Capítulo 63

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Eliot Rollins
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Uma mão suave acariciava os meus cabelos num gostoso cafuné. 

Era estranho a sensação que aquele carinho me causava, estranho porque era a mesma sensação que eu sentia quando a minha mãe fazia isso. Mas não poderia ser ela, não mesmo.

- Você precisa voltar. - aquela voz... era impossível - Eu sei que você está fingindo. - então abri os meus olhos e ali, ali estava a mulher mais bonita de todo o universo, pelo menos na minha cabeça e no meu coração ela era, dona do sorriso mais bonito de todos, olhos e cabelos claros. Meu primeiro amor.

- Mãe? - indago confuso a ela que sorrir.

- Oi meu amor. - ouvir aquela voz suave dizer meu amor com os olhos mais suaves e amorosos do mundo me deu vontade de chorar. Me sentei e abracei e foi tão bom poder abraçá-la de novo e sentir esse abraço - Meu bebê.

- Como? Como isso é possível? Você se foi. - ela se afasta e passa a mão pelo meu rosto e me olha com carinho.

- Você levou um tiro meu filho, está morrendo. Sou só uma ilusão criada pela sua cabeça.

- Eu não quero que você seja uma ilusão, quero que seja real. Sinto tanta a sua falta mãe, queria tanto estar com você. - indago em meio a lágrimas, tinha tanto para dizer a ela mesmo sendo um sonho como ela mesmo dissera que era - Eu te amo tanto.

- Eu a você meu bebê. E eu a você. Eu estou muito orgulhosa do homem que você se tornou, dessa pessoa maravilhosa que você é.

- Mãe...

- Eu sempre soube que você iria longe meu bebê. E estou tão feliz.

- Eu também mãe, estou muito feliz por ter ver. Quero ficar com você.

- Mas você não pode.

- Mãe...

- Filho você tem que voltar, tem que acordar. 

- Mas eu não quero.

- Então pense no que você está deixando pra trás e lute por isso, eu não consegui, mas você sim. Eliot você precisa voltar, então feche os olhos e os abra novamente.

Eu não queria, mas era o que deveria fazer. Tinha a Mary, o Miguel, Thomas, as crianças, o Bear, Celine, Nora e todos os outros. 

- Me deixa ficar mais um pouco. - peço porque não tinha ideia de quando poderia sonhar com ela de forma tão real novamente e ela apenas sorriu.

- Claro meu filho, me conta o que você anda fazendo da vida. - então eu narrei, narrei tudo o que havia feito desde que ela e Ava se foram. Contei sobre Thomas e disse que além de ser o meu melhor amigo ele era meu irmão, contei da bela homenagem que ele fez ao dar o nome da Ava para filha dele e de como ela, Adam e Alison eram. Contei sobre o Miller's, sobre Nora. Sobre Summer, Celine e Bear, ela riu como achei que faria quando falei sobre o cão e aquela risada era o som mais bonito do mundo. Contei sobre o trabalho e até mesmo sobre o meu pai e ela escutou tudo com os olhos brilhantes e sorriso lindo. No final acabei deitado ao lado dela na cama sentindo os dedos dela acariciarem meus cabelos num cafuné que me deixava sonolento. Ela cantava a mesma música de ninar que sempre cantava para mim quando eu era pequeno e mesmo não querendo, porque eu queria ficar mais um tempo com ela, acabei adormecendo sabendo que quando acordasse eu não a veria mais.

Um Presente Chamado Mary ✔ Where stories live. Discover now