Capítulo 15 - Despedidas

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Oie, gente linda! 🥰

Hoje o capítulo está de arrancar suspiros!

Ótima leitura! ❤

"Sinto a falta dele como se me faltasse um dente na frente

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"Sinto a falta dele como se me faltasse um dente na frente."

Clarice Lispector


O tempo é um bom remédio, no entanto – algumas vezes –, é a pior de todas as torturas.


Uma semana tinha se passado e o que eu tinha ganhado fora uma grande decepção. Depois de muito conversar com a minha mãe, a convenci a me deixar continuar a fazer aulas de piano. Contei sobre a proposta de dona Cida e, mesmo contrariada, aceitou. Entretanto, nas duas aulas em que eu tinha ido, nem Heloisa, nem Heitor apareceram.

Na secretaria do conservatório, disseram-me que Heloísa estava resolvendo algumas questões familiares, que só na semana seguinte estaria de volta. Foi onde me apeguei. Cada vez que eu me lembrava do último beijo do Heitor e das suas palavras, qualquer resquício de coisas ruins, que eu estava sentindo, desaparecia.

Desci no ponto de ônibus de costume – na avenida larga da escola de música – e encolhi o abdômen, sorrindo instantaneamente, quando o avistei me esperando. Seu rosto era inexpressivo e sua postura era altiva. Não era novidade.

Heitor veio caminhando e parou rente ao meu corpo. Estreitou os olhos e esticou o braço – oferecendo sua mão. Ajeitei a bolsa em volta do meu corpo e aceitei sua oferta. Assim que nossos dedos se entrelaçaram, um calafrio percorreu minhas costas. Não gostei da sensação. Eu costumava sentir outra coisa com o toque dele, algo estava fora do lugar.

Sem falar nada, andou rápido, me puxando. Atravessamos a passarela em silêncio. Até mesmo os barulhos incômodos da multidão, dos vendedores ambulantes, dos pedintes, não eram percebidos por nós. Meu batimento cardíaco me ensurdecia.

Do outro lado, próximo ao prédio da escola, Heitor parou e me olhou sério.

— Precisamos conversar — comunicou sem me cumprimentar.

— Tenho aula.

— Não temos outro momento.

Respirei fundo e desviei o olhar em direção ao andar da escola.

— Tudo bem — confirmei, porque algo não estava certo e eu não suportaria ficar no escuro.

Ele sorriu de canto e voltou a caminhar, carregando-me junto. Logo percebi que estávamos no mesmo lugar no qual havia me levado anteriormente – a confeitaria requintada. Ele indicou uma mesa afastada à moça que veio nos receber e me levou até o fundo.

Nos acomodamos, um ao lado do outro, no sofá confortável.

— Oi, Lisa, traz o de sempre, duas porções — pediu à garota, mostrando que era assíduo ali.

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