quatro

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Deu Química!

Prólogo: minha pessoa (quatro)

Dois meses tinham se passado. Artur já tinha aprendido a reorganizar os seus dias, podia quase afirmar que Lucas não fazia falta alguma. Ele e a mãe não conversavam sobre isso, e o jovem se esforçava para demonstrar que estava bem.

Uma das coisas positivas para Artur foi poder finalmente começar a pensar como um ser individual. Nesses novos dias, ele buscava pensamentos profundos e carentes de desenvolvimento, como o sonho de um dia ser escritor. No computador, podia criar suas simples histórias e fingir que já era famoso e respeitado, num piscar de olhos já era de noite, e tudo começava, recomeçava, acontecia.

Com o tempo, os momentos de tristeza deram lugar a alegria proporcionada pelos amigos virtuais dos sites de fanfic e tirinhas. Já não doía mais.

Até chegar uma notificação no Facebook.

Lucas enviou uma mensagem...

Nesse dia, o coração quase pulou para fora do peito. O que ele queria?

Lucas: Oi, Tutu.

Respondo. Não respondo. Respondo. NÃO! Ah... respondo. Não, não vou responder. Sim, respondo. Okay.

Artur: Oi.

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Lucas: Como você está?

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Artur: Bem, eu acho. E você?

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Lucas: Com saudade. E um pouco arrependido de tudo isso. Você pode vir até a pracinha?

Lucas queria vê-lo. Depois de dois meses, de interromper a amizade sem maiores explicações. Sem dizer qualquer palavra depois daquele dia. Queria vê-lo.

Um Artur racional não iria. Ficaria em casa assistindo aos seus videoclipes, esperando a mãe chegar, vivendo bem como já vivia. O problema é que ele não era racional, era um adolescente apaixonado! Sim, apaixonado, não dava mais para esconder.

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Artur: Estou indo. Vou pegar a bicicleta e tô lá em uns 10 minutos!

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Artur pedalou feliz, sentindo o vento tocar seu corpo e imaginando que estava num navio gigante se sentindo o rei do mundo. Pedalou com vontade, ansiedade, acreditando na volta dos dias bons. Querendo que Lucas também o encarasse como sua pessoa.

Sabia que tinha alguma coisa errada, e que um dia a verdade apareceria. Era verdade, ele vivia bem, mas a ferida do coração ainda não tinha sido totalmente curada.

Ele chegou na pracinha. Lucas estava sentado num dos bancos, de costas.

— Lucas... Eu tô aqui.

O ex-amigo levantou, virou de frente, e ninguém poderia dizer que seu sorriso não era genuíno. Os dois correram para um abraço. E esse foi de verdade, como os antigos.

— Ah, Tutu, eu senti a sua falta!

— Você sumiu, esse tempo todo, não me explicou nada desde aquele dia. Eu também senti sua falta.

— Sim, eu sumi. Me desculpa! Meus pais acharam estranho, e eu também. Foram dias complicados.

Artur se sentia novamente importante. Na sua mente inundada na tristeza, Lucas não tinha sofrido nem um pouco com aquela separação.

Chegaste ao fim dos capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Jun 25, 2020 ⏰

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