Capítulo 37 - PENÚLTIMO

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Samantha, estou com saudades. Queria que os meses passassem rapidamente e que você logo estivesse de volta, pois apesar de ter tirado esse peso das costas, continuo com medo do que vai acontecer entre mim e Lucas. O que aconteceu parece ter erguido um muro entre nós dois e isso só servirá para piorar nossa relação que está se desgastando pouco a pouco. Queria tê-la aqui do meu lado, me orientando sobre o que fazer, mas entendo que ainda tenho que esperar um pouco para ter a minha maluquinha de volta.

Então é isso! Eu te amo e me manda notícias, por favor.

Antes e enviar aquela mensagem para minha melhor amiga, limpei as lágrimas que escorriam pelo meu rosto e reli aquilo por duas vezes, e ao fazer isso e ver as verdades naquelas palavras, o vazio pareceu tomar conta de mim, principalmente ao me dar conta de que estava certo em relação a Lucas e eu.  

••

Felipe, como havia dito, almoçou com toda minha família e só voltou para o quarto depois de quase uma hora. Achava que ele já havia ido embora, mas quando estava quase cochilando em minha cama, o vi colocar a cabeça dentro do quarto e sorrir de maneira divertida.

- O que foi? – perguntei curiosamente enquanto me sentava na cama. Ele se aproximou e também sentou, de frente para mim.

- Seu pai é muito bacana, sabia? – disse Felipe. Franzi minha testa ao escutá-lo

- Porque está dizendo isso? – perguntei, estranhando seu comentário. Felipe deu um risinho e baixou sua cabeça em seguida, olhando para suas mãos que estavam sobre sua perna.

- Você sabe que perdi meus pais faz anos, e já faz algum tempo que não me divertia desse jeito como me diverti lá em baixo, com seu pai, seu irmão e Pedro. Estava sentindo falta disso. – comentou ele, ainda sem me olhar. Fiquei sem jeito com o que ele havia acabado de falar. Ouve uma sinceridade tão grande em seu tom de voz, que me fez ficar com nó na garganta. Foi estranho, pois eu queria de alguma forma acolhê-lo em meus braços e consolá-lo por aquilo.

- Sinto muito. – foi a única coisa que consegui dizer. Seus olhos então logo se ergueram e encontraram os meus. Felipe me encarou profundamente antes de falar.

- Estou bem! – garantiu ele com seus lábios retorcidos num leve sorriso. – Seu pai está conseguindo disfarçar bem a raiva dele, sabia? – disse ele, mudando o assunto.

- Como assim?

- É óbvio que pelo barulho, o que quer que tenha acontecido hoje o deixou muito bravo. Vi isso nele, mas mesmo assim, na frente de seu irmão e de mim, ele está animado e conversa como se nada tivesse acontecido. – explicou Felipe. Acabei sorrindo e percebendo o jeito como Felipe era observador.

- É, ele tem mesmo essa mania! –falei, pegando meu celular e mexendo nele.

- E Lucas?

- O que tem ele? – meus olhos voltaram para ele rapidamente. Felipe levantou de minha cama e caminhou até a janela, o que achei totalmente estranho.

- Como vocês estão? – ele olhava pela janela, para rua.

- Sinceramente? Não sei. – falei e ele mais uma vez não perguntou o que tinha acontecido, mas por mais estranho que fosse, fiquei com vontade de me abrir com ele, e foi isso que acabei fazendo. – Ontem tirei o maior peso que carregava nas costas. – comecei a falar, agora olhando para minhas mãos e começando a me dar conta do quanto era estranho e um pouco difícil pensar naquilo. Felipe se virou para me olhar e em seguida ele sentou na cadeira, de frente para a cama.

- Como está se sentindo? – perguntou ele, e quando o olhei, encontrei seus lindos olhos azuis me observando. Encolhi os ombros antes de falar.

- Sempre tive medo de enfrentar a família de meu pai e de minha mãe. São duas famílias completamente difíceis e complicadas. – falei, o olhando.

O FILHO DO AMIGO DO MEU PAI - INCERTEZAS - LIVRO 02 (RASCUNHO)Where stories live. Discover now