Eu: Bem o Harry é... o Harry- o que não me faltavam eram adjetivos para descrever aquele ser humano, mas não queria dizer mais do que o necessário
A minha mãe riu-se da minha reação e consegui perceber pelo seu olhar, que tinha acabado de me entregar então mais valia contar-lhe tudo e deixar que ela desse o seu conselho de mãe que só ela poderia dar.
Eu: Eu e o Harry somos amigos. Uma espécie de amigos com benefícios - admiti envergonhada- Nada demais, apenas uns beijos aqui e ali
Lucy: Como é que se conheceram? - perguntou tentando saber os pormenores
Eu: Houve um baile de máscaras organizado pelo avô do Andrew e havia um pequeno jogo para tentarmos encontrar o nosso par da troca de lembranças
Lucy: E depois disso ficaram amigos?
Eu: Não, o Harry insistiam que não tinha amigos então tive que me esforçar bastante para que ficássemos amigos- admiti- E, de alguma forma, pouco depois começámos a ser mais do que isso
Lucy: E porque não o quiseste ver, agora que ele está cá? - perguntou confusa
Eu: Como é que ele está cá? Como é que ele descobre sempre onde estou sem que eu lhe diga? - perguntei irritada- Antes de vir para aqui, estava em Paris com ele. Estávamos no apartamento mais lindo que alguma vez vira, ele estava lá em trabalho e eu compreendi, mas, depois, usou o trabalho como desculpa e foi ter com outra rapariga. Tínhamos comprado bilhetes para o teatro e ele usou-os com ela. Achas isso normal? E ainda estava a ir com ela até ao apartamento, então quando vi decidi ir para um hotel, não lhe disse qual mas, na manhã seguinte ele estava na receção á minha espera como se fosse a coisa mais normal. E agora está aqui
Como é óbvio, tinha deixado alguns pequenos pormenores de fora da minha explicação, tal como ter conhecido Louis num bar e ter ido dormir para o quarto de hotel dele. Esperava ter contado o essencial para que ela percebesse o porquê de eu estar a fugir de Harry.
Lucy: Não disseste a ninguém onde estavas? - perguntou tentando encontrar uma justificação
Eu: Contei a Andrew que estava aqui, mas primeiro ele não lhe contaria e, segundo, ele não sabe sequer onde fica a casa, apenas que é em Londres. E como justificas a parte do hotel? Não havia forma dele saber e ele descobriu!
Lucy: O que sentes por este Harry? - mudou o rumo da conversa
Eu: Gosto bastante dele, para ser sincera- suspirei- E é a parte misteriosa dele que me atrai a cada dia que passa, mas agora começo a ficar assustada. Não sei como é que ele me consegue encontrar do nada
Lucy: Então porque não falas com ele?
Eu: Porque tenho medo que me minta e manipule. Quero saber a verdade e não tenho a certeza se ele está disposto a contá-la
Lucy: Alexa, esse rapaz não me inspira muita confiança por te estar a magoar tanto ainda no início do que vocês têm, mas, a verdade, é que qualquer relação é construída com base na confiança. Se não estiveres disposta a confiar nele e naquilo que ele te disser, então mais vale afastares-te dele de uma vez por todas.
Eu: Mas a confiança tem de ser dos dois lados, ele nem sequer me diz qual é o trabalho dele- suspirei
Lucy: Já lhe provaste que merecias a confiança dele?
Eu: Acho que sim- encolhi os ombros- Também não lhe provei que não merecia
Lucy: Fala com ele, hoje ou quando decidires voltar, mas não deixes que as tuas inseguranças se sobreponham aquilo que sentes e queres
Não respondi mais e fiquei a pensar no que a minha mãe tinha dito. Por muito que eu gostasse de dizer que ela estava enganada, não podia. Sabia que tinha que falar com Harry e sabia que tinha que confiar nele, mas neste momento era algo bastante complicado de fazer, especialmente porque ele continuava a ter estas atitudes estranhas.
Como é que ele me conseguia seguir, onde quer que eu fosse? Harry sempre fora misterioso, mas o facto de ele me encontrar estava a começar a tornar-se assustador e a dar-me vontade de correr para bem longe dele, para um sítio onde ele não me pudesse encontrar, e nunca mais voltar.
Apesar dessa vontade, decidi que encararia o problema e lhe perguntaria. Se ele fosse verdadeiro comigo, era sinal de que poderíamos ter um futuro, senão apenas demonstrava que não podia confiar nele e que seria melhor afastar-me.
Depois de algumas horas, decidimos sair do sótão e dar a nossa procura por terminada. Encontrámos dezenas de fotos antigas, dos mais variados membros e, claro, em algumas delas aparecia George, o que me deixou bastante contente pois pude ver mais um pouco do amor entre ele e Elsa. Um dia gostava de ter um amor assim com alguém, mas isso não seria possível se fugisse de todas as pessoas que conhecesse e gostasse.
Fui até ao meu quarto, com a desculpa que tomaria banho para me libertar de todo o pó, e assim que me encontrava sozinha naquela divisão peguei no telemóvel e abri as mensagens. Não era a melhor forma de ter aquela conversa, mas era aquela em que me sentia mais segura.Mal desbloqueei o ecrã pude ver as mensagens e chamadas perdidas de Harry, mas ignorei e comecei a escrever a pergunta que não saía da minha cabeça
Eu: Como é que me tens encontrado?
Harry: Se te disser, vais fazer com que não te volte a encontrar - disse ao fim de uns minutosEu: Se não me disseres, não me voltas a ver. Essa perseguição está a começar a assustar-me, Harry
Harry: Não é nada demais!
Eu: Então diz-me! Ou não volto a falar contigo
Harry: Encontro-te através do SnapchatEu: Como assim?
Harry: Tu estás a partilhar a tua localização com os teus amigos do Snapchat, então foi assim que te encontrei
Eu: Estás a dizer a verdade? - perguntei com medo
Harry: Estou!
Eu: Falamos quando regressar a Rye então
Estava confusa. Como assim este tempo todo a resposta estava comigo e eu nem me apercebi? Como é que eu era a própria a partilhar a minha localização e nem me tinha apercebido? Abri a aplicação do Snapchat e realmente comprovei que estava a partilhar a minha localização com todos os meus contactos, então desativei essa mesma opção. A partir de agora estava segura, e ninguém saberia onde eu estava, a menos que eu dissesse.
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Bookshelter |H.S|
Fanfiction"Todos os bons livros são parecidos, pois são mais verdadeiros do que se realmente tivessem acontecido e, depois de ler um, sentirás que tudo aconteceu contigo e que tudo te pertence: os bons e os maus, o êxtase, o remorso e a tristeza, as pessoas e...