Antony Delucca Labarra, filho de um importante advogado, se vê em um beco sem saída quando seu pai, cansado da vida de farra que seu filho leva, lhe dá um ultimato: ou ele se casa ou ele não assumirá a presidência da Labarra's Advocacy.
Do outro lad...
“Como dizia vovó: quem tem boca fala o que quer e que tem ouvido ouve o que não quer.”
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A sala é tão imponente quanto o homem atrás da mesa grande de vidro. Grande, escura, que faz as pessoas temerem e fria. Tão fria que eu fecho o blazer para tentar me aquecer.
— A conversa é particular, meu filho. - ele diz tão frio que sinto pena do Antony por ter convivido com ele por toda a vida
— Não há segredos entre mim e minha esposa, papai. - Tony me puxa levemente até a cadeira de couro a frente da mesa — Vai dar boas vindas?
— Não foi para isso. - pela primeira vez eu começo a achar que o convite para trabalhar aqui não tem nada haver com o dono disso tudo — Eu apenas quero me familiarizar com minha nora.
— Não vejo a necessidade. - Antony está tão na defensiva que eu estendo a minha mão e prendo na dele
— Não se preocupe, Tony. - eu digo antes de voltar a olhar para meu sogro — O que o senhor deseja saber?
— Tudo. - ele diz e se inclinam sobre a mesa — Mas confesso que o fato de você não querer perder tempo para trabalhar me deixa... incomodado.
— Incomodado com o que, papai? - mesmo com os dedos presos no meu Antony não muda sua cara fechada
— Geralmente os jovens preferem viajar, conhecer lugares novos, se divertir antes de trabalhar. - ele olha na direção do Antony — Você passou os dois meses seguintes a sua formatura aonde mesmo?
— Aqui, esqueceu? - a voz está mais irritada e eu me estico apenas para tentar o acalmar
— E isso fez você querer aproveitar sua juventude enquanto tentava colocar meu nome na lama. - ele diz antes de colocar as costas no encosto da poltrona preta em que está sentado — Eu não quero correr o risco da mesma coisa acontecer aqui. - ele diz diretamente para mim
— Não vai, senhor Labarra, não se preocupe. - eu mantenho o máximo de postura e educação que tenho, mesmo que eu queira gritar com o homem frio a nossa frente — Eu fui criada para saber me comportar e não vou desperdiçar essa chance. - digo firme e confiante — Pode parecer pouco para vocês mas para mim esse trabalho é bem mais do que sonhei. Não vou te desapontar, senhor Labarra, mas, mais do que isso, eu não vou desapontar meus pais que sonharam os meus sonhos e nem meus amigos que me fizeram conquistá-lo. - eu olho para meu marido ao meu lado — Antony não tinha ninguém por ele mas agora ele tem, assim como eu tenho. - o silêncio se faz presente assim que termino de falar, não retiro nada do que disse e estou certo sobre tudo
— Por que você não foi visitar seus pais, Crystal? - ele me pergunta de repente
— Eu estava ansiosa para começar no trabalho. - eu digo olhando o Antony
— Ainda não contou sobre vocês a eles? - a pergunta me desestabiliza mas não deixo que ele veja
— Nossa vida pessoal não lhe diz respeito, pai. - Tony ralha com ele mas eu sobreponho sua ira
