63

4.3K 143 13
                                    

Anna

Assim que o jogo de basquete terminou, escovamos os dentes e fomos dormir. Mas meu sono não durou muito já que eu acordei sentindo algumas contrações.

Mesmo com dor eu estava calma, cutuquei o Filipe com força fazendo ele resmungar.

- Filipe acorda, minha bolsa estourou. - Digo assim que sinto um líquido escorrer pelos minhas pernas.

Ele se levantou me olhando preocupado, enquanto eu tava "tranquila". Fui pro banheiro tomar uma ducha rápida enquanto o Filipe levava o Théo na casa da mãe dele.

Visto um vestido branco largo, pego as malas deixando em cima da cama e vou fazer uma maquiagem básica

O Filipe voltei e me olhou sem acreditar na minha tranquilidade já que no nascimento do Théo eu fiz tudo correndo, super desesperada.

- O filhona, que calmaria é essa? Nosso moleque vai nascer e tu tá ai querendo se produzir. - Cruzou o braço me olhando.

- Eu vou me arrumar, vai lá tomar uma ducha, colocar uma roupinha bonita, que eu ainda vou passar a chapinha no meu cabelo. - Ele riu irônico.

- Brincadeira isso, né? - Neguei com a cabeça.

- Vai logo, homem de deus. - Digo antes de passar o gloss nos meus lábios.

Filipe apenas respirou fundo, negou com a cabeça e foi pro banheiro.

Quando estava terminando a maquiagem sinto contrações, me fazendo parar tudo que eu estava fazendo para respirar fundo e esperar a dor passar.

Assim que passa, pego a chapinha e passo no cabelo, rápido sem muito detalhes. Nesse meio tempo, o Ret se arrumou e levou as coisas pro carro.

Peguei meu celular e mandei mensagem no grupo que tenho com as meninas.

Já era 3:50 da manhã com certeza elas só iriam ver quando amanhecesse.

Fomos pro carro, descemos pra pista e nos 30 minutos que ficamos no carro as minhas contrações estava vindo mais vezes em um curto período de tempo e com mais força.

Na hora em que chegamos no hospital fui levada pro quarto onde eu iria ficar, a médica foi lá pra fazer a ultrassom e ver quanto de dilatação eu estava.

O Filipe ficava só olhando, caladinho, era a primeira vez que ele iria ver um parto, já que no parto do Théo ele não podia vir. Mesmo ainda sendo muito arriscado, a polícia não está tão focado nele no momento.

Eu já estava com 9cm de dilatação e eu já podia ter ele.

Me levaram para a sala onde eu iria ter o Noah. O Filipe demorou um pouco pra entrar e eu só consegui me concentrar quando ele segurou a minha mão.

O médico pedia pra eu fazer força e eu fazia o máximo que eu conseguia.

- Amor tenta mais um pouco, eu sei que você consegue, você é a mulher mais forte que eu já vi, só mais um pouco de força que a gente vai ver o nosso moleque. - Ele falava no meu ouvido me passando uma energia ótima e me motivando.

Eu gemia de dor mais me esforçava ao máximo.

- Já estou vendo cabecinha dele, só mais um pouco Anna, você consegue. - O médico disse e eu respirei fundo.

Naquele momento eu coloquei o maximo do máximo de força que eu pude, parei de escutar tudo por alguns segundos.

Mas volto a ouvir assim que o meu pequeno Noah chora, meu menino nasceu.

Eu só conseguia chorar e sorrio sem acreditar. Olho para o Filipe e ele também estava chorando disfarçadamente.

A enfermeira traz ele até mim e eu olho para aquela coisinha pequena em meu peito.

Uma das enfermeiras chamou o Filipe pra cortar o cordão umbilical, eu só conseguia sorrir e chorar ao mesmo tempo.

[...]

Já era manhã, eu estava no quarto do hospital com o Noah, amamentando ele, enquanto o Ret estava na ponta da cama observando nos dois.

- Tá ligada que eu sou o cara mais feliz do mundo, né? - O mais velho quebrou o silêncio me fazendo olhar pra ele com um sorriso meigo.

- E eu sou a mulher mais feliz do mundo. Somos complicados mas nós amamos muito. - Digo baixinho.

Já que o Noah estava quase dormindo.

Iríamos pra casa pela tarde, por conta da quarentena não íamos receber visitas aqui no hospital, apenas lá em casa, somente os mais próximos.

- Tá ligada que eu te amo, né Anna? - Perguntou ainda olhando pra mim.

Concordo com a cabeça ficando em silêncio por longos segundos.

- Eu nem preciso disser, você sabe que eu também te amo, muito!

Sim! Eu sou uma trouxa, depois de tudo, eu continuo a amar o Ret, não consigo me imaginar sem ele na minha vida e tenho certeza que fomos feitos um pro outros. Pode de me chamar de Gabi Brandt.

Ele se levantou, veio até mim, me deu alguns selinhos seguidos e depois me olhou sério.

- Volta comigo? Eu não te prometo mais nada, eu a partir de agora quero cumprir as coisas, quero passar o resto da minha vida contigo, morena. Vamo recomeçar, deixar pra trás todas as paradas ruins que rolou.

- Eu não sei se é o certo, não sei se você merece isso, mas juro pra ti que essa vai ser a última vez. Eu aceito voltar contigo. - Ele nem me respondeu, apenas sorriu e me beijou em seguida.

- Não vai precisar de próxima vez. - Falou todo sorridente, desviou o olhar para o Noah que estava bem sonolento enquanto mamava no meu peito.

- Ae meu muleque, a mamãe quis o pai de volta. - Disse mexendo nas pequenas mãos do bebê. - Já que ela aceitou bem que ela podia aceitar casar comigo também, né?!

Eu estava sorrindo mais naquele momento eu congelei, fiquei paralisada sem reação.

O Filipe voltou a olhar pra mim sorrindo.

- Filho da puta...- Foi a única coisa que eu consegui falar, antes de começar a chorar.

O mais velho me abraçou de lado enquanto ria de mim, depositando alguns beijos em minha bochecha em alguns momentos.

- Isso é um sim? - Concordei com a cabeça sorrindo. - Então para de chorar, morena.

Falou limpando minhas lágrimas.

- "Para de chorar" mas não vou você que pariu, foi pedida em namoro e em casamento no mesmo dia. - Digo entre o choro e o Ret continuou a rir de mim. - Vai se fuder.

- Você, sempre sendo uma flor comigo, né. - Disse de forma irônica e eu dei o dedo do meio pra ele.

- Vai a merda, Filipe. Segura ele pra mim que eu tenho que tomar um banho, que daqui a pouco nós vaza.

Leia "O Amor É Um Crime ( Remake)" Where stories live. Discover now