Bebê De Açúcar

Bebê De Açúcar: Capítulo 13 - Biblioteca

 — Nossa... Aqui deve ter um milhão de livros, Frisk! — Sans disse embasbacado, tocando nos livros das prateleiras por onde passavam.

— Minha mãe é bem exigente na questão do acervo de livros que deveríamos ter. Ela tem um conselheiro que escolhe a dedo todos os livros que vão estar em nossa coleção, e além de educado, o conselheiro é muito inteligente e sabe escolher bons autores e autoras -—A empresária andava com as mãos atrás das costas, mantendo sua postura ereta e elegante.

Os dois estavam na biblioteca que havia no segundo andar, tão grande e estonteante quanto sua mansão. Estavam na segunda ala da biblioteca, onde havia livros de todos os tipos, além de uma pequena salinha reservada para a leitura, tendo poltronas confortáveis junto a mesinhas onde se colocava o café e chá. Era notável que a matriarca da casa tinha apreço por essas bebidas. Eles se direcionaram até uma das poltronas, com Frisk se sentando na poltrona direita e Sans na esquerda. O rapaz ainda não raciocinava o quão grande aquela mansão era, olhando seu redor a todo instante com curiosidade e até mesmo infantilidade, como uma criança animada. Por outro lado, Frisk se mantinha singela e com graça, emanando calmaria e observando seu companheiro. De realidades tão diferentes, a moça prestava bastante atenção em seu companheiro, notando seu espírito aventureiro. Havia algo no jeito leve de levar a vida que Sans tinha que causava interesse em Frisk, algo que a atraia.

— Você já leu quantos livros dessas estudantes? Eles parecem muito bons — Sans perguntou animado, olhando Frisk com determinação.

— Bom... — Ela disse tímida, desviando o olhar e virando levemente a cabeça para o lado contrário à Sans, por vergonha — Eu já li boa parte dos livros técnicos daqui, como os de matemática, finanças e administração. Fora os livros de relações internacionais e política — Explicou com charme e descrição, fazendo o albino sorrir gentilmente para ela.

— Explicado porque você é tão inteligente e boa — O elogio feito de maneira cálida e gentil fez Frisk corar e o olhar surpresa — Mas e os de fantasia?

— Hm? Fantasia? — Perguntou confusa, genuinamente não entendendo o questionamento de sua companhia.

— Fantasia, oras — Sans falou como se fosse óbvio — Você nunca leu livros de fantasia e contos como Chapéuzinho Vermelho ou Alice no País das Maravilhas? — Sua pergunta soou divertida, afinal ele achava que Frisk havia esquecido desse tipo de obra.

— Hm... - A moça ficou pensativa — Eu lia algumas obras infantis quando mais nova, mas depois dos dez anos minha mãe tirou esse tipo de livro de minha grade — Frisk falou um pouco receosa, se lembrando dos tempos passados, isso a fez ter um calafrio em sua espinha, um calafrio ruim.

— Frisk, você está bem? — Sans perguntou preocupado, notando a mudança de comportamento e feição de Frisk - Não precisamos falar sobre isso, se quiser — Pegou na mão direita dela, fazendo um carinho, uma forma de acalma-la. Frisk riu, uma risada falhada e emotiva, mas ao mesmo tempo irônica.

— Obrigada, Sans, mas eu realmente não quero tocar nesse assunto — Ela disse mais calma, se levantando, ainda segurando a mão do rapaz — Vamos, têm mais coisas para ver aqui na biblioteca, quero te mostrar uma coisa - Falou de maneira gentil e suave, mas Sans sabia que Frisk estava escondendo algo. Apenas se levantou, seguindo a moça. O rapaz tinha muitas dúvidas em sua cabeça, mas não queria pressionar a mulher que estava em seu "momento de paz", sabia o que aconteceria se a pertubasse, e definitivamente não queria ver aquela cena novamente.

— Hey, Kiddo, tem mais alguma coisa? — Ele perguntou irônico, se fingindo de surpreso enquanto Frisk o guiava pelos corredores cheios de livros.

— A mansão é grande, Sans, não mostrei nem a metade dos meus lugares favoritos — A empresária disse animada, indo até uma porta, a abrindo — Aqui, entre — Indicou, dando espaço para que ele passasse.