Capítulo 04

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        Acordo, e olho para fora, vejo que o dia acabou de amanhecer, suspiro, levantando da cama.
        Troco de roupa e percebo que as mesmas estão acabando, desço as escadas já sentindo o cheiro do café, quando chego a cozinha, vejo Kauan, apoiado na bancada, vestindo apenas uma calça de moletom, enquanto toma sua xícara de café.
_ Bom dia Clara! - Kauan fala ao me ver entrar.
_ Bom dia. Planos para hoje? - Pergunto.
_ vou precisar sair por algumas horas, tenho que resolver algumas coisas, mas, não pretendo demorar - Kauan fala.
_ tudo bem, eu faço o almoço então! - Falo e ele ri, divertido.

        Tomei café, peguei as roupae para colocar para lavar, fui até o quarto do Kauan e bati algumas vezes na porta.
_ entra! - Kauan exclama e eu abro a porta.
_ vim pedir se você precisa lavar alguma roupa, vou colocar as minhas e já aproveito para lavar o que você precisar. - Falo.
_ eu lavei ontem a noite, mas agradeço. - Kauan fala.
_ está bem - Falo e desço as escadas, indo para a lavanderia.
 
        Kauan saiu a alguns minutos. Começo a andar peça casa, até finalmente, tomar coragem para arrumar minha cama e limpar a casa, depois de tudo feito, começo a fazer o almoço.
      Para me animar um pouco mais, coloco música, volto para a cozinha e começo a cantar, enquanto cuido das panelas.
 
