Capítulo 19

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“Ela é doce mas forte, com um bom café fresco.”

As coisas estão estranhas

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As coisas estão estranhas. Não estou dizendo porque estou sentada na bancada da cozinha tomando café prestes a ir para meu primeiro dia no meu novo trabalho. Estou dizendo que o dia de ontem foi terrível tanto para mim quanto para o homem ao meu lado.

Depois da sessão de amasso no nosso novo quarto que foi interrompida pela minha amiga - graças a Deus, porque eu nem sei como teria terminado aquilo -, Antony decidiu sair para almoçar enquanto uma equipe vinha aqui desinstalar as câmeras.

Lídia e Ethan estavam ao nosso lado, Ethan até nos levou para conhecer alguns lugares que ele gosta aqui em Nova York mas não estávamos com muita cabeça pra isso, queríamos mesmo era ir para um lugar calmo, longe de toda confusão que só a família Labarra consegue se meter.

Voltamos para nossa "casa" quase a noite, Lídia e eu fizemos um jantar rápido e nos quatro decidimos ver alguma coisa na televisão. Não lembro muito depois disso, sei que dormi no meio do filme mas acordei na cama macia do quarto novo, ao lado do homem mais lindo do mundo que chamo de marido.

Hoje todos nós estamos quietos. Lídia assopra sua caneca de café do outro lado da ilha. Não vi Ethan hoje mas sei que ele vai passar aqui antes da gente sair para o trabalho. Só estou com medo e eu nem sei muito bem o porquê.

— Sem fome? - a voz forte, e ao mesmo tempo deliciosa, me faz me virar e encarar meu marido

— Não. - ele me olha, tem algo em seu olhar que me deixa de pernas bambas. Ele me estende sua caneca, que antes estava em sua mão, e me sorri — Não precisa.

— Não tem problema, mas é do jeito que eu gosto de café. - eu levanto uma sobrancelha antes de pegar a caneca e tomar um gole por pura curiosidade

Não é amargo como esperava, é doce, com um leve toque de canela e creme. Não esperava por isso e eu sorrio ao saber que Antony é capaz de me surpreender.

— É bom, eu gostei. - ele sorri e continuo tomando o café especial do Antony

— Então... - minha amiga diz abaixando a caneca — Vocês podem me dar uma carona?

— Bom... - eu olho para o Antony — Eu não sei se vamos todos juntos ou não, mas eu posso dividir um Uber com você.

— Vamos juntos. - Antony diz e sinto sua mão na minha coluna — No meu carro.

— Tudo bem. - ela diz e nos sorri — Eu vou escovar meus dentes e pegar minhas coisas, já volto. - ela corre em direção as escadas nos deixando sozinhos

Eu termino de tomar o líquido quente e sinto a mão do Tony começar um carinho preguiçoso que me deixa tão confortável que isso chega a ser um pouco assustador.

— Você dirige? - eu franzo a testa e o olho

— Sim, por quê?

— Nada demais. - ele dá de ombros — Mas agora estou tentando entender o porquê de não ter aceitado meu presente então. - eu bufo

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