Capítulo 06 - Surpreendida

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Olá, pessoal! Como vocês estão? Em casa? Espero que sim! 🤗

Bom, hoje é feriado, mais um motivo para a gente colocar a leitura dos capítulos em dia, não é mesmo? 🙌

Vamos lá, ver como as coisas estão se desenrolando nessa linda história de amor? ❤


"Sou como você me vê

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"Sou como você me vê. Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania, depende de quando e como você me vê passar."

Clarice Lispector


A capacidade que temos é medida de acordo com os obstáculos que encontramos no caminho.


Desvencilhar-me das investidas de dona Rosalva não foi uma tarefa fácil, porém, como todas as vezes, consegui. Dizer que a convenci seria mentira. Teria que dobrar o meu cuidado e esquecer a possibilidade de ter um relacionamento com o Heitor, mesmo que fosse apenas como amigo. Mesmo, porque, as reações estranhas do meu corpo, quando estava ao lado dele, não era nada parecido com amizade.

Sentada ao lado da Priscila, no ônibus, a caminho do conservatório, um estranho silêncio ocupava o espaço entre nós. O meu era natural, e, naquele dia, mais ainda. Minha ansiedade beirava o surto. Já, o dela, não era comum.

Bati com o meu ombro no dela e sorri, chamando sua atenção.

— O que foi, maluquinha? — brinquei, tentando aliviar a tensão. Ela deu de ombros e umedeceu os lábios – virando o rosto para o outro lado. — Ei — insisti e peguei em seu queixo, voltando seu rosto para o meu. Assustei-me. Seus olhos estavam marejados. Nunquinha Priscila chorava, era a pessoa mais forte e alegre que eu conhecia. — Pri, o que aconteceu? — Minha voz já não saiu tão segura como da primeira vez.

— Acho que fiz merda, Cat. Estou fodida — declarou, soltando suas pérolas. Nos encaramos alguns segundos – sua respiração oscilava. — Vamos descer — comunicou e levantou-se, deixando-me confusa, não tinha chegado ao ponto.

Ajeitei, apressada, a bolsa em volta do corpo e a acompanhei. Não achei o momento propício para argumentar. Provavelmente, ela queria conversar, por isso, descer antes.

Logo que me vi na calçada, identifiquei o lugar e balancei a cabeça – indignada. Aumentei a velocidade dos passos, para ficar rente a ela. Enchi o peito de coragem, abri a boca para contestar e parei. Priscila envergou o corpo e colocou todo o conteúdo do estômago no meio fio. Um frio passou pela minha espinha e minhas pernas amoleceram em conjunto.

— Meu Deus, Priscila, o que foi que você fez!? — inquiri, trazendo seus cabelos para trás. Ela só negava com a cabeça e não parava de expelir o que tinha comido.

— Me perdoe, Cat — murmurou, sem erguer o corpo, apoiando as mãos nos joelhos.

— Pri, está me deixando apavorada — confessei, começando a achar que despejaria o que tinha comido, também. Não por nojo, e sim, por medo.

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