Capítulo 50

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Antonella

Já passou um dia desde que não estou presa a esta cama de hospital.
Lorenzo, Graziela e Luigi não me deixaram sozinha em nenhum momento, mas ainda assim preciso sair desse lugar. Eu definitivamente não tenho nada contra hospitais, mas passar horas deitada em uma cama é pior do que se pode imaginar.

Neste momento estou com a enfermeira que está administrando a medicação em mim. Segundo ela amanhã terei alta e poderei prosseguir com o tratamento.
Todos aqui me tratam como se eu fosse da realeza, eu sei que tudo se deve ao facto de Lorenzo Marchetti ter me trazido.
A propósito, eu convenci ele, a Grazi e o Luigi para que fossem descansar. Todos passamos por momentos difíceis nos últimos dias e é justo que possam tomar um banho e ter algumas horas de sono.
Esse hospital parece militar, tem muitos seguranças e todos bem armados, ninguém vai me fazer mal aqui, e acredito que quem mais queria me fazer mal não está mais vivo.

— Eu já terminei, vou deixá-la descansar — a enfermeira informa com um sorriso simpático no rosto.

— Tudo bem. Obrigada — ela sorri sem mostrar os dentes e deixa o quarto enorme que mais parece o de um hotel. Nunca vi um hospital assim em Roma, mas com certeza existe, esses lugares são para pessoas como Lorenzo, pessoas poderosas. Me pergunto se as pessoas aqui sabem que ele é mafioso, com certeza ele já veio aqui com ferimento de bala ou coisas do tipo. Mas esse lugar deve ser aquele em que ninguém pergunta nada desde que você pague bem.

Ouço alguém bater na porta do quarto e logo abri-la. A enfermeira saiu agora, então eu só consigo pensar que seja Lorenzo, mas para a minha grande surpresa quem caminha glamourosamente até mim é Tereza Montanari, a Madrinha.

Confesso que uma parte de mim sente medo, afinal ela não gosta de mim, e agora eu sei o porquê, eu sou uma Valentini, sou filha de um traidor que ela mesma deve ter amado saber que morreu.

— A senhora aqui? — pergunto enquanto ela se aproxima mais e mais sem dizer uma palavra.

Quando está o mais próximo possível da cama, ela arrasta a cadeira que está aqui e se senta do meu lado.

— Por favor, me trate apenas por Madrinha, ou Tereza — ela não tem qualquer emoção no seu rosto, e isso me assusta.

— Tudo bem. Eu.... — não sei o que dizer — Hmm... O que a senhora... digo... você... veio fazer aqui?  — as palavras saem com tanta dificuldade que quase prefiro me calar, mas não posso quando percebo o que eu disse.

— Quer dizer, não estou reclamando que esteja aqui ou mandando a senhora embora, eu só quero saber o que a senhora veio fazer.... — digo tentando me explicar.

— Tudo bem, eu só quero conversar — ela diz com a voz calma e serena.

— Ahh, tudo bem.

— Eu posso conversar com você, Antonella? — ela pergunta e parece realmente se importar com a minha resposta.

O que será que ela quer me falar?
Só consigo pensar que essa conversa vai ser como as típicas cenas de filmes em que a mãe do mocinho tenta convencer a garota a sair da vida dele.
Eu sei que a Madrinha tem Lorenzo e Grazi como filhos e seria normal que ela fizesse algo do gênero.
Normal não, já que Lorenzo é um homem adulto e maduro, ele administra uma das maiores empresas do país, comanda a máfia e é por essa razão perfeitamente capaz de gerir a própria vida, mas é compreensível que Madrinha não o queira envolvido comigo. Afinal, O que todos vão pensar sabendo que o seu líder está envolvido com uma Valentini?!

— Antonella? — droga, eu me perdi nos meus pensamentos e esqueci que preciso responder a mulher na minha frente.

— Claro, nós podemos conversar!

Obsessão De Um Mafioso Where stories live. Discover now