Capítulo 09

142 14 3
                                    

 Kauan parou em uma farmácia e eu fiz o curativo, ainda dentro do carro, entre as minhas caretas de dor e raiva, Kauan dirigia.

Acabei dormindo, boa parte da viagem.

*********

Encaro a mansão a minha frente e volto a olhar para Kauan, que está rindo do meu espanto.

_quantas casas você tem? - Pergunto e ele ri.

_essa não é minha, é do meu irmão, Bryan! - Kauan fala.

_Você vai conhecer ele daqui alguns dias.

_eu vou? - Pergunto.

_ Vai! Minha familia vai se reunir no Natal e nós, vamos! - Kauan fala e eu sorrio, negando com a cabeça.

_ Vamos entrar! - Kauan fala ao notar o meu silêncio.

Analiso novamente a casa, seu interior é todo em tons claros, os móveis, em tons escuros, subo as escadas seguindo Kauan, que para na frente de uma das seis portas.

_esse é o seu quarto! - Kauan fala e eu sorrio.

_Obrigada! Vou dormir! - Falo, exausta da viagem.

_Boa noite Clara! - Kauan fala.

_ Boa noite! - Falo entrando no quarto.

Quando deitei na cama, o pânico veio a tona, a noção de que eu poderia estar nesse exato momento, morta em meio a chuva, me fez estremecer na cama, algumas lagrimas escorreram rapidamente por todo o meu rosto, tentei prender o choro, falhando miseravelmente, o ar faltou, enquanto eu abracei minhas pernas, sentindo o frio passar por todo o meu corpo, mesmo eu estando em baixo de três cobertas, entrelacei minhas mãos uma na outra e as mantive firme, por longos minutos, tudo que me restou foi chorar.

Repeti para mim mesma, que não sou obrigada a ser forte o tempo todo, mesmo que eu queira. No último mês, vi mais gente morta do que em toda a minha vida, apesar de saber que, Kauan não tem culpa do que está acontecendo, nem eu, nem meu irmão, que por mais raiva que eu sinta dele, sei que só quer me proteger.

Tento me acalmar e respirar, mas as lagrimas continuam intensas, aperto meu corpo contra as minhas pernas, me rendendo ao choro.

_ Clara. Posso entrar? - Kauan pergunta, sem abrir a porta do meu quarto.

Não consigo formular uma resposta, apenas resmungo algo e ele entende. Kauan abre a porta do quarto e vem até mim.

_se acalme, deixe eu ajudar! - Kauan fala, puxando meu corpo para si, fazendo com que eu o abrace.

Kauan deixou que o silêncio reinasse por longos minutos, enquanto fazia carinho nos meus cabelos e eu tentava, me acalmar. Depois que parei de chorar, voltei meu olhar aos seus olhos.

_Sei que você não está acostumada com isso, pessoas morrendo na sua frente e tiros, mas, quero que entenda que não atiro quando não é necessário! – Kauan fala e eu nego com a cabeça.

_Eu sei, está tudo bem, eu só estou tentando entender onde eu me encaixo nesse mundo! – Falo.

_Vai aparecer estranho, mas, você se acostuma, essas coisas acabam te tornando mais forte. – Kauan fala e eu o encaro.

_ Você não é apenas um segurança, não é? – Falo e ele ri.

_ Outra hora eu te conto a história toda. Você precisa conhecer a minha família primeiro. – Kauan fala e eu o encaro.

_ Porque você quer que eu vá junto. Quer dizer, eu sei que você precisa me proteger, mas, porque quer eu vá junto para o Natal em família? – Pergunto, sentando na cama, olhando para ele.

Minha Fraqueza - Saga Destinos. Livro 2 -Where stories live. Discover now