praça, poucas pessoas têm o privilégio de conhecê-la.

-Você trazia suas paquerinhas aqui? -ela cerra os olhos e me dá uma cotovelada no braço, e eu rio.

-Não, mamãe. Nunca trouxe ninguém, que eu tenha ficado, aqui.

-Uau. Estou me sentindo especial agora. Muito obrigada por essa honra. -ela faz uma reverência.

-Deixa de ser boba. -nós rimos. -Agora vamos ao que interessa...

-Comida. -falamos juntos.

-Aleluia! Eu estou faminta.

Então, compramos um hot dog pra cada, e fiquei esperando Catherine dar a primeira mordida.

-Por que você está me olhando como se EU fosse o hot dog? -ela pergunta com estranheza.

-Porque quero ver sua reação. -respondo com um sorriso largo e animado.

Ela dá a primeira mordida.

-É bom. -diz.

-Bom? Só bom? Como assim? Morde de novo. -digo incrédulo, e ela dá mais uma mordida.

-Eu gostei. -ela diz dando de ombros. -O que você esperava? É só salsicha no pão.

-Mas o molho dele faz toda a diferença. -rebato.

-Já experimentei melhores.

-Impossível.

-Meu querido, o do Brasil deixa esse hot dog no chinelo. -retruca convencida.

-Duvido.

-Um dia eu te mostro e você vai baixar essa sua bolinha. -ela diz e eu rio.

-Deixa eu limpar sua boca. -passo o polegar no canto dos seus lábios onde tinha ficado um pouco de molho.

-Que romântico. É agora que você me pede em casamento? -ela segura uma risada e eu reviro os olhos rindo.

-Idiota. Vem, vamos sentar. -digo e a puxo para sentarmos nos balanços que tinham na praça. -Me conta mais sobre você ter descendência brasileira. -começo a comer meu hot dog.

-Minha família materna é toda brasileira. Minha mãe conheceu meu pai quando veio passar um tempo aqui, aí eles se apaixonaram e ele não deixou ela voltar para o Brasil sem ter o sobrenome dele.

-Que fofos.

-Sim, eles eram muito fofos juntos. Sabe o tipo de casal que você olha e diz "uau, isso é amor"? -confirmo com a cabeça. -Eles eram esse tipo de casal.

-Por que "eram"? Eles se separaram?

-Não, meu pai faleceu quando eu tinha dez anos. -ela responde e eu quis enfiar minha cabeça em um buraco.

-Desculpa, eu não sabia. Sério, sinto muito mes...

-Não, não, não, não faça isso. -ela me interrompe e eu estranho. -Não gosto quando as pessoas passam cinco minutos pedindo desculpas por algo que não é culpa delas, entende? Não me sinto confortável. -dá de ombros.

Scorpion's LoveWhere stories live. Discover now