Capítulo 3

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_Diário de bordo_
[Dia 2 de Março de 1915]
[7 meses e 2 dias de guerra]

J U N G K O O K

Jimin estava queimando de febre.

Febre é algo perigoso, meu corpo ficou tenso e eu não sabia o que fazer. Jimin estava suando, mas estava com frio, e eu não sabia se lhe aquecia ou se lhe esfriava.

Não, não, não! Aquilo não podia estar acontecendo!

Não tinha remédio algum ou uma água quente para lhe dar. Eu segurava seu rosto tristinho com minhas duas mãos, procurando alguma resposta em seu olhar sobre o que fazer, eu só precisava de uma luz.

Apenas uma pessoa que pelo menos tentaria ajudar Jimin apareceu em minha mente, mesmo estando tarde, eu estava muito preocupado com sua situação, precisava tentar.

— Jimin, suba em minhas costas, irei te levar para um lugar e tentar te ajudar.

Ele ficou em pé e subiu nas minhas costas como pedi, por sorte ele não era pesado, era pequeno e fácil de carregar. Saímos do barraco e andamos pela vila sob a nevasca, pisoteando a camada fina de neve fofa do chão até a única casa que já esteve aberta para mim.

Bati na porta com dificuldade já que minhas mãos sustentavam as pernas de Jimin, não demorou muito para que o herói chegasse na porta com um lampião na mão, intercalando seu olhar entre mim e Jimin que tremia nas minhas costas.

— Meu garoto, o que aconteceu? — perguntou com preocupação.

— O Jimin, ele está com muita febre e está tremendo muito, o senhor sabe o que fazer?? Por favor, ajude ele, eu sei que já pedi por muito, mas-...

— Não se preocupe — me cortou—, eu sei o que fazer para ajudar, entrem.

Ele abriu passagem e eu entrei em sua casa, o local aquecido e decorado de forma rústica tinha uma lareira acesa e vários livros de diversos tamanhos e cores pelas grandes estantes nas paredes, juntamente com alguns  certificados emoldurados e alguns animais empalhados.

O senhor fechou a porta e carregou o Jimin com facilidade de minhas costas, o colocando numa poltrona perto da lareira. Ele checou sua temperatura com a palma da mão e pareceu surpreso com o quão quente ele estava.

Eu estava ali do lado dele, tirando os flocos de neve que ficaram em seu gorrinho durante a caminhada até aqui para que eles não molhassem sua cabeça ao derreter. O moço saiu da sala e abriu um armário de madeira na parede do corredor, tirando um frasquinho marrom e uma colher de lá.

Ele voltou, despejou o líquido de dentro do frasco na colher e a posicionou na frente da boca de Jimin.

— Abre o bocão para o aviãozinho da cura pousar. — disse brincalhão, arrancando uma risadinha baixa minha e de Jimin. Então ele abriu a boca, tomou o remédio e fez uma careta logo depois. — O gosto não é bom, mas é o melhor de todos para te curar, já já você estará melhor.

Ele era mesmo o meu herói, me salvou e curou Jimin, é o melhor homem de todos!

— Obrigado por ter cuidado de nós... — disse ainda constrangido por ter chamado ele naquela hora da noite. — Desculpa ter te acordado.

— Eu nem estava dormindo, não se preocupe. — sorriu ao bagunçar os meus cabelos, tirando o gorrinho de Jimin da sua cabeça. — Então você é o Jimin fofinho que o garoto ali tanto fala, hein? Fique um pouco sem a touca para não esquentar tanto a cabeça, certo?

Jimin assentiu, tímido, contendo um sorrisinho quando o herói também bagunçou seus cabelos.

O moço foi guardar o remédio e Jimin me olhou, sussurrando:

Diário de Bordo - jjk & pjmWhere stories live. Discover now