Capítulo 09 - Silêncio Incômodo

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Oie, gente linda! 🤗

Temos mais um pedaço dessa linda história de amor. 

Bora lá?

Ótima leitura! 😍

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"Todo silêncio tem um nome e um motivo."

Clarice Lispector


A maioria das coisas boas, quando está no início, nos provoca uma excitação que supera qualquer outro sentimento.


A habilidade de Heitor em deixar-me mais confortável me surpreendeu, afinal, quando eu pensaria que o garoto mal-humorado seria tão gentil? Assim que a atendente anotou o pedido, seu olhar foi direcionado para o fundo dos meus. O carinho nas costas das minhas mãos, com seus polegares, foi amenizando minhas inseguranças.

— Quero você na minha festa — comentou, quebrando o silêncio, que começava a me constranger. Antes de responder, mesmo não tendo outra opção – a não ser recusar –, baixei o olhar e meneei um pouco a cabeça. — Se você não for, eu também não vou — declarou, fazendo-me voltar meu olhar ao seu rosto – espantada.

— Como assim? Você é o aniversariante — constatei algo muito óbvio.

Ele aproximou-se mais de mim e levou uma das minhas mãos até à boca. Cheirou as costas dela – de olhos fechados –, e a beijou. Meu abdômen começava a doer, de tanto que eu o comprimia. Quando achava que a respiração permaneceria estável, ele fazia algo para me desestabilizar novamente.

— Catarina — sussurrou, com o rosto muito próximo do meu. Seu hálito era tão... tão... Eu não conseguia discernir. Nunca tinha estado perto de um garoto, ao ponto de sentir o calor de seu hálito. Não era capaz de colocar um adjetivo, no entanto, sabia que era uma das melhores coisas que já tinha sentido. Suspirei, antes mesmo de ele continuar sua frase. — Eu detesto festa, essa palhaçada é coisa da minha mãe e da minha irmã — confessou e entortou o nariz. Permaneci imóvel. — Elas se preocupam muito com o que os outros vão pensar — concluiu e bufou, negando com a cabeça.

Eu não sabia por onde começar. Preferi ir direto ao ponto:

— Desculpa, mas eu realmente não posso. Estar aqui com você já é um grande erro, se minha mãe sonhar... — Segurei o lábio inferior nos dentes, respirei fundo e desviei o olhar dele. Só em pensar na possibilidade minhas pernas tremiam.

O que eu sentia pela minha mãe não era medo e sim, respeito. Temia decepcioná-la. Eu, de todos lá em casa, era a que ela mais confiava e cedia. Eu a conhecia, sabia que se perdesse a confiança dela, nossa relação seria completamente diferente.

— Eu sou um erro pra você? — perguntou, magoado.

Subitamente o encarei, negando compulsivamente com a cabeça.

Desafiando o Destino |DEGUSTAÇÃO|Onde as histórias ganham vida. Descobre agora