Capítulo 21

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Antonella

Lorenzo saiu muito cedo hoje. E como sempre estou entediada nessa casa enorme. Pior ainda porque Grazi não está.

Já li todos os livros que levei comigo. Já vi as poucas coisas interessantes que tinha para ver na televisão. Já cozinhei. Arrumei o quarto duas vezes. E ainda são só duas da tarde.

Droga.
Vou ligar para o Lorenzo.

— Boa tarde meu amor.

— Estou entediada. Não tem nada para fazer aqui. Você me convenceu a vir mas eu não tenho nada para fazer. Sua mãe de consideração me odeia. Eu... — não consigo perceber como minhas palavras tomam esse rumo mas paro assim que vejo que estou quase chorando.

— Antonella meu amor. Eu... eu estou indo aí. Você está bem??

— Me perdoa. Estou bem. Eu só estou sem nada para fazer — que vergonha.

— Ok. Se arrume que eu chego em 40 minutos e a gente vai sair e passar o resto do dia da melhor forma possível.

— Na verdade eu quero conhecer sua empresa. Seu escritório, sei lá, não quero só ir a restaurantes. Lembra que me prometeu um emprego?

Lorenzo fica em silêncio por um tempo.

— Ok. Mas está tarde e a empresa está muito agitada agora. Amanhã você vem comigo logo pela manhã. Pode ser?

— Pode.

— Então se arrume que eu chego em 40 minutos.

— Onde vamos? — a curiosidade fala mais alto.

— É surpresa.

[...]

Antes de terminar a ligação perguntei a Lorenzo como devia me vestir, considerando que não faço ideia de onde vamos. Graças a Deus ele disse que podia ser algo simples.
Estou cansada de ter que vestir roupas chiques todos os dias. Todo o lugar que Lorenzo me leva é super glamouroso.

Suspiro e me jogo na cama. Estou arrumada e Lorenzo ainda não está aqui. Mas ele não está atrasado, ainda não passaram os 40 minutos de que falou.

[...]

Lorenzo parece animado. Muito mais animado que o normal. E confesso que isso me deixa animada e completamente ansiosa para saber onde estamos indo.
Não parece um dos jantares luxuosos que ele costuma me levar.
Ele está vestido uma calça jeans e uma camiseta polo. E Lorenzo usa terno para quase tudo.

Durante a pequena viagem ele não deixa escapar qualquer pista sobre o nosso destino, mesmo eu usando todos os meios ao meu alcance.

— Calma dona Antonella. Estamos chegando.

E tudo que diz.
Me dou por vencida e não faço mais nenhuma jogada para descobrir qualquer pista.

Quando o carro finalmente para, estamos em frente a uma casa linda. Muito linda. Não tão grande quanto a sua, mas grande.

— Quem mora aqui?

Ele sorri com a minha pergunta e segura minha mão.

— Vamos descobrir.

Lorenzo me guia pelo lugar como se conhecesse muito bem. Arriscaria até a dizer que é sua casa. Mas uma segunda casa?

Quando chegamos à porta ele toca a campainha apenas uma vez, e em menos de um minuto s porta é aberta por uma senhora de meia idade. Diferente da Madrinha ela parece um anjo. Tem um sorriso enorme no rosto e não me olha como se quisesse me intimidar.

— Don Lore, entrem por favor.

— Obrigado/a — Lorenzo e eu dizemos ao mesmo tempo.

Apenas dois passos são suficientes para que estejamos no interior do imóvel.
Mas confesso que até agora não entendo o que estamos fazendo.

— Crianças — a mulher grita, mas não muito alto, e nesse momento um pequeno batalhão de criaturinhas invade a sala correndo em direcção a Lorenzo e o abraçam forte.

— Don Lore. Don Lore — as crianças dizem enquanto correm.

Nesse momento olho admirada para Lorenzo e vejo seu sorriso enquanto abraça as crianças.

— Meu Deus — digo para mim mesma.

— Crianças. Como prometido, essa é minha namorada Antonella — Lorenzo beija minha mão que ainda está atada a sua e as crianças soltar alguns gritinhos enquanto batem palmas e eu morro de vergonha.

— Vocês vão se casar? Nós podemos ir ao casamento? Podemos ser suas daminhas? Já sabem quantos filhos vocês vão ter? Poderemos brincar com eles?

As perguntas são tantas que mal consigo me concentrar. Elas são tão alegres e agitadas.
Estou me segurando para não chorar. Isso me faz lembrar minha vida. Eu era uma dessas crianças.

[...]

— Porquê não me falou que  tem um orfanato?

— Melhor que falar, eu quis te mostrar — ele sorri e eu mais ainda, como uma boba.

— Você é incrível. Eu te amo.

— Eu te amo muito mais Antonella. Você é tudo para mim. — e nos abraçamos.

Obsessão De Um Mafioso Onde as histórias ganham vida. Descobre agora