CAPÍTULO 22

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                  DOMINIC FALCÃO

Fazia quase dois meses em que saí com Mariana, tivemos uma conversa clara e também dolorosa naquela noite, mas não nego que, apesar de tudo o que ouvi naquele dia, o meu sentimento de quere-la mais perto só aumentou.

A nossa relação mudou, estamos nos conhecendo novamente e confesso que estou gostando muito disso.

Dessa nova "chance."

Mariana está se revelando uma mulher incrível, cada vez mais encantadora e eu quase sempre me pego pensando nela. Trocamos mensagens com mais frequência também e sempre que ligo a Melissa está por perto pra me contar como foi o dia na escola.

Filha! Uma filha, nossa!

Ser pai não estava nos meus planos e agora tenho uma mini cópia me chamando de papai.

E por falar nela, o aniversário de Melissa está chegando e eu faço questão de fazer uma festa com tudo que ela tem direito, mesmo sabendo que nada do que eu fizer vai ser o suficiente por tanto tempo perdido.

Envio uma mensagem pra Mariana perguntando se posso encontrá-la em seu horário de almoço e logo recebo a confirmação.

[...]

Termino todo o trabalho que tinha nesta parte da manhã e desligo o computador. Vou ao banheiro da minha sala e lavo o rosto. Ponho um pouco de perfume e prendo meu cabelo.

Se a Mel não fosse tão apaixonada nesse cabelo meu, juro que já teria passado a tesoura nele. Em dias de calor é terrível. Mas confesso que não me imagino usando ele de outra forma. Sempre gostei dele assim, natural e rebelde.

Tiro o terno e fico somente com a camisa cinza. Gosto de cores discretas. Pego a carteira, celular e as chaves do carro. Me acabo de rir com o chaveiro que a Melissa apregou nelas. É uma abelhinha de vestido amarelo.

"Abelhas, porque gostam de mel, e mel é o meu apelido."

Tão pequena e já sabe como me render. Melissa tem muito das minhas características, mas o lado meigo da mãe também é nítido.

— Bruna, estou indo almoçar, caso alguém ligue ou queira marcar alguma reunião por favor anote tudo e deixe na minha mesa.

— Sim senhor, pode deixar. – ela responde sorridente como sempre.

— Aaaah, é... Não quero ser um intrometido, mas já me intrometendo. Como o Caio tem se comportado ultimamente? – pergunto.

— Aquele homem é maluco. Ele me mandou um buquê de flores ENORME em plena madrugada e dez minutos depois ele pulou a janela do meu quarto, que fica no segundo andar. Então, acho que ele está bem, mesmo depois de cair na sacada, pelado.

— Com certeza ele é maluco, mas o Caio nunca fez isso por uma mulher até onde eu sei. Acredito que esteja apaixonado e se for o caso, parabéns, você conquistou o senhor coração de gelo e rabo de fogo.

— Apesar de me irritar, quase sempre, eu gosto dele. – o brilho nos olhos não nega.

— Que bom, torço por vocês. Agora vou indo. Aproveite pra almoçar também, ninguém é de ferro.

— Com certeza. Até logo!

— Até!

Quando entro no carro recebo ama mensagem, abro a caixa e verifico do que se trata. A Débora, gerente do Pallace me convidando para um almoço de negócios.

Negócios esses que já estou decifrando.

Não vou mentir, ela é bonita, atraente e com certeza deve enlouquecer um homem na cama, mas eu não tenho interesse. Estou focado no que eu quero construir com a Mariana e isso vai além de uma boa trepada.

[...]

— Aviso desde já que não tenho muito tempo, a Débora resolveu pegar no meu pé hoje. – Mariana já chega apressada.

— Ela resolveu pegar no pé de muita gente hoje. – digo.

— Hum? Por acaso, ela andou pegando em algo seu Dominic Falcão?

— Demonstrando ciúmes Mariana? – pergunto enquanto a envolvo nos meus braços.

— Será que tenho motivos para isso? – muito esperta ela.

— Claro que não. Só tenho olhos para duas mulheres, você e uma mini versão feminina minha.

— Acho bom, muito bom.

— Boba!

[...]

Como não tínhamos muito tempo, infelizmente, fomos a um restaurante não muito distante. Praticamente o nosso concorrente, mas eu não ligo para essas coisas, sei do potencial do Pallace, sei onde estou investindo o meu dinheiro e também não quero que os outros funcionários olhem torto para Mariana por estar almoçando comigo.

— Vinho? – sugiro.

— Acho melhor não, tenho que voltar pro trabalho e quase sempre que bebo vinho eu fico alegre demais.

— Você sempre foi uma pessoa alegre.

— Você entendeu o que eu quis dizer Dominic.

— Tudo bem, então... Suco?

— Com certeza suco, de maracujá.

Que sorriso lindo essa mulher tem.

[...]

O clima estava tão agradável que nem vimos o tempo passar. Conversamos sobre a festa de Melissa e de outros detalhes. Parecíamos um casal de adolescentes.

— Acho que ainda temos alguns minutinhos para um sorvete, topa? – Mariana ama sorvete, e com certeza ainda é de chocolate.

— É claro que topo, de chocolate. – acertei em cheio.

Foi esse sabor de sorvete que a Mel pediu quando a encontrei na praia perdida. Nunca sequer, cogitei que aquela criança vestida num maiô azul fosse minha filha.

Que virada de vida.

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Boa leitura.
Beijos, Jaqueline Carvalho.


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