Capítulo 11 - Deslocada

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Oi, gente! E aí, ansiosos (as) para o lançamento de sexta? 😍

Hoje o capítulo está bem tenso... 

Vamos lá!

"E nesse silêncio profundo, se esconde a minha vontade de gritar

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"E nesse silêncio profundo, se esconde a minha vontade de gritar."

Clarice Lispector


Pegue o seu melhor e atribua a ele sua identidade. Exija que as pessoas te valorizem. Valorize-se, acima de qualquer coisa.

Para cada palavra da senhora elegante diante de mim, era uma recuada que meu corpo dava – involuntariamente. Se, no carro eu não tinha conhecimento do que era uma crise de ansiedade, naquele momento, eu conheci da pior maneira possível.

Buscava o ar e não o encontrava, queria poder continuar ouvindo o que eles diziam, mesmo que não fosse nada agradável, afinal, estaria em condições físicas e emocionais de me defender? Almejava, com todo o meu ser, saber como era o restante da casa, se eu pudesse enxergar alguma coisa, pois, só o que via eram flashes coloridos.

— Heitor, filho, não dê esse desgosto à sua mãe. — Distante, bem distante, discerni a frase de sua mãe.

Não saberia explicar de que maneira cheguei ao carro, certamente, meu corpo, na busca insana de um refúgio, encontrou o caminho de volta. Trêmula, alcancei a maçaneta da porta traseira e entrei, encolhendo-me no lado oposto. Aos poucos, senti a respiração normalizar. Meu Deus, nunca mais volto aqui!

Minha esperança era que Heitor cumprisse com sua promessa e me levasse de volta. Pai eterno, minha mãe não pode saber disso! Só em pensar na reação que dona Rosalva teria, meu ar desapareceu novamente. Procurei a manivela para abrir o vidro, mas é claro que era elétrico. Abri a porta e inalei uma boa quantidade de ar, soltando devagar pela boca.

A discussão do lado de fora estava calorosa, a ponto de nenhum deles ter percebido minha ausência. Me arrisquei a olhar na direção deles. No mesmo instante, me arrependi. Meus olhos cruzaram-se com os de Heitor, que – imediatamente – aproximou-se de sua mãe apontando o indicador em seu nariz.

— Não faço parte desse circo! — cuspiu e marchou em minha direção. Um pouco antes de chegar, virou-se – ficando de lado. — As chaves do carro, Heloisa! — gritou, colocando as mãos nos quadris.

— Filho, você não tem habilitação para dirigir, volte aqui, desculpe-me, vamos conversar — suplicou sua mãe, correndo até ele.

Heitor cerrou os punhos ao lado do corpo e estreitou os olhos, enquanto sua mãe acariciava seu rosto, com um olhar de prece.

— Não é a mim que deve desculpas — rugiu entre os dentes.

A respiração profunda, dada por sua mãe, demonstrou sua indignação. Meneou a cabeça.

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