CAPÍTULO 23

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O REENCONTRO • PARTE 2

Derick

Tudo estava tranquilo no reino Freedom, mesmo com o livro nas mãos do Rei Uriel a destruição ainda não tinha alcançado os traidores, já não podia-se dizer o mesmo do reino Cursed, que a cada dia era tomado por uma nuvem sombria onde só restava suas esperanças, mas Zack estava salvo da tesmpestade. Pelo menos era isso que ele imaginava.

- Ah, então você é irmão daquela coisa? - Uriel questionou.

Ele estava sentado há uma distância média do outro lado da mesa com receio de algo maligno lhe acontecer só de ficar próximo de Tom.

- Bem... se você estiver se referindo a minha adorável irmã, Rose.

- Adorável? - Seus olhos pularam para fora, incrédulo. - Como tem coragem de dizer uma coisa dessas? Sua irmã assassinou muitos homens, alguns foram daqui. Inclusive um deles era meu filho...

- A Rose? Ela não machucaria ninguém. Não é mestre? - Tom questionou Zack sentado bem a sua frente.

- Sua irmã é malvada, Tom. - Respondeu - Não queria te contar ainda, mas criei um monstro.

- O quê? Então eu devo ser um também, pois o senhor usou a mesma poção para criar nós dois. O que deu errado?

- Eu não sei, diga-me você. - Zack se inclinou na mesa - Você conhece o livro muito bem, o que poderia ter dado errado?

- Zack - Uriel chamou e os dois o encarou - O que está tramando? - Cochichou dirigindo a pergunta somente a ele.

- Confie em mim. - Respondeu também cochichando.

- Você pode ter feito ela sentir-se frustrada, mestre. Talvez minha irmã esteja confusa buscando respostas para todas as perguntas na cabeça dela porque o senhor não lhe deu nenhuma. Eu também agiria da mesma forma se eu não soubesse quem eu realmente sou...

- E o que você é? - Uriel perguntou sendo direto como uma flecha.

- Um rapaz bondoso que deve proteger meu mestre, é por isso que existo. Não é?

Zack sorriu sem mostrar os dentes.

- Você está se saindo muito bem meu... - Ele pigarreou - Criado?

- O senhor pode me chamar do que quiser, mestre.

Uriel respirou fundo e levantou-se da mesa bufando como um animal.

- Podemos conversar em particular, Zack!?

- Ah, claro.

Deixaram Tom sozinho na mesa e foram direto para a biblioteca, mas antes de sumirem pelo corredor o rei pediu a um dos guardas que vigiava o portão para que ficasse de olho em Tom, e assim foram acertar algumas questões que ainda pairavam no ar como pequenas partículas de poeira, o que realmente sufocava o rei que queria ter um tempo para respirar.

- Escute com atenção... - Uriel pediu assim que entraram no cômodo repleto de livros em três colunas que se estendiam até o teto - Ser o meu braço-direito não significa que está livre de me dar explicações.

- O senhor está zangado comigo porque arranjei um ótimo jeito de deter a garota?

- Bruxa. - Corrigiu-o.

- Feiticeira, existe uma grande diferença Uriel.

- Não importa como aquela coisa deverá ser chamada. Eu quero explicações!

- Então faça as perguntas. - Disse Zack e deu as costas analisando todo o cômodo, sentindo-se vitorioso.

Uriel tremeu como se o seu corpo estivesse tomado pela raiva que não queria sentir pelo Zack, já que queria unir-se com ele para vencer a feiticeira, mas sentia-se em segundo plano em tudo que o jovem fazia, ele então começou a entender Natanel e seu instinto de proteção para proteger o filho, só que dele mesmo. Zack era perigoso pelo fato de querer competir pelo poder e Uriel conhecia muito bem o tipo traiçoeiro, pois já agiu como uma cobra para ter o que quisesse. Agora a vida estava lhe pagando na mesma moeda. A questão era: Uriel mataria a cobra ou a deixaria envenenar qualquer um como ele era acostumado a fazer desde a morte de sua amada?

A Garota Das RosasWhere stories live. Discover now