CAPÍTULO 7

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                MARIANA ASSUNÇÃO

Tinha um nó gigante na minha garganta que me sufocava, me deixando desnorteada. O coração acelerado, batendo forte nas costelas do meu corpo. Parecia que ia quebrar tudo dentro de mim.

Meus olhos estavam vermelhos por causa das lágrimas, queria desabar, mas não na frente dele. Confesso que foi um grande sufoco ter que encara-lo e revirar emoções do passado. Acho que mesmo por breves minutos eu pude sentir tudo novamente, a mesma dor, as mesmas lágrimas, as mesmas angústias.

Eu queria fugir novamente, mas desta vez eu não estava sozinha, tem uma menina linda me esperando e eu jamais a deixaria.

Passo pela porta do hotel e começo a andar pela rua, o céu está nublado dando sinal de que logo uma chuva forte vai chegar na região, mas eu nem estava me importando com aquilo. A chuva me acalmaria por fora e por dentro e também iria disfarçar as minhas lágrimas.

[...]

A caminhada foi rápida e relaxante. Chego em casa toda encharcada pela água da chuva.

— Bom dia. – digo a todos que estão na sala e sigo para o quarto.

— Filha o que houve com você? – minha mãe me segue até o quarto.

— Não houve nada. – rebato.

— Como não? Se olhe no espelho e veja o seu estado Mariana.

Minha mãe continua insistindo.

— Ah, isso? Foi apenas um banho de chuva.

— Conseguiu falar com ele? – pergunta.

— Consegui. – respondo.

— E? – ela vai mesmo continuar insistindo.

— E só isso. – pego o celular na bolsa e verifico se está molhado.

— Você continua amarga do mesmo jeito.

— Desculpe, só estou nervosa.

— Tudo bem.

Jogo o aparelho na cama e procuro por uma toalha.

— Posso ficar sozinha? – peço, mas sem encara-la.

— Um dia essa solidão irá matar você. – ela vai até a porta mais não sai.

— Talvez, já passei por coisa pior durante os últimos cinco anos da minha vida e quando digo pior é no sentido ruim mesmo. Ficar sozinha agora será apenas um detalhe.

— Quando foi que o ódio tomou conta da alegria que reinava no seu coração? – sua expressão era de tristeza.

— A senhora sabe muito bem, ou já esqueceu daquelas férias de verão? Sendo mais específica, naquele dia em que a senhora me deixou sozinha naquela casa e preferiu ficar ao lado do marido. Você me abandonou mãe! – grito.

Ela enxuga uma lágrima que caiu pelo canto do rosto e me encara.

— Não foi bem assim, e você sabe muito bem. Não jogue a culpa das suas loucuras em mim Mariana, eu sofri tanto quanto você naquela época.

— Tá, tudo bem. Posso ficar sozinha agora? – tento me acalmar, mas não tá adiantando.

— Estarei esperando na sala junto com o seu pai e a Mel. Ela quer muito uma foto nossa, juntos.

— Ok. Desço daqui a pouco.

— E de preferência mais calma, por favor.

Minha mãe bateu a porta quando saiu, fazendo o que pedi, me deixando sozinha. Tiro minhas roupas e vou até o banheiro tomar um banho e secar o cabelo na toalha.

UM AMOR PARA ETERNIDADEOnde as histórias ganham vida. Descobre agora