CAPÍTULO 5

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CHUVA DE FLECHAS

Narrador Onisciente

Enquanto os cinco jovens Arqueiros corajosos estavam na floresta no meio de uma emboscada para capturar o culpado pelas mortes repentinas, o rei, a rainha e o Arqueiro De Ouro tomavam novas providências para amparar o reino. Os súditos já estavam sofrendo com a falta de roupas, pois faltavam ovelhas e carne também, mas tinham muitas frutas, que por sorte eram colhidas das árvores que eles mesmos haviam plantado por precaução, no lado oposto da floresta. Tinham feito isso para manter a maioria dos alimentos mais próximos e era possível avistar o jardim de frutas assim que se passava pela entrada do reino.

- Vocês precisam acabar com a maldição - Disse Alfred deitado sobre a cama e se engasgando com a própria tosse. O lençol ensanguentado havia sido trocado na noite anterior, mas já havia manchado como o outro.

- Não podemos arriscar - A rainha respondeu tocando a testa febril dele com um pano úmido. - Muitos homens já morreram.

- E vão continuar morrendo.

- Não, não vão. - Natanael se aproximou mais da cama para examiná-lo com os olhos. - Alfred, preciso que me conte como aconteceu isso com você. O que você puder lembrar.

Alfred virou sua face para a janela do quarto e tentou se recordar dos detalhes mais complexos, o que não foi nada fácil, pois naquele momento ele se lembrou que teria que viver sem enxergar a luz do dia.

- Eu tinha que falar com o rei sobre um assunto da guarda real. Era sobre as armaduras que ele havia me pedido, no entanto, quando eu estava indo para o castelo algo naquela floresta chamou a minha atenção, uma voz feminina chamou pelo meu nome. Sei que eu não devia ter entrado, mas entrei porque fiquei curioso... Desci do meu cavalo indo de encontro com a voz e foi assim que eu vi...

- Viu o quê? - perguntou o rei.

- Uma rosa - Respondeu Alfred. - Muito bela... Tentei ignorar, mas era tão bonita e tinha uma cor tão viva. Eu precisava levá-la para a Amy porque me fez pensar nela e também fez o meu corpo ficar mais difícil de controlar, então eu não conseguia sair de lá e nem gritar.

- E você a pegou? - A rainha interrompeu sua explicação - Desculpe... Sei que você só queria deixar sua irmã feliz, mas por que entrar na floresta amaldiçoada Alfred? Todos os Cursedianos sabem que lá é perigoso.

- Não cheguei a tocar na rosa. - Alfred grunhiu ao sentir uma pontada dolorida em sua costa. Efeito do ataque. - Nem deu tempo de pegá-la, pois me atacaram pelas costas... Depois, eu apenas senti uma dor horrível como se algo tomasse posse de todo o meu corpo, meus pulmões queimavam por dentro e eu comecei a vomitar uma coisa verde que cheirava muito mal. Por favor, não deixem que ninguém mais passe por isso.

Natanael coçou o queixo, estes ataques estavam vindo da mesma coisa ou alguém estava bancando o assassino, e isto o intrigava muito, mas pensando melhor Cursedianos eram leais, então nenhum deles seria capaz de matar gente do seu próprio reino. Natanael, como Arqueiro de Ouro tinha o dever de proteger a todos e se não conseguisse cumprir, era expulso de seu cargo. Uma das regras Cursedianas mais antigas. Claro que isso não importava tanto quanto a vida de Alfred e Natanael estava disposto a sacrificar tudo para descobrir quem estava praticando esses atos violentos.

- Eles vieram aqui vê-lo?

- Por que a pergunta Natanael? - Alfred tossiu, cobrindo a boca com uma pequena toalha vermelha que segurava em uma das mãos.

- Porque são seus amigos. Achei estranho não estarem aqui com você. - sentou-se na beirada da cama.

- Amy veio, mas ela já foi embora, algum problema? E eu posso descansar um pouco? Preciso repousar para melhorar logo, pois o rei precisa das armaduras. O senhor sabe como é, cada um tem a sua função.

A Garota Das RosasWhere stories live. Discover now