Papai, eu tô dodói!

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Alguns momentos me faziam pensar que talvez eu não tivesse mesmo nascido para ser pai, e isso se resumia em: a maior parte dos dias mesmo. Me encontrava em desespero seguidas vezes por causa de Jiwoo, fosse por não entender direito as mulheres, por não conseguir acalmá-la tão rápido — embora tenha melhorado com o tempo —, por não saber tudo sobre ela, por não saber cozinhar... dentre tantos outros motivos que apenas aumentavam a minha preocupação.

Naquela sexta-feira quando fui acordá-la e a encontrei encharcada de suor apenas me apavorei ainda mais. Ao botar a mão em seu rosto percebi que sua pele quase fervia, aumentando meu pavor. Acordei minha pequena, vendo seus olhinhos marejados.

— Papai, dói... — Segurou seu pescoço, pela voz dela era possível de saber que a dor era na garganta. — Papai, eu tô dodói.

E ela se grudou em mim, me abraçando com força e chorando, fazendo meu coração doer com sua tristeza. Odiava muito ver minha filha desse jeito, queria apenas arrancar toda a sua dor e a transferir para mim.

— Você vai ficar bem, meu bebê. — Garanti a ela, a abraçando de volta. — Papai vai ligar para o tio Yoon e para o tio Jin, tudo bem? Você fica aqui um pouquinho?

— Não, papai, não me deixa sozinha.

E quando ela me encarou com aquele biquinho na boca eu quase morri, porque ela era fofa demais para se lidar e o meu coraçãozinho de pai não suportava isso. Por isso concordei com a cabeça e me sentei na cama dela, me escorando na cabeceira para que ela pudesse ficar no meu colo.

Tirei o celular do bolso e liguei, primeiramente, para Yoongi. Iria apenas avisá-lo que precisava ficar em casa para cuidar da Ji, apenas para não preocupá-lo e para que ele pudesse encontrar outra maneira de ir para o trabalho.

— Só assim para você se dar uma folga! — Yoongi quase gritou ao telefone quando o contei o ocorrido. — É óbvio que não tem problema, apenas cuide da Ji e mande notícias. Eu chamo um táxi e pego o Jin no caminho.

— Obrigado, hyung.

Em seguida liguei para Seokjin, pedindo dicas de como diminuir a temperatura da Ji, porque nunca tinha cuidado dela com febre, geralmente apenas com outros sintomas de resfriados. Ele me deu um nome de remédio e deu dicas do que fazer, logo dizendo que era só manter a calma e que crianças normalmente tinham mais febre do que adultos.

Tudo bem.

É só manter a calma.

Por último, pensei em avisar Jimin que não iria hoje, já que estava o dando carona todos aqueles dias, mas não precisei porque quando digitei seu número — que já tinha decorado — ele estava me ligando. E, estranhando isso, prontamente atendi.

— Jungkookie, desculpa, eu esqueci de avisar que hoje estou de folga devido as horas extras que fiz e não vou com você. — Falou tudo de forma afobada, me deixando com um sorriso bobo no rosto.

— É engraçado que eu estava te ligando para dizer o mesmo. — Ri fraquinho. — Tem uma princesa de cinco anos com febre nos meus braços, não posso deixar de tomar conta dela.

— Você precisa de alguma coisa? — Indagou, então. E eu soltei um suspiro, pois precisava sair para ir na farmácia comprar o remédio para a Ji e ao mesmo tempo não queria tirá-la de dentro de casa. — Eu me apeguei a ela, só quero ajudar.

Lhe disse o que precisava e agradeci incontáveis vezes, ouvindo-o apenas garantir que estava tudo bem e que só queria ajudar.

Naquela última semana, Jimin e eu nos perdíamos um no outro inúmeras vezes entre conversas e trocas de olhares, mas nós não nos beijamos mais, nem um selinho sequer e isso estava me corroendo de saudades aos poucos. Droga! Eu estava tão apaixonado que chegava a ser trágico.

Diário de um Alfa em Apuros | jjk + pjmDonde viven las historias. Descúbrelo ahora