Capítulo 15

2.6K 192 9
                                    

— Eu amei esse lugar. - A mexicana corre até a parte de fora da cobertura.

— Sabi você veio aqui me ajudar ou admirar a vista? - Abro a caixa com todo cuidado, se eu quebrasse alguma das câmeras de Pepe, ele me matava.

— Desculpa Any mas olha esse lugar. - Estávamos na nova casa de Pepe, ajudando ele com a mudança, que não era muita, como ele nunca parava em lugar nenhum.

A porta se abre e o mais novo morador do lugar entra.

— Falta muito? - Nas mãos dele se encontram mais duas caixas pequenas.

— Não, essa era a última. - Jogo o papelão vazio no monte junto com os outros.

— Gostou do lugar? - A pergunta é pra mim mas quem responde é Sabina.

— E quem não gostaria? - Pepe ri e se junta com ela do lado de fora.

— Eu vou indo. - Falo num tom mais alto, pegando minha bolsa, mas sou ignorada pelos dois que estão totalmente focados um no outro.

Penso em descer pelas escadas, mas me lembro que estou no último andar e chamo o elevador.

Me despeço do porteiro que nos ajudou a manhã toda e da porta de saída do prédio enxergo o carro de Noah estacionado perto do meio fio, entro na porta de trás já que ao seu lado se encontra Sina.

— Ótimo já estava de vela lá em cima, agora aqui também. - Largo minha bolsa e coloco o cinto.

— Oi Any, tá tudo bem sim, e de nada por ter vindo te buscar. - Noah me olha pelo retrovisor do carro, fazendo Sina rir.

— Podia ter chamado o Josh então. - Sina se vira pra trás, pra poder me ver.

— Droga vocês dois viu, vamos logo. - Noah faz um gesto com a mão na testa como quem diz "Sim senhora" e liga o carro.

(...)

Noah nos larga no estacionamento da Universidade e vai para o hospital.

— Hoje não era a simulação do caso do Lamar e da Hina? - Pergunto enquanto prendo meu cabelo em um coque, o dia estava quente.

— Aham, quer dar uma passada lá? Temos vinte minutos antes da nossa aula. - Ela desbloqueia a tela do celular pra conferir o horário.

— Podemos passar pelo refeitorio primeiro? Eu não almocei ainda. - Falo arrumando os últimos fios de cabelo no lugar e Sina concorda.

Vamos até lá, pra nossa sorte não tem muita gente, pegamos a comida e vamos andando até a sala que os nossos amigos estavam.

Entramos em silêncio e sentamos nas cadeiras do fundo como já havia começado, Lamar nos vê e da um breve aceno.

Hina estava de pé em uma das bancadas, concentrada nos papéis em cima da mesa na sua frente, enquanto a outra menina falava sem parar números de leis, e estatutos, e tudo que eu não entendia.

Havia uma banca com sete professores sentados em uma enorme mesa fazendo várias anotações.

— Então você acabou de se contradizer. - Pela primeira vez Hina encara a garota.

— O que você quer dizer com isso? - A menina tenta se manter firme mas é inevitável o medo que ela está sentindo.

— Você está defendendo que o guarda estava errado em dar a multa, mas disse que o o sinal de pedestres estava fechado. - As mãos da japonesa estão apoiadas com força na mesa e seu rosto demonstra uma confiança que eu nunca havia visto.

Sina me cutuca pra ver se eu estou vendo o mesmo que ela, era surpreendente ver Hina daquele jeito.

— As fotos mostram que não estava vindo nenhum carro naquele momento. - A menina refuta, e puxa alguns papéis de cima da mesa e entrega-os para japonesa que nem liga e volta a falar.

Give me a reason to stay - REESCREVENDO.Onde histórias criam vida. Descubra agora