                              ******

       Ainda sozinha, descido sair de dentro da casa e ir para o pátio, anted de sair, escrevi um bilhete avisando Kauan onde eu estaria, caso ele chegasse antes de eu voltar. O pátio da casa, que por sinal é enorme, me cativa, ando lentamente, observando as árvores, até ver uma pequena baía de cavalos, sorrio, ando até a baía, abro lentamente a porta, encontrando logo em seguida os olhos negros de um dos dois animais que estão ali.
     O macho, de pelagem negra me olha e balança a cabeça. Já a fêmea, de pelagem brava, apenas fica quieta, como se sentisse medo de quem tenta se aproximar.
_ Oi garoto! Seu nome é trovão? - Falo me aproximando do macho, lendo seu nome em uma placa, pendurada em frente ao portão do lugar onde ele fica, ele apoia sua cabeça nas minhas mãos eu sorrio.
        Pego uma maçã, que estava em um pote e dou para ele, que come feliz, olho para a fêmea, a placa em frente ao portão do lugar onde ela está, diz seu nome.
_ Quer a maçã, Zakia? - Pergunto para a égua que se aproxima lentamente, ainda receosa.
_ Eu sei que você deve estar com medo, mas está segura aqui! - Falo e ela me olha, mordendo a maçã.
        Depois de comer, ela se aproximou novamente, e encostou sua cabeça na minha mão, me deixando fazer carinho na mesma.
_ ta aí, algo inacreditável! - Kauan fala, me fazendo reprimir um grito de susto.
_ caramba! - Falo colocando a mão sobre o peito.
_ desculpa te assustar, mas fiquei impressionado quando vi a Zakia te deixando fazer carinho nela! - Kauan fala.
_ ela não deixa, normalmente? - Pergunto.
_ não, ela não tem um histórico muito bom com humanos. Além de mim, ninguém mais conseguiu fazer carinho nela durante esses três anos que ela está aqui! - Kauan fala se aproximando, para fazer carinho na égua, observo sua alegria ao vê-lo.
_ o que aconteceu com ela? - Pergunto.
_ o antigo dono dela a obrigava a emprenhar, varias vezes, sem tempo para ela se recuperar, quando achou que ela não iria aguentar mais, soltou ela e atirou na mesma. Encontrei ela caida em frente ao portão, por sorte o tiro não a matou, desde então, ela ficou aqui com o Trovão, que tem uma queda por ela! - Kauan fala e eu sorrio.
_ o que aconteceu com o dono dela? - Pergunto.
_ quando ele descobriu que Zakia não tinha morrido, veio até aqui tentar levar ela de novo. Eu ofereci uma boa quantia para ele e falei que se ele voltasse a perturbar, o colocaria na cadeia. - Kauan fala.
_ agora sei porque ela gosta tanto de você! - Falo e ele sorri.
_ ela gostou de você também! - Kauan fala.
_ deve ser pelo histórico com homens maus querendo nos matar, não é Zakia? - Pergunto e ela balança a cabeça, como se concordasse, Kauan gargalha.
_ ambas estão seguras comigo! - Kauan fala, olhando nos meus olhos, sinto meu coração acelerar, então, desvio o olhar.
_ como escolheu o nome deles?  - Pergunto.
_ Trovão, por ele tem medo de trovoadas. E Zakia, significa, pureza. - Kauan fala
_ uau! está com fome? - Pergunto
_ sim, você cozinhou? - Kauan pergunta.
_ sim. Espero que esteja bom! - Falo e ele sorri.
_ se não estiver, eu minto! Minha mãe sempre disse que não devemos dizer que a comida está ruim. - Kauan fala e eu gargalho, enquanto andamos em direção a casa.
_ sua mãe cozinha bem? - Pergunto.
_ ela sim, mas meu irmão não! - Kauan fala e eu gargalho.
       Almoçamos, e por sorte, a comida realmente estava boa. Depois do almoço, coloquei as roupas na secadora e fui para a sala, depois de alguns minutos, Kauan terminou de lavar a louça e se juntou a mim.
_ então, qual é a sua história? - Kauan pergunta e eu respiro fundo.
_ bom, filha mais nova de pais ricos e ausentes. Tudo que eu tinha nas horas difíceis, era o Luan, quando ele foi embora, aprendi a ser sozinha. Me mudei para o Rio de Janeiro e os meus pais para o exterior! - Falo.
_ namorados? Amigos? - Kauan pergunta.
_ nunca consegui me apegar a alguém o suficiente para namorar. E bom, meus amigos, são apenas duas pessoas! - Falo e ele suspira.
_ sinto muito! - Kauan fala, percebendo o tom melancólico da história.
_ qual a sua história? - Pergunto fazendo ele sorrir.
_ é complicado. Meus pais morreram quando eu era bem pequeno, meu irmão mais velho me criou, quando eu tinha seis anos, ele conheceu a minha cunhada, que eu considero uma mãe, então, na maioria das vezes, chamo eles de Pai e Mãe. Além dela, meu irmão por consideração, sobrinho dela também chegou na minha vida e depois vieram os gêmeos, Bryan e Sophia. Além disso, muito trabalho! - Kauan fala e eu fico impressionada com a sua história.
_ Namoradas? Amigos? - Falo devolvendo a pergunta.
_ minha vida é complicada demais para namorar e meus amigos, são todos loucos! - Kauan fala me fazendo rir.
_ quanto tempo vamos ficar aqui? - Pergunto.
_ não sei ao certo, vamos ficar até ter certeza de que você está segura! - Kauan fala e eu apenas fico em silêncio.
_ Ei, não é tão ruim quanto parece! - Kauan fala segurando minha mão.
        Olho para ele por alguns instantes, esquecendo que estou aqui para ficar a salvo, meu coração dispara, engulo em seco e forço o sorriso.
_ eu sei! - Falo e ele continua com o olhar preso ao meu.
_ quer ver filme? - Kauan pergunta e eu sorrio.
_ tem pipoca? - Pergunto.
_ não, mas amanhã iremos no shopping e no mercado! - Kauan fala rindo da minha animação.
_ escolha o filme! - Falo e ele sorri, vitorioso.

       

Gostaram? Qual o nome do shipper? Continua?

Trovão e Zakia

Minha Fraqueza - Saga Destinos. Livro 2 -Where stories live. Discover now