— É muita informação pra minha cabeça.

— Em outro momento eu te falo sobre isso, Mariana. De fato é muita coisa.

O silêncio tomou conta do restante do percurso até o hospital. Meus pensamentos estão desordenados e mau consigo raciocinar algo sobre isso agora. Sei que pessoas poderosas podem ter inimigos, mas quem seria capaz de fazer algo assim ao Dominic e ao Roberto? E também tem a Débora, que tomou um tiro. Ela poderia ter morrido hoje. Meu Deus!

[...]

Assim que Caio estacionou eu pulei do carro e corri para a recepção do hospital olhando para todos os lados.

— Como ele está? – pergunto para a mulher atrás do balcão, ela me olha confusa.

— Boa noite, qual o nome do paciente por favor? – a recepcionista pergunta de forma calma e educada.

— Dominic Falcão. Ele deu entrada aqui, não foi?

— Mari, deixe isso comigo. – Caio passa a minha frente e conduz a situação.

— Não tem nenhum Dominic Falcão nos registros, senhor.

— Deve ser o homem baleado que chegou às pressas. Não deu tempo de registar. – ouço outra pessoa dizer.

— Não deu tempo porquê? – pergunto.

Meu coração foi acelerando mais que o normal, e os meus sentidos foram se misturando. A visão foi ficando turva e o mundo parecia girar na minha cabeça.

— Mariana, ele está na sala de cirurgia. Por isso não deu tempo de registar. Vem cá.

Caio me guia até um banco e me dá um copo de água.

— Eu quero ver ele, Caio. Por favor!

— Eu vou fazer o registro dele primeiro e depois vamos procurar o médico responsável pelo caso.

E assim foi feito, Caio registrou o Dominic no hospital, e reservou um apartamento para descansarmos enquanto o médico não aparecia.

Mas quem disse que consigo descansar.

— Vá tomar um banho Mari, tirar esse sangue das mãos, deve ter pijamas ou algo assim nessas gavetas, vou pedir pra alguém trazer roupas pra você. – Caio fala assim que os seguranças abrem a porta do quarto para entrarmos.

A equipe dele está aqui no andar da ala cirúrgica, caso algum jornalista ou qualquer outra pessoa sem autorização tente chegar perto.

Olho ao meu redor e não consigo conter o choro. Caio me abraça e também chora comigo.

— Tudo bem, pode chorar. – ele diz afagando meu cabelo.

— Estou com medo Caio, eu não quero perder ele.

— Se ele está na sala de cirurgia, significa que ele ainda está lutando para sobreviver. Vamos ter fé, Mariana.

Já havia passado cerca de duas horas desde que chegamos ao hospital, Dominic ainda estava na sala de cirurgia, e nenhum médico deu notícias até então. Toda essa demora estava me matando de uma forma brutal.

Como Caio havia dito, trouxeram uma bolsa com roupas para mim, provavelmente foi a Bruna quem preparou, já que são roupas minha. Tenho que agradecer a ela por estar cuidando de Melissa nesse momento. A minha menina nem faz ideia do que aconteceu, e também não precisa saber. Ela é uma criança, e essas coisas não devem chegar aos ouvidos dela.

Depois do banho, me vesti com uma calça de tecido e uma camiseta. Calcei as pantufas do hospital e saí do quarto.

— Não precisa vir atrás de mim. – falei quando um dos seguranças do Caio se aproximou.

— Ordens do senhor Caio, senhora. – ele responde.

— Tudo bem. Vou procurar uma das vítimas do assalto no andar de baixo.

— Vou acompanhar de forma discreta. – ele guarda a pistola no coldre e me segue.

— Obrigada.

Entro no elevador e aperto o botão do andar em que a Débora está e aguardo chegar até lá.

Para cada andar tem uma recepção.

— Débora Albuquerque. – informo a recepcionista.

— Ela já está no quarto, o apartamento doze.

— Obrigada.

Respiro com calma e bato na porta. Um dos seguranças abrem e logo sou identificada e liberada por ele. O Caio colocou segurança em todo lugar.

— Mariana! – ela parece surpresa com a minha visita.

— Como você está? – pergunto.

— Agora estou bem, vou ter uma cicatriz horrorosa na perna, mas nada que uma plástica não dê jeito.

— Como consegue ser tão fútil? Você quase morreu com aquela atitude idiota. O cara atirou em você criatura.

— Eu sei, ainda bem que foi de raspão, já já estarei novinha em folha.

— Espero que fique bem Débora, de verdade. Que este dia sirva de aprendizado para alguma coisa.

— E ele, como está o Dominic? – meus olhos enchem de lágrimas, mas não caem.

— Lutando! – respiro fundo.

Enxugo as lágrimas e saio do quarto. Eu vou enlouquecer sem notícias dele.

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Boa leitura.
Beijos, Jaqueline Carvalho.

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