Obsessão De Um Mafioso

Capítulo 26

Lorenzo

Merda!
Merda!
Merda!

As coisas não poderiam estar piores! Não faço ideia de como Antonella descobriu tudo isso.
A ideia de perdê-la faz meu coração bater tão forte que chega a doer. Eu vou matar aquele garoto.
Se eu perder Antonella eu mato aquele filho da puta com minhas próprias mãos.

"Quem é Mikhail Barkov?"

A raiva da voz de Antonella é substituída por curiosidade.
Mikhail Barkov.
Como se meu dia não pudesse piorar. Esse desgraçado esta na cidade. Daria tudo para que ele viesse em qualquer outra altura, menos agora. Preciso dedicar-me completamente à Antonella. Perdê-la está definitivamente fora de questão.

— Por que diabos vocês estão com essas caras? — novamente Antonella esbraveja.

— Vamos deixar vocês conversarem. Mas Lorenzo por favor, você não pode sair de Veneza! — diz madrinha e sai sem me deixar dizer qualquer coisa, Luigi a segue, mas antes nós olhamos e nos entendemos mesmo sem nenhuma palavra. Com os russos em Veneza ele precisa garantir que Grazi esteja segura.

Quando os dois deixam o espaço, Antonella me olha com os braços cruzados e consigo ler as palavras em seus olhos. Merda.

O que eu digo?
Ela já descobriu que sou mafioso. Já descobriu que eu ameacei o amiguinho dela.
Minhas próximas palavras podem significar o fim para nós dois, e eu não posso permitir que isso aconteça.

Mas o que faço?
Digo que matei Irina, esposa de Mikhail por pura rivalidade nos negócios?!
Ela vai me odiar se souber que deixei três crianças órfãs.
Não que eu me arrependa. Barkov não pensaria duas vezes para fazer o mesmo comigo. Eu fiz o que deveria ser feito para colocar ele e toda a máfia russa no seu lugar. Logo depois que seus pais, Olenka e Nikolai Barkov, se aposentaram, Barkov quis me passar a perna e eu precisava acabar com a sua graça. E o preço disso é que ele anda atrás de mim e sei muito bem que não descansará até se vingar, e eu preciso impedir isso.

Suspiro.
— Mikhail Barkov é o chefe da máfia russa. Somos rivais nos negócios — tento ao máximo parecer sincero. Mesmo que seja eu saiba que mentir mais ainda piora minha situação, não posso dizer que matei uma mulher inocente.

— Foda-se. — Ela se afasta — Como disse, eu vou embora.

Seguro em seu braço a impedindo de continuar.
— Olha amor, eu entendo que você esteja com raiva, eu realmente fui longe demais, mas juro que tudo o que fiz foi por medo de te perder.

Ela ri sem ânimo. É possível sentir a raiva em sua risada e isso parte meu coração.

— Lorenzo, tire suas mãos de mim.

— Infelizmente eu não posso deixá-la ir. Eu deixo o nosso quarto, não troco uma palavra com você. Mas não posso deixar que vá. Com os russos na cidade eu preciso proteger você.

— NÃO PRECISO QUE ME PROTEJA — grita. Mas respira fundo tentando parar de gritar — Eu me viro Lorenzo, me larga. — diz mas não movo um dedo.

— Eu não posso. — Antonella tenta soltar seu braço mas seguro ainda mais forte.

— Está me machucando Lorenzo, me solta. — mesmo que eu tenha que machucá-la, não a deixarei ir.

— É o melhor para todos.

Ela me olha com raiva e se debate tentando libertar seu braço, mas a agarro mais ainda.

[...]

— Por favor Antonella, é tudo pelo seu próprio bem. — digo enquanto a arrasto para o quarto contra a sua vontade.

— VAI A MERDA LORENZO — grita quando finalmente a jogo na cama.

Ignoro suas palavras e levo as chaves reserva que estavam em uma das gavetas da cabeceira, coloco-as no bolso da minha calça e vou até a porta onde estão as chaves principais. Antonella parece não entender o que estou fazendo, mas quando entende, corre em minha direcção, mas sou mais rápido e fecho a porta, trancando-a e tirando as chaves logo em seguida.

— EU TE ODEIO — grita enquanto trava uma luta inútil contra a porta.

Suspiro. Mesmo sabendo que suas palavras não refletem a verdade, ouvir que ela me odeia me deixa louco. Mais ainda por saber que se eu não arrumar essa situação isso pode acontecer.
Se eu não fazer com que Antonella me perdoe, meu maior medo pode se tornar realidade.