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Uma semana. Já faz a porra de uma semana que tudo aquilo aconteceu naquela droga de balada. Uma semana que eu não olho na cara de Harry e o pior é que não é nem simplesmente por eu estar puto e não querer falar com ele. Na realidade, ele não se deu o esforço de se aproximar de mim uma vez se quer.

Pelo que Liam me falou, ele sabe que eu vi e sabe como eu fiquei, mas parece que não foi algo de grande importância pra ele.

O engraçado é que eu passei o mês me preocupando sobre Harry sair machucado disso, caso descobrisse da aposta e no final ele quem me machucou e ele não tá nem aí.

Eu também não imaginava que algo assim pudesse me afetar tanto. Quer dizer, eu chorei antes de dormir. Caralho! Quando que eu imaginei que pudesse sentir algo assim? Agora o que eu menos imaginaria, era que o Harry que eu estava conhecendo, fosse desse jeito.

Eu me recusei a ir à escola ontem, fui os três primeiros dias da semana e só fiz me magoar por vê-lo agindo como se nada tivesse acontecido. Ontem eu quis me livrar um pouco dessa droga de sentimento. Mas como nem Deus colabora comigo, hoje eu tive teste e precisei vir.

Com toda certeza eu devo ter tirando um belo 2 no máximo, nesse teste. Mas tudo bem, é o lado bom de ser nerd. Minhas outras notas compensam.

O horário do almoço já se fazia presente e eu me encontrava sentado em uma mesa junto com Louis, Liam, Niall e Sophia. Eu me recusei a sentar de início, mas Louis deixou claro que Harry não estava no colégio no momento e eu me dei por vencido.

Confesso que não estava prestando muita atenção na conversa ali, já que eu ultimamente sempre me prendia em meus próprios pensamentos o que na verdade é bastante foderoso pra o meu psicológico, mas fazer o que, né?

Me assustei ao escutar algo sendo batido contra a nossa mesa e eu focar minha atenção pude perceber que foram alguns cadernos nas mãos de Harry.

- Nós podemos conversar? - questionou me olhando e eu com certeza estava sem reação.

- Ok, acho que é melhor a gente sair. - comentou Sophia se levantando.

- Não, nós saímos. - exclamei antes de me levantar e caminhar para longe dali.

Eu realmente não queria ter essa conversa, não sabia o que falar ou como me segurar pra não voar em cima dele e quebrar todos esses dentes que formam esse sorriso tão perfeito que fez eu me apaixonar e me fuder agora.

Caminhei até o campo atrás do colégio onde costumávamos conversar, apenas por saber que era o local mais longe dentro do colégio, é assim eu poderia adiar ao máximo nosso diálogo.

- Fala! - mandei

- Zay... - o garoto abriu e fechou a boca por diversas vezes sem saber como falar. - Desculpa. - bufou

- É isso? - ri - Tchau, Harry. - iniciei os passos que logo foram parados ao que o garoto me puxou.

- Eu não queria magoar você, ok? - insistiu. - Nós nem temos nada.

- Não temos nada? - perguntei em um tom um pouco mais alto. - Uau, Harry.

- É a verdade. Eu gosto de você, você sabe disso. Mas nós não temos nada sério, droga. - bufou

- Você gosta de mim? Tem certeza? - perguntei sarcástico

- Sim, eu tenho. Nesse exato momento eu tenho a certeza absoluta de que é só sua boca que eu quero beijar e é só com você que eu quero transar. - declarou-se

- PORRA! VOCÊ NÃO PODE FAZER ISSO. - Gritei enquanto dava leves socos no peito do garoto que apenas tentava segurar meus braços.

- Calma, calma!! - segurou fortemente meus pulsos.

- Você não tem o direito de fazer tudo isso comigo. - exclamei já sentindo as lágrimas escorrerem dos meus olhos.

- Não chora, Z. - suplicou. - Não consigo ver você chorar e saber que é culpa minha. - o garoto já estava vermelho.

- EU NÃO QUERO ESTAR NESSA SUA MONTANHA RUSSA, EDWARD. - gritei em prantos.

- Montanha russa? - questionou confuso.

