Harry on
Se passou uma semana que Sirius havia voltado pra nós. Ele ainda ficava silencioso e pensativo a maior parte do tempo, apenas olhando para o nada, mas somente quando James não está perto.
James se apegou rápido ao Sirius, ele vive atrás do meu padrinho, tagarelando e rindo. Durante esse tempo, Draco também estava correndo, quase não tem ficado em casa.
Ele descobriu que o véu era um tipo de apanhador de memorias, quase uma penseira amaldiçoada. Depois que você entra é quase impossível sair, e você fica passando de minoria para memória, revivendo até enlouquecer.
Após três dias que Sirius estava em casa, durante a noite Draco e eu ouvimos barulho vindo da cozinha e descemos para averiguar.
Sirius estava lá, andando de um lado para o outro com uma enorme caneca de café, as olheiras fundas, algo que já havia percebido mas não sabia como abordar o assunto, ele parecia um pouco desesperado.
- Almofadinhas? - perguntei confuso e ele se virou para mim. - você está bem?
- eu não quero dormir, não posso dormir. - disse ele em um sussurro. - não me deixe dormir.
- porque não, Siri? O quarto não está do seu agrado? Ou é o colchão? Podemos trocar se quiser. - falei com calma enquanto me aproximava.
- você não entende. - ele balançou a cabeça, seus ombros caídos e os olhos cansados, Sirius estava a ponto de desmaiar de sono. - sempre que eu durmo... É sempre que eu durmo... então eu sou levado a outra memória, eu não consigo controlar... As vezes elas são boas, mas as vezes... Eu não quero ser levado a outra memória.
- do que você tá falando? - perguntei confuso e Draco se aproximou tocando meu ombro.
- ele está falando do véu, não é Sirius? - perguntou Draco e Sirius suspirou cansado. - me diga Sirius, como são essas memórias? Você as vê como um participante ou como um observador?
- eu estou nelas, e tenho que vive-las. De novo e de novo e... - ele falou nervoso.
- e você sente dor nelas? Pode sentir? - perguntou Draco serio e eu percebi que ele estava interrogando Sirius e quis lhe dar um chute por forçar meu padrinho a responder, mas mudei rápido de ideia quando notei que falar estava fazendo Sirius se acalmar.
- não, não fisicamente, mas dói... Ver dói... Mas não machuca meu corpo, não sinto nada, nem um toque, nem o vento, nada além do sono que me leva para outra memória. - disse mais calmo.
Draco então se aproximou de Sirius e segurou sua mão, meu padrinho pareceu despertar dos pensamentos e quando ia afastar o toque do Draco teve a mão cortada pelo loiro.
- Draco? - exclamei em choque e o afastei de Sirius. - o que você fez?
- me diga Sirius.. pode sentir? - ele perguntou me ignorando.
- sim. - Sirius falou encarando a palma da mão cortada. - minha mão... dói.
- porque isso não é uma lembrança, sei que é difícil acreditar, afinal foram anos revivendo apenas memórias pelo que entendi. - disse Draco com a voz branda. - mas eu lhe garanto que se você deitar para dormir agora, amanhã irá acordar aqui ainda, com Harry e o pequeno James... E comigo claro.
- Mas... Eu não quero sonhar, não quero me lembrar... e se eu dormir, eu vou... - disse Sirius, sua boca se tornando uma linha fina.
- eu posso te dar uma poção de sono sem sonhos. - digo para ele. - o que acha?
- e tudo estará desse jeito quando eu acordar? - perguntou me olhando nos olhos.
- te dou a minha palavra. - respondi com convicção e Sirius analisou meu rosto por mais alguns segundos até que suspirou e concordou com a cabeça. - ótimo, vem, vou fazer um curativo na sua mão e pegar a poção.
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O amor entre nós.
FanfictionHarry acorda na cama do Draco em sua última noite em Hogwarts, ele tenta fugir do que aconteceu, mas nasce um fruto daquela noite. Anos mais tarde os caminhos deles se cruzam e sentimentos reacendem. Será que deram capazes de se tornarem uma famíl...