Obsessão De Um Mafioso

Capítulo 27

Antonella

Não acredito que ele fez isso.
Eu não acredito que Lorenzo me prendeu na merda do quart0.
Esse canalha conseguiu me enganar muito bem. Estou com mais raiva de mim por não ter percebido isso tudo bem antes.

Mas como eu iria imaginar?
Meu Deus por quê? Por quê isso acontece comigo!?

Não me lembro do meu pai. Mas sempre soube que ele era um mafioso. E sempre achei que Deus me livrou de muita coisa por ele ter morrido e eu ter crescido sem qualquer ligação com esse tipo de coisa. Máfia, crime, drogas, assassinatos, pessoas sem coração.
Por quê justamente um mafioso é o primeiro homem que realmente me interessa. 

Na verdade nada disso faz sentido.
E isso me deixa com mais medo.
A história de Lorenzo ter planejado nosso encontro me deixa com raiva e medo. Não quero que isso piore. Não sei mais o que esperar disso tudo.

Mesmo que eu me odeie por isso, nenhum sentimento some do dia pra noite, e o meu por Lorenzo não é diferente.

Eu ainda o amo.
Eu amo o Lorenzo. Infelizmente. E tenho medo de descobrir mais coisas e perceber que ele é pior do que eu imaginei.
Não sei se conseguiria me relacionar com mais alguém. Eu dei tudo por nós dois. Eu realmente acreditei que fosse o amor da minha vida. Que nos casaríamos e teríamos filhos.

Mas ameaçar a vida de pessoas que eu amo não é algo que eu possa perdoar.
E eu sei que se ele é mafioso, ele poderia sim cumprir com suas ameaças.

[...]

Depois de horas espancando a porta do quarto, me jogo no chão vencida.

Além de cansada, estou morrendo de fome. Mas o orgulho não me deixa gritar pedindo algo para comer.
Sei que Lorenzo está do outro lado me ouvindo.

É incrível que não me senti sozinha por nenhum momento. Ele estava aqui, do outro lado. Ou ele realmente me ama, ou ele tem algum tipo de obsessão. Mas Lorenzo não gosta de me machucar.

Eu queria entender.
Ele é rico, extremamente lindo e gostoso. Tem tudo que um homem sonha, e pode ter qualquer mulher aos seus pés. Por quê eu?

[...]

Me levanto as pressas quando ouço a porta sendo aberta, e vejo Lorenzo com uma bandeja super cheirosa.
Estou tão cansada que não me dou ao trabalho de tentar correr. Outra burrice minha foi me envolver com um homem com o triplo do meu tamanho, não tenho qualquer chance.

— Sei que está com fome. Mandei preparar o que você mais gosta — diz com a voz suave enquanto tenta evitar meus olhos.

Isso me gera curiosidade, é mesmo ele fugindo, olho para seus olhos.
Ele esteve chorando?
Lorenzo está com o rosto pior que eu. Mas não quero demonstrar preocupação, o que ele fez não tem perdão. Eu não quero perdoa-lo e não vou.

— Coma por favor. Você já ficou sem comer por muito tempo — diz e sai sem me deixar dizer nada.

Como eu posso me sentir mal por ele mesmo depois de tudo que ele me fez e está fazendo?
Meu Deus, eu não posso perdoar esse idiota, não mesmo.

[...]

Acordo me sentindo cansada.
Dormir não deveria deixar o corpo mais relaxado? Irônico.

Parece que um camião passou por cima de mim.
Não faço ideia de quantas horas dormi. E sinceramente, não importa. Pelo menos dormindo não penso na merda que é minha vida.

Olho para a cabeceira e tem café da manhã e um bilhete.

"Precisei sair para trabalhar.
Mariano estará cuidando de você é Joana servirá seu almoço.
Me perdoa por estar fazendo isso. Eu te amo. Lorenzo!."

Rasgo o pequeno papel é deito no chão mesmo sabendo que terei que limpar tudo depois.
Greve de fome definitivamente é a última coisa que eu faria, então vou ao banheiro onde me higienizo e volto ao quarto para me alimentar.

Nesses momento eu penso em como tudo seria se eu tivesse uma família.
Um pai, que não fosse mafioso, uma mãe, irmãos, quem sabe, avôs.
Com certeza seria tudo diferente. Não digo que seria fácil, porque ninguém tem a vida fácil pelo simples facto de ter uma família, mas não seria essa merda.
Lorenzo e esse bando de criminosos podem me matar que ninguém procurará por mim, mais ainda depois que eu tratei mal o único amigo que tinha.