Capítulo 24

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“Tudo que vale a pena leva tempo.”

Quando a gente é pequeno, a gente planeja a vida toda com uma inocência e uma fé quase inabalável

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Quando a gente é pequeno, a gente planeja a vida toda com uma inocência e uma fé quase inabalável. Imaginamos as coisas que iremos estar fazendo, o jeito que iremos estar vivendo, com quem estaremos juntos.

A gente tem uma fé tão grande que isso vai acontecer que acaba virando nosso sonho e vamos acalentando ele ao longo dos anos.

Mas tudo muda. Planos e sonhos. Nós mudamos. O ambiente onde vivemos. Nossas escolhas nos levam a outro lugar, as vezes distante do que tínhamos sonhados quando pequenos e isso não é ruim, só é o tempo organizando nossas vidas.

O tempo. Ah, esse tempo é mesmo bem irônico. As vezes nos faz contradizer nossas certezas pré existentes, as vezes nos faz ver que não era o que imaginávamos e nos faz vivenciar os nossos melhores e piores momentos.

Sobre esses momentos, eu não mudaria nada deles. Foram os bons momentos que me deram forças, que me trouxeram amigos, novos sonhos e novos planos e que realizou um desejo antigo. Os momentos ruins foram difíceis, claro que foram, mas foram momentos de aprendizagem, que me empurrou a uma pessoa que nunca imaginei ser o único para mim, me trouxe a um amor onde me ensina driblar diferenças, me faz saber que nem tudo é fácil mas é gostoso viver cada momento quando se tem alguém para compartilhá-los.

As vezes a gente precisa que nossos planos de infância sejam frustrados para que possamos crescer, para que  novos planos sejam criados e realizados. É a vida em sua deliciosa essência.

Eu termino de escovar meus dentes e saio do banheiro. O quarto é amplo e masculino, mas eu amo como os tons de cinza queimado, madeira, branco e preto se misturam. A casa inteira é desse jeito, uma decoração bem industrial e eu gosto, tem a casa do Antony e eu amo saber que esse é o nosso lar agora. Amo ainda mais ver ele todo espalhado na cama em seu sono.

Eu saio do quarto em silêncio, a semana foi intensa demais para ele e sei que ele precisa dessa sábado preguiçoso. Ainda mais depois de passar a semana inteira correndo atrás de um lugar para ser seu novo escritório.

Eu vou para a cozinha e começo a fazer um ciambelone, um bolo tradicional da Itália. Tem dias, como hoje, que eu sinto tanta saudade de casa que preciso fazer alguma coisa para diminuir isso. Na maioria das vezes é comida porque eu e minha mãe passávamos horas e horas na cozinha.

Eu coloco a massa no forno e me sento na bancada para ajeitar meu currículo. Tem sido uma semana difícil, queria um trabalho assim que saísse da faculdade, mas nem tudo acontece do jeito que queremos.

— Esse cheiro é de bolo. - Lídia vem do corredor dos quartos com uma roupa casual e o rosto limpo

— Tem ciambelone no forno. - eu digo e viro para ela — Não vi você chegar ontem.

— Eu disse que iria sair com algumas pessoas do trabalho para oficializar a semana de início. - eu afirmo — Eu te chamei.

— E eu disse que você deveria ir sozinha. - eu a lembro — Foi bom?

Nosso AcordoWhere stories live. Discover now