- Você uma hora diz que está apaixonado por mim, me enche de presentes porquê diz que gosta de me agradar, me chama pra ir numa festa e lá eu te vejo transando com a porra da sua ex em um banheiro de balada. Você demorou a porra de uma semana pra vir falar comigo. Você some do celular e do mundo por dias e depois volta como se nada tivesse acontecido. Eu não sei se seu relacionamento com a Kendall era assim e talvez fosse e por isso vocês se dão tão bem até hoje. - ironizei. - Mas eu simplesmente não consigo fazer parte dessa montanha russa de sentimentos dentro de você. Eu já estou me machucando e vou acabar me machucando com esse seu "nem temos nada". Então por favor, só me deixa em paz, ok? - cuspi as palavras.

- Zay... - tentou me segurar pelo braço, mas com certa força eu consegui me soltar e caminhei em direção ao banheiro.

Deus, como foi difícil. Quando se ama alguém, é difícil não colocar seus sentimentos pela pessoa acima do seu bem estar. Calma, eu não amo o Harry. Não, não amo. Eu estou apaixonado por ele. Simplesmente isso. Eu estou magoado e decepcionado no momento e por conta disso o sentimento parece mais forte, mas é apenas isso, decepção.

Já dentro do banheiro, lavei meu rosto na tentativa de acalmar minha pele e não demonstrar a Deus e o mundo o quão mal eu estava. Com certeza tudo isso era demais pra mim e nesse momento eu não tenho a mínima condição de prestar atenção em alguma aula.

Já pretendia sair para procurar Niall, quando dei de cara com o mesmo na porta do banheiro.

- Tava te procurando. - comentou - Você tá bem?

- Acho que sim. - suspirou

- Quer sair? - deu a ideia. - Podemos ir no shopping, museu, parque, sei lá.

- Na verdade, um parque seria ótimo. - realmente gostei da ideia. - Mas eu tô sem grana.

- Relaxe, Malik. Deixe tudo pra o papai aqui. - bateu no peito e eu ri assentindo.

- Tudo bem. - dei de ombros.

- Vou pegar nossas mochilas, vai chamando um táxi. - pediu

- Ih, tá roubando que banco, Horan? Vamos de táxi é? - ri

- Minha moto está no concerto, acabei batendo ela indo atrás de você e Liam na chuva, depois daquela festa. - comentou me fuzilando com o olhar.

- Aí seus pais resolveram te encher os bolsos pra sair por aí pegando táxis ao invés de te forçar a andar a pé como castigo? - perguntei achando estranho.

- Eles tiveram o mínimo de senso. - piscou - Agora vai.

O resto do dia se passou rapidamente e de certa forma fora divertido. Eu consegui tirar um pouco os pensamentos com um certo idiota, da cabeça e focar em algo mais feliz e interessante.

Niall me entupiu de doces e confesso que agora eu estou mais ligado que ele. Açúcar com certeza não faz bem pra o sangue.

Eu já comentei que odeio altura? Pois é, Niall me forçou a ir em alguns brinquedos que eu com toda certeza sai traumatizado. Pra quê ter inimigos quando Niall Horan é o seu melhor amigo, certo?

As 21h já eram chegadas e naquele momento eu me encontrava recostado no banco do táxi, com a cabeça no ombro de Niall e ouvindo uma música qualquer nos fones.

Senti o carro parar e logo abri meus olhos percebendo que não estava na porta de casa e sim em um lugar com certa quantidade de árvores. Niall me pediu pra sair e assim eu fiz, percebendo que era o campo/lago que Harry me trouxe algumas vezes dizendo, inclusive depois do nosso encontro.

- O que você tá aprontando, Horan? - questionei confuso.

- Só vai logo. - apontou para a subida - Até segunda, Z. - o carro deu partida.

Caminhei calmamente pelo campo enquanto simplesmente observava como aquele lugar era longo. Pelo menos algo bom saiu daquela droga de "relação", "rolo" ou uma porra de nada como disse o cacheado.

Cheguei até a frente do lago onde Harry e eu costumávamos ficar e pude ter uma visão que eu com toda certeza não imaginaria.

- Aí meu Deus!

April 1 - [ZARRY]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora