Capítulo 22

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Eliot Rollins

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Ok, dez dias passaram e eu e à Mary ainda estávamos nos adaptando a nossa nova rotina e vida juntos. Viver com ela era como estar numa montanha russa. As vezes estávamos lá em cima e as vezes lá embaixo. 

Mas era uma aventura, era uma aprendizagem e aos poucos aquele medo e incerteza de ser insuficiente para ela estava indo embora.

Bear era uma mão na roda, o cão estava basicamente ali sempre. 

Como Celine trabalhava ela o deixava com uma babá para cães, o que eu achei hilário, então ele passou a ficar ali conosco e a Mary o amava vivia abraçando e fazendo carinho nele, ele nem ligava e parecia gostar bastante do carinho e da atenção que recebia.

O quarto virou o paraíso dela, o céu pintado na parede e no teto a distraia por horas e horas. Eu até ficava receoso de tirá-la dali, mas ela precisava comer.

Quem me ajudou bastante foi Rose, antiga cuidadora dela.

Celine sugeriu que eu buscasse pessoas próximas a minha sobrinha, assim ela ficaria mais a vontade e menos agitada. Eu fiz o que ela disse e cheguei a mulher que ficou mais do que grata e aliviada por me ajudar a cuidar da minha sobrinha. 

Tê-la ali foi maravilhoso e a Mary pareceu adorar.

Mas como não gostar dela? Rose era uma mulher baixinha com o sorriso mais amável do mundo. Era simpática e durona também. O carinho que ela tinha por Mary era verdadeiro e era um carinho mais do que retribuído.

Meio atrasado fechei a pasta e sai do quarto. O cheiro do café me levou até a cozinha e mais uma vez agradeci Rose por existir. Aquela mulher salva o meu estômago e o da minha sobrinha das porcarias que estávamos comendo seis dias antes dela chegar.

- Bom dia Eliot. Animado para voltar ao trabalho?

- Numa quarta-feira? Não mesmo. Minha mesa deve estar cheia de papéis.

Eu até pensei em adiar a minha volta ao trabalho até a próxima segunda ou até pegar uma licença, mas eu tinha casos os quais estariam no tribunal essa semana e não poderia deixar os meus clientes na mão.

- Boa sorte meu filho.

- Vou precisar, a Promotora Johnson raramente perde uma ação ou um caso. - só ganhei dela uma vez e foi no caso do Tom, mas as outras vezes que a enfrentei perdi e perdi bonito.

- É um caso difícil?

- Minha cliente alega que foi coagida por um policial e que ele implantou drogas no carro dela. O estado está acusando ela de tráfico.

- E você acredita nela?

- Se não acreditasse não teria pego o caso. Eu não me envolvo em casos assim. Geralmente pego casos de agressão ou divórcio por causa de um casamento tóxico. É a minha praia.

- Não parece muito ensolarada.

- Fica quando eu ganho. - respondo com um sorriso branco e lavo minha xícara.

- Boa sorte então.

- Obrigado Rose. - me despeço dela e vou até o balcão onde Mary mais está concentrada e contar os cereais do que em comê-los - Tchau.

Um Presente Chamado Mary ✔ Where stories live. Discover now