CAPÍTULO 13

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GATO MÍSTICO

Narrador Onisciente

     Seus pés ficaram frios na madrugada e isso acabou o despertando. Foi quando, pela claridade do luar, ele notou que algo o observava em cima do tronco partido ao meio. Isso resultou em um grande susto.

     — Quem está aí? — Derick rapidamente se sentou.

     — Volte a dormir, está tudo bem.

     — Quem disse isso?

     O bicho se moveu ligeiramente até chegar bem perto dele e sentou-se nas patas traseiras, era um gato preto de olhos verdes.

     — Eu, agora volte a dormir.

     Ele esbugalhou os olhos quando o gato respondeu sua pergunta.

     — É você outra vez... já é a segunda vez que sonho contigo. — disse — Então você é algum tipo de animal místico que assombra sonhos?

     — Você só pode estar brincando comigo. Sou eu, Tom. Não bateu a cabeça enquanto dormia, bateu?

     — Tom não é um gato. Ele é um humano assim como eu, e você está tentando me enganar invadindo os meus sonhos. Com certeza é um animalzinho místico.

     O gato deixou uma risadinha curta escapulir.

     — Está bem... Faremos assim, você volta a dormir e amanhã falamos sobre isso. Então feche os seus olhos antes que a Rose acorde e me dê uma bronca.

     — O nome dela não é Rose.

     — Ela nunca disse o verdadeiro nome para você. Sei disso porque eu sou o irmão dela.

     O bichano ficou sobre as quatro patas e saiu balançando o rabo até desaparecer dentro em meio as árvores .

     Derick ficou um tempo ainda acordado se recordando do sonho que teve na noite passada. A imagem do gato era a mesma, os olhos verdes e o modo em que se mexia era idêntico, mas ele acreditava que isso não passava de um sonho e que talvez fosse culpa de um delírio, afinal ele está preso na floresta junto de uma bruxa, mas esses sonhos estavam começando a assustá-lo, será que se trata realmente de um delírio? Pensando nessas coisas estranhas ele sentiu o sono mais uma vez chegando e decidiu se entregar.

     De manhã Derick passou os primeiros minutos calado, mas ele só estava pensando. Ainda pensando e continuou até ouvir a garota perguntar o motivo milagroso daquele silêncio.

     — Nada. Foi um pesadelo, apenas isso.

     — Está tramando algo, eu posso sentir. — Desconfiou ela.

     — Você tem medo que eu fuja? — Ele olhou para ela — Não tenho para onde fugir, garota.

     — Vejo que sua paciência hoje está curta, então teremos um dia bem interessante.

     — Isso se chama fome e não sei como ainda estou vivo.

     Ela apanhou o arco e flecha dele do chão e o fitou.

A Garota Das RosasWhere stories live. Discover now