CAPÍTULO 12

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OS MOCINHOS

A Garota Das Rosas

      Eu estava de fato muito encrencada, meu pai - O Mago - nunca me perdoaria por tal traição, é o que o meu irmão Tom diz. Eu traí todos os seres encantados da floresta, traí o meu lar e merecia um castigo só por ter aceitado a companhia deste mundano horrendo.

      O dia começou estranho, Tom escutou o meu chamado, aquele que usei as árvores para uma certa comunicação e eu sei que o tal arqueiro me achou mais esquisita ainda quando escutou eu falando com uma árvore, já contei que as árvores falam? Sim, já deixei visivelmente claro que elas são a fonte da minha comunicação com meu pai e etc, Inclusive com minha madrinha. Logo irão entender. Porém, ela não precisa saber que estou dando uma de babá e logo precisarei da ajuda dela para passar pelo portal das águas. Eu sei, eu sei, pareço cada vez mais estranha, mas não é nem metade. Contarei minha vida outra hora, pois agora estou ocupada demais seguindo esse trajeto ao lado dos rapazes mais irritantes que conheço.

     — O que fazia na floresta quando minha adorável irmã o apanhou? — Tom resolveu interrogar meu prisioneiro.

     — Eu estava em busca de resposta — continuei fingindo não escutar — Mas acho que agora sua irmã pode responder por mim.

      — Posso? — Perguntei.

      — Pode. Você mesma disse que minha voz é insuportável então eu acho justo responder as incansáveis perguntas do seu irmãozinho. Se você quiser, claro.

      — Irmãozinho? — Tom parou de andar e virou-se para trás.

      — E não é?

      — Sou... Mas sou o irmão mais velho, então me respeite acima das ordens da sua chefa.

     — Acima? Não não não...

     — Ah qual é... Você sabe que eu sou mais velho.

     — Sim, isso é fato, mas não te dá o direito de passar por cima das minhas ordens, certo irmãozinho?

     — Certo, mandona.

     Eu abri um sorriso debochado e passei a frente.

     — Sigam-me.

     — Achei que tinha me invocado para ajudar você com esse... Mundano — Tom olhou para o meu prisioneiro e fez cara de nojo — É difícil me acostumar com essa raça...

     — Então vocês odeiam a minha raça? — Derick fez aspas com os dedos indicadores, porém continuou nos seguindo.

     — Você entenderá, quem sabe.

     — Entender o quê garota das rosas?

     — Espere aí... Você não sabe o nome verdadeiro da minha irmã?

     — Tom — Virei-me para trás e os dois freiaram os passos — Isso não é importante.

     — Sua identidade não é importante irmã?

A Garota Das RosasWhere stories live. Discover now