O amor entre nós.

Nas suas mãos.

Draco on.

- oi Draco, quer entrar? - disse de forma cínica. - fique a vontade.

- você disse que o James estava doente. - falei como acusação.

- e estava, não está mais. Eu coloquei isso no bilhete, você não leu? - falou revirando os olhos.

Eu queria lhe dar uma boa resposta mas a verdade foi que eu não terminei de ler o bilhete mesmo. Assim que meus olhos correram pela frase "James ficou doente" eu me desesperei e sai correndo.

Olhei melhor para o menino e ele parecia mesmo um pouquinho murchinho, mas nada mais que isso. Suspirei mais aliviado.

Caminhei até o pequeno que sorriu ao me ver e se sentou me dando espaço no sofá. Sorri para o menino e levei logo minha mão a sua testa, ele não estava quente, isso é bom, um feitiço simples de diagnóstico que aprendi com o padrinho me indicou um leve resfriado que já estava sendo combatido.

- oi James, como você está? - perguntei para ele.

- eu estou bem. Você também vai ter um treco igual o papai? - perguntou sério. Harry fez uma exclamação indignada e eu deixei uma risada sair.

- um treco? - perguntei franzindo a testa para a palavra. Onde ele aprendeu uma palavra assim?

- é, um treco. Papai teve um, Tio Rony que falou.

- eu não vou ter um treco não. - disse enquanto pensava que tinha quer ser aquele ruivo pra falar algo assim.

- já teve um treco antes, vai ter outro pra que? - ouvi Harry murmurar, quando me virei para ele o vi fazer bico antes de notar meu sorrisinho pra ele e sair batendo o pé. - vou terminar o jantar.

- como foi seu dia? - perguntei começando uma conversa com o menino que imitou meu jeito de sentar com a perna cruzada.

- foi legal, eu fui pra escolinha, mas eu tava dodói então o papai foi me buscar, fomos a um médico bruxo, eles não tem injeção sabia? - falou empolgado e eu o ouvia atentamente acenando e concordância com a cabeça e incentivando ele a continuar. - mas o remédio é horrível. - fez carreta e eu ri. - mas o papai disse que se eu não tomasse ele ia me levar ao outro médico, e eu não gosto de injeção, então eu tomei. E o papai me comprou um brinquedo novo, e tio Ron e a tia Mione também me deram presentes por eu estar dodoi... Acho que quero ficar dodoi mais vezes. - terminou com um sorrisinho sapeca.

- eu também posso te dar presentes, mas se promete se cuidar para não ficar doente. Eu fiquei bem preocupado. - falei sincero.

- o próximo que ficar doente aqui vai tomar injeção. - falou Harry entrando na sala. - então nada de ficar doente por querer, ouviu mocinho? Do que você está rindo, Malfoy?

E eu realmente estava rindo, apesar de tentar segurar. Harry entrou na sala com um avental rosa de babado e um bolso canguru onde está escrito "I love Daddy" além do pano de prato xadrez no ombro e as mãos na cintura como as mães fazem pra dar uma bronca nos filhos. Eu queria muito rir, mas também queria muito jogar Harry nos ombros e levá-lo lá pra cima, pro quarto.

- nada não. - falei engolindo o riso.

- hum... Sei. - falou espremendo os olhos para mim e eu tentei sorrir inocente. - então... Você vai ficar para o jantar né?

- bem, eu não posso...

- por favor... Fica. - disse James segurando meu braço, os olhinhos verdes piscando e a boca em um biquinho muito parecido com o que Harry fazia, o safadinho ainda teve a cara de pau de fingir uma tossinha antes de acrescentar. - eu tô doido.