capítulo 32

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— Heyoon veio atrás de mim aquele dia, disse que você estava arrependida de ter me dado um fora e até terminou com Josh por isso, disse que você saia toda noite pra beber porque sentia minha falta... - Cada palavra que sai da boca de Jonathan me faz firma mais o pé no chão por medo de cair, e minha garganta trava engolindo toda a raiva que estou sentindo, minha dor abdominal pra completar só aumenta,  eu preciso urgente de outro remédio. — Então ela me contou que tinha um plano, ia sair com você e eu te encontrava de surpresa lá, e a gente ia ficar junto. Então eu fui, e te encontrei lá, sozinha, dançando, tudo dando certo...

— Eu estava bêbada Jonathan, você tinha que saber que nada daquilo foi feito comigo consciente porra.

— Feito o que Any? A gente nem se quer se beijou.

— O que ? - Minha cabeça não consegue assimilar suas palavras.

— É, você só sabia dizer o quanto amava o Josh, então eu desencanei.

— A gente não foi pro motel ?

— Que? Não. Você tava quase desmaiando então ajudei Heyoon a te levar até o táxi e vocês foram embora. - Aquilo não faz sentindo algum, eu acordei nua num motel, tinha um bilhete, ele escreveu um bilhete, tinha assinatura dele. — Ei você tá bem ? - Jonathan segura meu braço após eu cambalear e quase cair.

— Eu tô bem. - Minto, se ele me soltar eu caio direto no chão, minha visão está turva e meu corpo dói muito, minhas costas estão suadas a ponto de eu sentir minha camiseta grudar em minha pele. — Eu tô bem. - Essa segunda vez repito pra eu mesma escutar e me recompor.

Começo a pensar que todos esses sintomas que venho sentindo nas últimas semanas não são apenas por conta de todo nervosismo, tem alguma coisa errada.

Preciso de longos segundos pra me recompor e por segurança levo uma mão na parede enquanto a outra empurra Jonathan pra que ele se afaste.

Deixando meu mal estar um pouco de lado começo a pensar em tudo que Jonathan disse e em tudo que vem acontecendo, a raiva que estava contida dentro de mim é agora a única força que eu tenho pra começar a caminhar.

Por garantia ando perto da parede, vou o mais rápido possível o que pra mim parece ser uma eternidade, paro por alguns segundos assim que saio do bloco dois, a dor realmente estava muito forte e o desconforto era algo que me incomodava demais, mas preciso cintinuar, preciso tirar essa história a limpo.

Entro no prédio ao lado, não tenho aula nele mas o conheço bem por todas as vezes que vinha encotrar Josh.

Pra minha sorte quem eu queria encotrar estava no primeiro andar e sozinha dentro da sala 18.

— É isso aqui que você tá procurando? - Jogo o celular em cima de uma das mesas o aparelho desliza sobre ela e para no chão. Heyoon que estava abaixada no fundo da sala procurando algo se levanta e me encara assustada.

— Meu Deus Any, você tá bem?

— Como se você se importasse.

— Senta, você tá pálida. - Heyoon tenta se aproximar mas eu recuo fazendo ela parar a alguns passos de distância. — O que foi?

—Você não tem um pingo de dignidade na sua cara, eu tenho nojo de você  Heyoon nojo. - Ela entendeu sobre o que estou falando

— Sabia que cedo ou tarde você ia descobrir. - Não tem um pingo de remorso em sua voz.

— Como? Por que?

— Você sabe o porquê, eu amo ele. Eu pedi pra você sair do caminho logo no começo você não me escutou eu precisei mudar a estratégia.

— Sua estratégia foi me embebedar, me levar num motel e me fazer acreditar que eu trai o Josh? Como você pode ser tão sem caráter a esse ponto?

— Não eram bem os meus planos, eu achei que bêbada você ia ceder quando visse Jonathan, mas não, a santinha nem sob efeito do álcool conseguiu parar de pensar no seu grande amor, blá blá e blá.

Eu já tinha suportado coisa demais, já tinha abaixado minha cabeça muitas vezes e deixado ela me machucar, parte disso é culpa minha, eu deixei ela ir longe demais, o mal se corta pela raiz, mas eu deixei crescer. Chega eu não vou tolerar mais um A do que essa vagabunda fala, qualquer consideração que eu tivesse por ela acabou, se esgotou, eu já fui trouxa por tempo demais.

Não sei como exatamente aconteceu mas eu pulei em seu pescoço, eu puxei seus cabelos, dei tapas eu a soquei, sem dó nenhum, e nada disso fazia minha raiva diminuir, eu poderia espanca-la até ela desmaiar que eu ainda sairia dessa mais machucada que ela.

Minhas dores físicas nesse momento não são nada perto de como meu coração grita, eu não trai Josh, eu não me trai, nós fomos enganados, sei que era pra eu me sentir aliviada mas isso rasga meu peito a ponto de eu querer berrar.

Perco minhas forças e não consigo mais bater nela, só agora percebi que Heyoon em momento algum revidou ou se defendeu, é como se uma parte dela soubesse que merecia, mas isso não me faz ter um pingo de esperança que ela ainda possa mudar, a olhando agora chorando assim como eu, jogada no chão como eu, tudo que eu consigo sentir é nojo, não sei o que ela quer me mostrar com suas lágrimas sei que remorso não tem ali, me jogo pro lado caindo sentada ao lado de seu corpo deitado no chão, dobro meus joelhos e levo meu rosto entre eles tentando recuperar o folego, apenas escuto os movimentos ligeiros de Heyoon e então seus passos correndo pra fora da sala. Ela fugiu.

Sem uma palavra se quer, sem uma desculpa, sem um sinto muito, nada. Não que isso fosse resolver ou mudar alguma coisa. Sem forças pra me levantar eupermaneço ali, meu corpo todo treme, estou passando muito mal, levo a mão no rosto secar o suor e me assusto ao ver sangue em minhas mãos, tem no chão também, não lembro de ver nenhum machucado no rosto de Heyoon sangrar apesar das pancadas, vi sua pele avermelhar e alguns roxos se formarem, mas nenhum corte. Meu Deus tem muito sangue, da onde?

— Any? - A voz preocuoada de Noah ecoa na sala como um grito. Ergo minha cabeça de vagar por conta da tontura e o vejo levar a mão no rosto completamente assustado.

É tudo que eu lembro...



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Se essa troca de espaços temporais estiver confusa me avisem, to tentando deixar bem explícito mas é um pouco complicado, então me perdoem qualquer coisa.

Ps: Me sinto meio mal de colocar Heyoon sendo tão babaca assim.

Give me a reason to stay - REESCREVENDO.Where stories live. Discover now