Capítulo 14

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Eliot Rollins
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Eu estava tão envergonhado e tão irritado que não consegui nem olhar para Celine.

Eu precisava me desculpar, mas não sabia por onde começar. O que Nora disse e fez foi tão absurdo e tão sem noção que isso me chateou e me magoou.

Ela não poderia insinuar tal coisa ainda mais de alguém que não conhecia. E o pior, dizendo isso mostrava que ela não me conhecia e que esperava o pior vindo de mim.

Como ela poderia pensar que faria uma coisa dessas? Eu nunca usei uma mulher como válvula de escape e não seria agora que eu faria uma coisa dessas.

- Eliot está tudo bem. - Celine disse como se tivesse lido os meus pensamentos - Não precisa se culpar pelas coisas que ela disse. Foi apenas o ciúme falando.

- Não foi ciúme, até porque ela não me ama e já deixou isso bem claro pra mim. - minha voz estava estranhamente grossa. Eu não costumava a usar esse tom, muito menos com uma mulher - Me desculpe por tudo Celine. A Nora não tinha esse direito e nem deveria ter sido rude com você. - digo ao apertar o botão do elevador - Sinto muito por isso, eu estou muito envergonhado pela atitude dela.

- Não precisa ficar assim.

- Não consigo não ficar. - respondo ao ajudá-la a entrar no elevador - Ela foi tão má educada e tão rude. E não tinha motivos pra isso. Nós não temos mais nada e mesmo que tivéssemos ela não deveria tirar conclusões tão precipitadas. Que tipo de homem ela acha que eu sou?

- Eu acho que ela estava mais pensando no tipo de mulher que eu era e não ao contrário. - Celine até tentou apaziguar as coisas com bom humor, mas eu não vi graça. Achei um absurdo o que Nora havia feito - Eliot está tudo bem, ok? Não se estresse por causa disso, tem coisas mais importantes para você lidar agora.

E aquilo era verdade, havia muito com o que me preocupar. Ainda precisava pensar no que fazer em relação a minha sobrinha.

- Você está certa. - concordo ao senti-la se mover para sair do elevador - Quando foi que eu apertei o botão do seu andar?

- Eu apertei, você estava divagando demais. - comentou segurando a porta - Você pode me deixar aqui, a minha porta é a terceira.

- Eu vou te levar até lá.

- Quer mesmo que o Bear pule em cima de você? Me pareceu bem assustado quando ele pulou em cima de você. - o comentário me deixou constrangido e ela sorriu - Você é um cara interessante Eliot Rollins e tenho certeza que tomará a decisão certa.

- Eu sei e já tomei. Vou te levar até a sua porta e sair correndo antes de você abri-la. - ela riu e percebi que sua risada era tão bonita quanto o seu sorriso.

- Parece um bom plano.

- Que bom que você gostou, porque se insistisse em ir sozinha eu iria dar um de homem das cavernas e jogaria você em cima do ombro.

- Que exagero. - diz ainda segurando a porta - Vamos e prepare-se para correr, o Bear adorou te conhecer.

- Ah eu também adorei conhecê-lo, até mesmo quando ele pulou em cima de mim e eu senti que iria infartar. - ela mais uma vez riu e juntos caminhamos até a terceira porta.

Um Presente Chamado Mary ✔ Where stories live. Discover now